A
visão do Cristo glorificado
TEXTO ÁUREO
“Não
temas; eu sou o Primeiro e o Último e o que vive; fui morto, mas eis aqui estou
vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da morte e do inferno” (Ap
1.17,18).
- “Eu Sou o primeiro e o último” -
Aqui é Jesus Cristo, perfeitamente Deus, falando. Essa expressão aponta para a
eternidade de Deus. Segundo a Bíblia de Genebra é essencialmente o mesmo que
“Alfa e Ômega”, título dado a Deus (vs.8). “Alfa e Ômega” = a primeira e a
última letra do alfabeto grego. Deus é o Alfa (Criador) e Ômega (aquEle que faz
novos Céus e nova Terra). Ele é Senhor de todos (no passado, presente e
futuro), como sugerido pela expressão “que é, que era, e que há de vir” (vs.4).
BEG. O estado de exaltação de Cristo compreende a sua ressurreição, ascensão, o
estar sentado à destra do Pai, e a sua segunda vinda para julgar o mundo (1Co
15.4; Lc 24.51; Ef 4.10).
VERDADE PRÁTICA
Embora
humilhado e ferido de Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo ressuscitou e,
gloriosamente, voltará como Rei dos reis e Senhor dos senhores.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Apocalipse
1.9-18.
OBJETIVOS
-
Explicar o conceito e o objetivo da encarnação de Jesus;
-
Reconhecer que Cristo é o humilhado e ferido de Deus; e
-
Compreender os eventos que abarcaram o Cristo Glorificado.
Palavra Chave
Cristo: é o termo
usado em português para traduzir a palavra grega Χριστός (Khristós) que
significa "Ungido". O termo grego, por sua vez, é uma tradução do
termo hebraico מָשִׁיחַ
(Māšîaḥ),
transliterado para o português
como Messias.
I. INTRODUÇÃO
O apóstolo João está descrevendo sua
primeira visão quando este esteve preso e exilado na Ilha de Patmos, por causa
da Palavra de Deus e do seu amor a Jesus. Nesta visão ele pode contemplar o
Senhor Jesus em toda a sua manifestação de glória e poder. Ele nos traz uma das
mais lindas descrições do Filho de Deus nos céus, aquele que foi morto, mas
ressuscitou e hoje esta à destra de Deus, vivendo sempre a interceder pela sua
Igreja (Rm 8.34). Quando os cristãos estavam morrendo, sufocados pelo Império,
eis que o Cristo glorificado aparece, revelando que, embora tendo sido morto,
ele está vivo pelos séculos dos séculos. Para aqueles crentes primitivos, nada
poderia ter servido melhor para despertar as esperanças do que esta visão do
Cristo Exaltado e Triunfante. A igreja estava sufocada pela tirania do império,
mas eis que o Cristo ressurreto surge para mostrar que ele, a Rocha dos
Séculos, tem a vitória em suas mãos e todos aqueles que são dele são mais do
que vencedores, enquanto que, certamente os inimigos da cruz receberão sua
recompensa, à parte de Deus.
II. DESENVOLVIMENTO
I.
O CRISTO ENCARNADO
"Por isso, quando Cristo veio ao
mundo, disse: "Sacrifício e oferta não quiseste, mas um corpo me
preparaste; de holocaustos e ofertas pelo pecado não te agradaste". Então
eu disse: Aqui estou, no livro está escrito a meu respeito; vim para fazer a
tua vontade, ó Deus. (Hb 10.5-7). A fé na Encarnação verdadeira do Filho de
Deus é o sinal distintivo da fé cristã: "Nisto reconheceis o Espírito de
Deus. Todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio na carne é de Deus"
(1Jo 4.2). Esta é a alegre convicção da Igreja desde o seu começo, quando canta
"o grande mistério da piedade": "Ele foi manifestado na carne"
(1 Tm 3.16). Esta alma humana que o Filho de Deus assumiu é dotada de um
verdadeiro conhecimento humano. Enquanto tal, este não podia ser em si
ilimitado: exercia-se nas condições históricas de sua existência no espaço e no
tempo. Por isso O Filho de Deus, ao tornar-se homem, pôde aceitar "crescer
em sabedoria, em estatura e em graça" (Lc 2.52) e também informar-se sobre
aquilo que na condição humana se deve aprender de maneira experimental. Isto
correspondia à realidade de seu rebaixamento voluntário na "condição de
servo". As primeiras heresias, mais do que a divindade de Cristo, negaram
sua humanidade verdadeira (docetismo gnóstico). Desde os tempos apostólicos a
fé cristã insistiu na verdadeira Encarnação do Filho de Deus, "que veio na
carne". Mas desde o século III a Igreja teve de afirmar, contra Paulo de
Samósata, bispo de Antioquia entre 260 e 268, em um concílio reunido em
Antioquia, que Jesus Cristo é Filho de Deus por natureza e não por adoção. O
Concílio de Nicéia, em 325, confessou em seu Credo que o Filho de Deus é
"gerado, não criado, consubstancial (homousios) ao Pai" e condenou,
que afirmava que "o Filho de Deus veio do nada" e que ele seria
"de uma substância diferente da do Pai.
1.
A encarnação. A
encarnação foi o ato pelo qual a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade foi
concebida, virginalmente, no ventre de Maria (Is 7.14; Lc 1.27). Neste ato
sobrenatural, Cristo, o Filho de Deus, fêz-se homem tomando para si um
verdadeiro corpo e uma alma racional sendo concebido pelo poder do Espírito
Santo no ventre da Virgem Maria, da sua substância e nascido dela, mas sem
pecado. (Jo 1.14; Mt 26.38; Lc 1.31, 35-42; Hb 4.15, e 7.26). Segundo a questão
38 do Catecismo Maior de Westminster, era necessário que o Mediador fosse Deus
para poder sustentar a natureza humana e guardá-la de cair debaixo da ira
infinita de Deus e do poder da morte; para dar valor e eficácia aos seus
sofrimentos, obediência e intercessão; e para satisfazer a justiça de Deus,
conseguir o seu favor, adquirir um povo peculiar, dar a este povo o seu Espírito,
vencer todos os seus inimigos e conduzi-lo à salvação eterna (At 2.24; Rm 1.4;
At 20.28; Hb 7.25; Rm 3.24-26; Ef 1.6; Tt 2.14; Jo 15.26; Lc 1.69, 71, 74; Hb
5.9).
2.
O objetivo da encarnação.
A redenção do pecador exigia que
houvesse um Redentor com ambas as naturezas, a divina e a humana: Essa foi uma
exigência decidida no conselho Trinitário acerca do pacto da redenção. O
Redentor tinha de ser DEUS para ter o poder de redimir e tinha de ser homem
para poder sofrer no lugar daqueles que haveria de redimir. Assim sendo,
linguisticamente, como uma palavra é a expressão de uma ação, ou de um
pensamento, o Verbo é a expressão de DEUS, é DEUS tornando expresso em palavras
e atitudes. O Verbo passou a possuir alguma coisa que não lhe pertencia antes
da encarnação: carne, isto é, as propriedades da natureza humana. A Confissão
de Fé de Westminster, elaborada no século 17 afirma o seguinte: "O Filho
de DEUS, a Segunda Pessoa da trindade, sendo verdadeiro e eterno DEUS, da mesma
substância do Pai e igual a ele, quando chegou o cumprimento do tempo, tomou
sobre Si à natureza humana com todas as suas propriedades essenciais, com suas
enfermidades e debilidades, contudo sem pecado, sendo concebido pelo poder do
ESPÍRTO SANTO no ventre da virgem Maria e da substância dela. As duas
naturezas, inteiras perfeitas e distintas - a divina e a humana - foram
inseparavelmente unidas em uma só pessoa, sem conversão, composição ou
confusão; essa Pessoa é verdadeiramente DEUS e verdadeiramente homem, porém, um
só CRISTO, o único mediador entre DEUS e os homens".
SINOPSE
DO TÓPICO (I)
O Cristo Encarnado, fazendo-se
filho do homem, manifestou plenamente o amor de Deus ao mundo.
II.
O CRISTO HUMILHADO E FERIDO DE DEUS
O estado da humilhação de Cristo foi
aquela baixa condição, na qual, por amor de nós, despindo-se da sua glória, Ele
tomou a forma de servo em sua concepção e nascimento, em sua vida, em sua morte
e depois até à sua ressurreição (Fp 2.6-8; 2Co 8.9). Cristo humilhou-se na sua
concepção e nascimento, em ser, desde toda a eternidade o Filho de Deus no seio
do Pai, quem aprouve, no cumprimento do tempo, tornar-se Filho do homem,
nascendo de uma mulher de humilde posição com diversas circunstâncias de
humilhação fora do comum (1Jo 1.14, 18; Lc 2.7). Cristo humilhou-se na sua
vida, sujeitando-se à lei, a qual perfeitamente cumpriu, e lutando com as
indignidades do mundo, as tentações de Satanás e as enfermidades da carne, quer
comuns à natureza do homem, quer as procedentes dessa baixa condição (Gl 4.4; Mt
5.17; Is 53.2-3; Hb 12.2-3; Mt 4.1; Hb 2.17-18). Cristo humilhou-se na sua
morte porque, tendo sido traído por Judas, abandonado pelos seus discípulos,
escarnecido e rejeitado pelo mundo, condenado por Pilatos e atormentado pelos
seus perseguidores, tendo também lutado com os terrores da morte e os poderes
das trevas, tendo sentido e suportado o peso da ira de Deus, Ele deu a sua vida
como oferta pelo pecado, sofrendo a penosa, vergonhosa e maldita morte da cruz
(Mt 27.4, e 26.56; Is 53.3; Mt 27.26; Lc 22.44; Mt 27.46; Is 53.10; Mt 20.28;
Fp 2.8; Gl 3.13). A humilhação de Cristo depois da sua morte consistiu em ser
ele sepultado, em continuar no estado dos mortos e sob o poder da morte até ao
terceiro dia; o que, aliás, tem sido exprimido nestas palavras: Ele desceu ao
inferno (Hades) (1Co 15.3-4; Mt 12.40).
SINOPSE
DO TÓPICO (II)
O Cristo humilhado e ferido de
Deus, não foi compreendido pelos judeus e nem pelos gentios. Todavia, ambos, ao
receberem Jesus, pela fé, passaram a entender perfeitamente a morte e a
ressurreição do Senhor.
III.
O CRISTO GLORIFICADO
O estado de exaltação de Cristo
compreende a sua ressurreição, ascensão, o estar sentado à destra do Pai, e a
sua segunda vinda para julgar o mundo (1Co 15.4; Lc 24.51; Ef 4.10, e 1.20).
1.
Ressurreição. Cristo foi exaltado na sua
ressurreição em não ter visto a corrupção na morte (pela qual não era possível
que Ele fosse retido), e o mesmo corpo em que sofrera, com as suas propriedades
essenciais (sem a mortalidade e outras enfermidades comuns a esta vida), tendo
realmente unido à sua alma, ressurgiu dentre os mortos ao terceiro dia, pelo
seu próprio poder, e por essa ressurreição declarou-se Filho de Deus, haver
satisfeito a justiça divina, ter vencido a morte e aquele que tinha o poder sobre
ela, e ser o Senhor dos vivos e dos mortos. Tudo isto fez Ele na sua capacidade
representativa, como Cabeça da sua Igreja, para a justificação e vivificação
dela na graça, apoio contra os inimigos, e para lhe assegurar sua ressurreição
dos mortos no último dia (At 2.24; Sl 16.10; Lc 24.39; Rm 6.9; Ap 1.18; Jo
2.19, e 10.18; Rm 1.4 e 8.33-34; Hb 2.14; Rm 14.9; 1Co 15.21-22; Ef 1.22-23; Rm
4.25; Ef 2.5-6; 1Co 15.20, 25-25; 1Ts 4.14).
2. Ascensão aos céus. Cristo foi exaltado na sua ascensão em ter, depois da
sua ressurreição, aparecido muitas vezes aos seus apóstolos e conversado com
eles, falando-lhes das coisas pertencentes ao seu reino, impondo-lhes. o dever
de pregarem o Evangelho a todos os povos, e em subir aos mais altos céus, no
fim de quarenta dias, levando a nossa natureza e, como nosso Cabeça triunfante
sobre os inimigos, para ali, à destra de Deus, receber dons para os homens,
elevar os nossos afetos e aparelhar-nos um lugar onde Ele está e estará até à
sua segunda vinda no fim do mundo (At 1.2-3; Mt 28.19; Hb 6.20; Ef 4.8, 10; At
1.9; Sl 68.18; Cl 3.1, 2; Jo 14.2-3; At 3.21).
3.
A segunda vinda. Cristo
é exaltado em sentar-se à destra de Deus, em ser Ele, como Deus-homem, elevado
ao mais alto favor de Deus o Pai, tendo toda a plenitude de gozo, glória e
poder sobre todas as coisas no céu e na terra; em reunir e defender a sua
Igreja e subjugar os seus inimigos; em fornecer aos seus ministros e ao seu
povo dons e graças e em fazer intercessão por eles (Fp 2.9; At 2.28; Jo 17.5;
Ef 1.22; Mt 28.18; Ef 4.11-12; Rm 8.34).
SINOPSE
DO TÓPICO (III)
O Cristo Glorificado pode ser
visto pelas Escrituras nos seguintes eventos: ressurreição, ascensão aos céus,
segunda vinda e triunfo sobre as forças do mal.
III. CONCLUSÃO
João vivenciou juntamente com os
destinatários de sua carta, a aflição de ser perseguido por causa da fé que
tinham em comum, e resistiram com uma paciência incomum diante do sofrimento
injusto. No exílio, João recebe a maravilhosa visão do "Cristo triunfante",
e pode ter um vislumbre da misericórdia, do amor e da graça de DEUS. O apóstolo
que no evangelho escreveu sobre o Verbo encarnado, tem agora a exata visão do
Verbo glorificado. Não é somente necessário ao crente crer que Jesus Cristo é o
Filho de Deus, mas também convém crer na Sua Encarnação. Pudemos hoje entender,
que a Igreja denomina Encarnação o fato de o Filho de Deus ter assumido uma
natureza humana para realizar nela a nossa salvação. Por Encarnação entendemos
o fato de Deus fazer-se homem, sem deixar de ser Deus. Deus fez o que para
nossa mente parece impossível: unir a sua natureza divina a uma natureza
humana, a um corpo e alma como os nossos. Hoje Cristo está entronizado no céu
como Rei, sentado à mão direita de Deus. Elevado à presença de Deus, Ele
completou sua jornada e deu o passo final para sua exaltação na glória. O
Cristo, nascido de mulher, que vivia uma vida humana e morreu na cruz, agora
está sentado à mão direita de Deus. Nesse momento, Jesus cumpre seu ofício real
na ascensão. Como Rei, Ele derramará o Espírito Santo prometido e no fim
voltará outra vez” (ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (Eds.). Comentário Bíblico
Pentecostal do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2003, pp.627,28).
Fonte: Francisco de
Assis Barbosa, auxilioaomestre@bol.com.br
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de
2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de
Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;
OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude,
Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995
por Life Publishers, Deerfield, Flórida-EUA;
-. Bíblia de Estudo Genebra, São
Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
-. HORTON, S. M. Apocalipse: As
coisas que brevemente devem acontecer. 2.ed., RJ: CPAD, 2001.
-. LAWSON, S. J. As Sete Igrejas do
Apocalipse: O Alerta Final de Cristo para seu povo. 5.ed., RJ: CPAD;
-. ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R.
(Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD,
2003;
-. BLOMBERG, C. L. Questões Cruciais
do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2010.
Os textos das referências bíblicas
foram extraídos do site http://www.bibliaonline.com.br/, na versão Almeida
Corrigida e Revisada Fiel, salvo indicação específica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário