A angústia das dívida
TEXTO ÁUREO
“Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos! Pois
comerás do trabalho das tuas mãos, feliz serás, e te irá bem”(Sl 128.1,2).
As
bênçãos descritas em todo o Salmo 128 estão baseadas num elemento de adoração
muitas vezes ignorado: o temor do Senhor (v.1).
VERDADE PRÁTICA
Para ter uma vida financeira
equilibrada e bem-sucedida, o crente deve administrar seus recursos com sabedoria,
prudência e comedimento.
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
1 Timóteo 6.7-12.
7 - Porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada
podemos levar dele.
8 - Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos
com isso contentes.
9 - Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e
em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição
e ruína.
10 - Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de
males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos
com muitas dores.
11 - Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas e segue a
justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.
12 - Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para
a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas
testemunhas.
OBJETIVOS
·
Compreender quem é o dono do nosso
dinheiro.
·
Discutir a respeito dos efeitos
maléficos do consumismo e das dívidas.
·
Saber que é possível livrar-se das
dívidas com sabedoria e planejamento.
Palavra Chave
Dívida: (latim debita, neutro plural de
debitum, -i, dívida) s. f. 1. Coisa que se deve. 2. Dinheiro devido. 3.
[Figurado] Dever (que se cumpre ou por cumprir). 4. Ofensa (de que se
espera tirar desforra). 5. Pecado. dívida ativa: a que nos é
devida. dívida consolidada: a pública que vence juros sem prazo
para reembolso do capital. dívida flutuante: a pública que tem
vencimento determinado. dívida passiva: a que devemos. dívida
pública: a do Estado. [a] Nesta lição:
Quantia que se tem de pagar.
COMENTÁRIO
Vivemos numa sociedade extremamente
consumista e não tem sido fácil lidar com o dinheiro, principalmente quando ele
vem em doses homeopáticas e as despesas são enormes. Há uma grande pressão da
sociedade consumista com um apelo visual que se dinamiza diariamente para
atrair a atenção dos compradores, gerando em nós necessidades e até mesmo uma
compulsão por coisas supérfluas e não essenciais. Uma verdade estampada em
nossa leitura bíblica em classe é a de que um desejo inquieto de consumir
sujeita as pessoas a um grande perigo espiritual. “Mas tu, ó homem de Deus,
foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão”(v.11).
No grego, o termo praotes significa uma
disposição que é equilibrada, tranquila, balanceada em espírito,
despretensiosa, que tem as paixões sob controle. O termo é mais bem traduzido
como “serenidade”, não como uma indicação de fraqueza, mas de poder e força sob
controle. Não há termo melhor para descrever o homem ou a mulher crente, que
sabe como administrar suas finanças para não incorrer na “bancarrota” das
dívidas. Não é que o crente não possa contrair dívidas, aliás, não encontramos
nenhuma diretiva condenando o ato de contrair dívidas, como se fosse um pecado.
Na lei dada através de Moisés, que “é santa; e o mandamento, santo, justo e
bom” (Rm 7.12), os empréstimos são normalmente regulados, o que não
aconteceria se fosse pecado (Êx 22.25, Dt 24.6, 10-13), mas que o faça quando necessário
e sob os auspícios da mansidão. O crente precisa ter
alguns princípios elementares que devem reger a sua vida e hoje, temos a graça
de compartilhar como utilizar nosso salário com sabedoria, a fim de honrarmos
nossos compromissos, e glorificar ao Senhor em todas as áreas de nossa vida.
I. QUEM É O DONO DO NOSSO DINHEIRO
1. Dê a Deus o que lhe pertence. É preciso ser
responsável com o nosso salário. Como pessoas nascidas de novo para uma nova
vida em Cristo, temos muitos deveres para com as nossas pátrias: a terrena e a
celestial. Não é lícito para o crente sonegar o que lhes é devido. As
Escrituras afirmam que reter mais do que é justo é pura perda! Somente sendo
fiéis as janelas do céu se abrirão sobre nós, pois a bênção de Deus enriquece e
com ela não traz desgosto. Na ânsia de consumirmos, acabamos por embutir em
nosso orçamento aquilo que seria absolutamente dispensável e desnecessário. O
crente deve possuir um estilo de vida simples. Muitas vezes gastamos muito em
nossos próprios deleites, enquanto investimos tão pouco nas causas nobres do
Reino de Deus.
2. Disciplina e orçamento financeiro. O crente deve
envidar todos os esforços para não gastar mais do que ganha. Precisa ser
criterioso no seu orçamento. Não podemos começar um projeto sem antes calcular
o seu custo (Lc 14.28-30). Não podemos viver num padrão acima das nossas
possibilidades. O mundo moderno tenta nos levar a comprar o que não precisamos,
com o dinheiro que não temos, para impressionar as pessoas que não conhecemos.
"O dinheiro atende a tudo" (Ec 10.19). O “X” da questão é,
quem manda em minha vida, eu ou o dinheiro? Há uma máxima que diz: "O
dinheiro é um bom servo, mas um péssimo patrão". Salomão registrou:
"O generoso prosperará; quem dá alívio aos outros, alívio receberá"
(Pv 11.25) e Jesus disse: "Onde estiver o seu tesouro, aí também estará
o seu coração" (Mt 6.21). Precisamos resolver quem vai mandar, pois
sempre investimos naquilo que valorizamos. Somos senhores ou servos do dinheiro?
Não importa a soma que se ganhe, mas como se administra esse ganho! Diante de
tudo isso, a melhor forma de utilizarmos nosso dinheiro é fazê-lo nosso servo,
pois assim, não correremos o risco de permitir que ele tire nossa
tranquilidade, liberdade e testemunho.
3. Cuidado com a cobiça. A
palavra-chave para o crente é moderação. Quanto mais ganhos materiais, mais as
pessoas se encontrarão cercadas por coisas que as esvaziam. O homem não pode
levar nada consigo quando for levado desta vida, de maneira que, todo o seu
incansável trabalho é inútil (Ec 5.11). Deus dá ao homem suas bênçãos de forma
material e este tem a obrigação de gozar estas dádivas e estar satisfeito com
elas em moderação, gratidão e prazer (Ec 5.18-20), sem nunca esquecer que nosso
contentamento deve estar em Deus e não nas coisas materiais. O dinheiro e as
coisas que ele pode nos dar não nos satisfazem (Pv 27.20). Tendo o que comer e
vestir, diz Paulo, com isto devemos estar contentes.
“E lhes proferiu ainda uma parábola,
dizendo: O campo de um homem rico produziu com abundância. E arrazoava consigo
mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos? E
disse: Farei isto: destruirei os meus celeiros, reconstrui-los-ei maiores e aí
recolherei todo o meu produto e todos os meus bens. Então, direi à minha alma:
tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e
regala-te. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que
tens preparado, para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo e não é
rico para com Deus” (Lucas 12:16-21). Assim falou Jesus à multidão
reunida que tinha acabado de ouvi-lo reprovar um homem que não tinha visto nele
mais do que um árbitro para uma contenda por dinheiro familiar. “Cuidado com a
cobiça,” ele disse; e então contou a parábola acima para explicar o motivo. A
Parábola do Rico Tolo é um espelho para a alma. O agricultor desta parábola não
era algum homem pobre que conseguiu riqueza subitamente. Ele já era rico quando
uma grande colheita fez os seus já grandes celeiros parecerem pequenos. Não há
indicação de que nenhuma das riquezas do agricultor tivesse sido mal ganha. Por
tudo o que sabemos, ele ganhou cada pedaço dela com trabalho duro e
gerenciamento prudente. Esta história não é sobre fraude. É sobre tolice. O
agricultor, que tinha sido tão hábil gerindo sua propriedade, tornou-se um
simplório ao gerir a vida. Ele cometeu algumas tolices muito óbvias. Primeiro
de tudo, ele cometeu o engano de pensar que era o proprietário de sua riqueza.
“Minhas colheitas”, “meus bens”, “meus celeiros” e até “minha alma”, ele disse.
Que arrogância! Que ingratidão! Como se ele, e somente ele, tivesse conseguido
tudo isso. Não há nenhuma palavra pronunciada de agradecimento ao grande Deus
que nos dá “do céu chuva e estações frutíferas, enchendo os vossos
corações de fartura e de alegria” (Atos 14:17), para não falar de “vida,
respiração e tudo o mais” (Atos 17:25). Em qualquer tempo em que
pensarmos que merecemos as coisas que estamos usando, far-nos-ia bem verificar
a relação da terra ou da casa em que estamos. Somos todos inquilinos aqui. A
segunda tolice foi pensar consigo mesmo sobre que disposição ele deveria dar a
suas bênçãos inesperadas (12:17). Ele deveria ter consultado Deus porque o
mundo e toda a sua plenitude são dele (Salmo 50:12). Mas isso nunca lhe passou
pela cabeça. Nem ele pensou nos celeiros vazios das pessoas pobres e lutadoras
para quem suas sobras teriam significado livramento. Ele só pensou em si mesmo.
Sua terceira tolice está em supor que o que ele pudesse colocar num celeiro
fosse tudo o que ele precisava. Olhando sobre toda sua abundância, ele disse
consigo mesmo: “Consegui fazer!” Ele pensava que estas coisas significavam
conforto assegurado, felicidade e segurança. Admiramo-nos sobre em que mundo
ele vivia. Como agricultor, praga, seca, inundação e roubo não lhe eram
estranhos. É preciso cegueira incomum para imaginar que haja qualquer segurança
em coisas materiais (Mateus 6:19). Mas é preciso estupidez ainda maior para
imaginar que espíritos formados à imagem do Eterno possam jamais ficar
satisfeitos e realizados com a mera matéria, mesmo que ela fosse eterna
(Eclesiastes 5:10-11; 6:7). Fomos feitos para “o Deus vivo” (Salmo
42:2; Atos 17:26-28) e a vida provém do coração, não do banco (Provérbios
4:23). Finalmente, nosso agricultor “bem sucedido” esqueceu-se do tempo e da
morte. Ele estava pensando em muitos anos, mas Deus disse que não seria nem
mais um dia. Sua riqueza foi para um lado e ele foi para outro. Não há bolso
numa mortalha. “Salomão fala frequentemente desta verdade em Eclesiastes.”
Também aborreci todo o meu trabalho, com que me afadiguei debaixo do sol, visto
que o seu ganho eu havia de deixar a quem viesse depois de mim. E quem pode
dizer se será sábio ou estúpido?” (Eclesiastes 2:18-19). Não há tolice
imperdoável maior do que planejar a vida sem considerar a morte, e construir a
vida sobre coisas que a morte certamente tirará. A evidência de nossa mortalidade
e incerteza da vida não é apenas premente, é irresistível. Nenhuma verdade
sobre nós mesmos é tão evidente como o fato de que vamos morrer, e morrer em
algum tempo imprevisível. E a única coisa que sobreviverá à morte é uma relação
segura com Deus. Deveremos, portanto, derramar todas as nossas vidas e tesouros
para ele, amontoados, comprimidos, transbordando. Diz-se que Alexandre o Grande
pediu para ser enterrado com suas mãos colocadas de tal modo que todos poderiam
ver que elas estavam vazias. É também relatado que, quando a cripta do
Imperador Carlos Magno foi aberta, ele foi encontrado sentado em seu trono, uma
figura agora só ossos, apontando para um texto em uma Bíblia aberta: “Que
aproveita ao homem, ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Marcos
8:36). É uma pergunta muito boa.” [Extraído do artigo “Rico para com
Deus”de autoria de Paul Earnhart, disponível em http://www.estudosdabiblia.net/2004116.htm].
SINOPSE DO TÓPICO
(I)
Como servos de Deus precisamos ser fiéis
na entrega dos dízimos e ofertas, fazendo uso do nosso dinheiro com sabedoria.
II. O CONSUMISMO E AS DÍVIDAS
1. Os males do consumo inconsciente.
“Não estou dizendo isso porque esteja necessitado, pois aprendi a contentar-me
a toda e qualquer circunstância. Sei o que é passar necessidade e sei o que é
ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação,
seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade. Tudo
posso naquele que me fortalece.” (Fp 4.11-13). O texto que Paulo
escreve em Fp 4.11-13 é um guia para compreendermos a vontade de Deus para
nossa vida financeira. Paulo ensina que o crente pode possuir riquezas,
contudo, não deve confiar nelas. Com a mente em Cristo, Paulo afirma que a
satisfação de suas necessidades materiais não era a medida nem o motivo de sua
alegria. Usando um termo muito empregado pelos filósofos de sua época que a
usavam para descrever uma pessoa que era autossuficiente em todas as
circunstancias, ele repudia a ideia da autossuficiência, afirmado que ele a
tinha somente em Cristo, cuja paz e propósito ele desfruta apesar das
circunstancias.
2. Adquirir o que se pode pagar. Somente o insensato
compra o que não pode pagar (Pv 21.20). Paulo certamente não era um economista,
mas seus conselhos nessa área são valiosíssimos! Ele diz em Romanos 13.8: “A
ninguém fiqueis devendo nada, exceto o amor…”. Devemos ser muito cuidadosos
para não nos envolvermos com dívidas, pois contraí-las sem saldá-las
integralmente, no tempo devido, é comprometer o nosso nome, comprometer o nosso
testemunho de cristão e a honra do Evangelho. Não é novidade para ninguém os
abusos praticados pelo mercado financeiro, onde os juros são extorsivos, assim,
nosso cuidado deve ser redobrado para não cairmos na teia de compromissos
financeiros impagáveis. Lembremos que o cartão de crédito deve ser usado com
parcimônia e inteligência afinal, comprar com ele quase sempre, é comprar o que
não se precisa com o dinheiro que não se tem.
3. Aja com integridade, fuja da
corrupção. Certa vez, João Batista exortou os soldados a se contentarem com seus
soldos e que não aceitassem suborno (Lc 3.14). A honestidade e integridade de
uma pessoa são avaliadas pela sua capacidade de cumprir com suas obrigações, assim,
as obrigações financeiras exigem muita atenção, pois o seu cumprimento é
testemunho de nossa integridade e de nossa nova cidadania. O crente deve primar
por cumprir estas obrigações, e é lamentável ouvir o número de casos em que o
testemunho de crentes, que aparentam ter boa maturidade, tem sido comprometido
por dívidas não pagas. Isso é fruto do descontentamento e ganância. Paulo diz
em Filipenses 4.11: “Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a
contentar-me com o que tenho”. Nós temos contraído muitas aflições para
nossa vida não por causa da fome, ou da miséria que aflige multidões mundo
afora, mas por causa do consumismo desenfreado que nos é imposto pela
sociedade. Talvez algum leitor deste comentário esteja passando por uma situação
como essa: “aquele ímpio anda de carro nove e melhor do que o meu”. O conselho
de João, o Batista, é que estejamos contentes com o que temos e não aceitemos
pechas, pois, sem Cristo, o ímpio não poderá receber a mesma recompensa que nós
nem participará da mesma eternidade.
SINOPSE DO TÓPICO
(II)
Comprar mais do que se pode pagar,
comprometendo as finanças, é tolice.
III. É POSSÍVEL LIVRAR-SE DAS DÍVIDAS
1. Cuidado com seu cartão de crédito
e com o cheque especial. Quem nunca "estourou" o
limite no final do mês e não conseguiu cobrir todo o cartão de crédito e o
cheque especial? É uma mal a que estamos sujeitos. O consumo mal planejado e a
utilização do crédito de maneira descontrolada são fatores de desestabilização
para a vida financeira de qualquer pessoa. É preciso aprender a consumir de
maneira inteligente e utilizar o crédito de maneira consciente. São muitas as
armadilhas postas para agarrar o incauto consumidor compulsivo. O cartão de
crédito é, sem dúvida, o mais perigoso: estimula a comprar por impulso; quando
somente o valor mínimo da fatura é pago, o juro que corre sobre a dívida é
abusivo e torna a dívida, em pouco tempo, impagável. Sobre este saldo devedor
em aberto são cobrados os encargos mensais e os juros remuneratórios costumam
variar de 7% a 15% ao mês. Aqui começa a insônia do antes “feliz consumidor”
que vê sua dívida se multiplicar com os juros sobre juros aumentando a dívida
mês a mês de forma a torná-la impagável. Não devemos condenar o uso do cartão,
mas sim, usá-lo com inteligência; usá-lo a nosso favor. O cartão é excelente
para pagar contas mensais planejadas, como a despesa com gasolina, farmácia e
supermercado. Bem utilizado, ele facilita nossa rotina, além do fator
“segurança”, já que evita o uso do "dinheiro vivo". Não seja levado,
ou guiado, por impulsos, pois Deus já nos concedeu um espírito de moderação e
autocontrole: “Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e
de amor, e de moderação” (2 Tm 1.7).
2. Vivendo de modo simples, porém
tranquilo e santo. “[...] não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às
humildes; não sejais sábios em vós mesmos;” (Rm 12.16). Este texto de
Romanos aconselha aos crentes a estarem satisfeitos, tendo as coisas essenciais
desta vida, como alimento, vestuário e teto. Certamente haverá necessidades
financeiras específicas, e nesse caso, devemos confiar na providência divina
(Sl 50.15), enquanto continuamos a trabalhar (2Ts 3.7,8), a ajudar os
necessitados (2Co 8.2,3), e servir a Deus com contribuições generosas (2Co 8.3;
9.6,7). Também sugere que os crentes não devem ambicionar riquezas (vv. 9-11),
já que no pensamento paulino, os ricos caem em muitas tentações. O Salmista
também discorre sobre o ‘estar contentado’: ”SENHOR, o meu coração
não se elevou, nem os meus olhos se levantaram; não me exercito em grandes
assuntos, nem em coisas muito elevadas para mim. Decerto, fiz calar e sossegar
a minha alma; qual criança desmamada para com sua mãe, tal é a minha alma para
comigo. Espere Israel no SENHOR, desde agora e para sempre” (Sl
131.1-3). O ensino do Novo testamento quanto ao acúmulo de riquezas é
desencorajador. No original, riqueza é mamom (מָמוֹן), que significa
literalmente ‘dinheiro’, um termo aramaico usado para descrever riqueza
material ou cobiça, na maioria das vezes, mas nem sempre, personificado como
uma divindade. O termo é pejorativo e faz referência a riquezas considerando-a
como um objeto de culto e seu exercício ganancioso; à riqueza como um mal, mais
ou menos personificado. Pessoas ávidas por dinheiro são aqueles que cultuam
Mamom. Em Mt 6.19,24 apresentam-se à pessoa duas opções: um relacionamento com
Deus ou com as riquezas. É por isso que muitos cristãos, apesar das aparências,
não se enquadram no modelo apresentado pela Palavra de Deus. A avidez por
acumular riquezas é tão envolvente que rapidamente passa a controlar a mente e
a vida da pessoa, substituindo paulatinamente a glória de Deus (Lc 6.13). Para
o mundo secular, sucesso e consumo são termos que definem o que se considera
hoje uma vida próspera, pois o homem natural ignora que o “Porque o amor ao
dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se
desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1Tm
6.10). Para os judeus contemporâneos de Jesus, o pensamento predominante era de
que as riquezas constituíam um sinal do favor especial de Deus, e que a pobreza
era um sinal de falta de fé e do desagrado de Deus; Jesus muitas vezes foi
escarnecido por ser pobre! (Lc 16.14). Esse pensamento é rejeitado pelo Mestre
nas seguintes passagens: Lc 6.20; 16.13 e 18.24,25. No pensamento cristão, as
riquezas são empecilho tanto à salvação como ao discipulado (Mt 19.24; 13.22).
Jesus advertiu-nos: “Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida
de qualquer não consiste na abundância do que possui.”. Ato contínuo, o
Senhor contou aos seus discípulos a parábola do rico insensato que julgava ter
segurança por causa de suas muitas posses (Lc 12.16-21). Cristo não condenou a
posse de riquezas materiais, mas fez questão de realçar a loucura de viver em
função daquilo que perecerá.
3. Confie em Deus. Na condição
de filhos, Deus nos concede todas as bênçãos espirituais de que necessitamos
(Ef 1.3; Fp 4.19; Tg 1.17) bem como as bênçãos materiais. Deus abençoa a todos
sem distinção de raça, cor, credo, condição financeira, condição física ou
educação. (Lc 9.23). “Porque sei que são muitas as vossas transgressões e
enormes os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate e rejeitais os
necessitados na porta. Portanto, o que for prudente guardará silêncio naquele
tempo, porque o tempo será mau. Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e
assim o Senhor, o DEUS dos Exércitos, estará convosco, como dizeis.” (Am
5.12-14). Neste mundo, onde há tanto ricos quanto pobres, frequentemente os que
têm abastança material tiram proveito dos que nada têm, explorando-os para que
os seus lucros aumentem continuamente (ver Sl 10.2, 9,10; Is 3.14,15; Jr 2.34;
Am 2.6,7; 5.12,13; Tg 2.6). A Bíblia tem muito a dizer a respeito de como os
crentes devem tratar os pobres e necessitados. Ao revelar a sua Lei aos
israelitas, mostrou-lhes também várias maneiras de se eliminar a pobreza do
meio do povo (ver Dt 15.7-11). Declarou-lhes, em seguida, o seu alvo global: “Somente
para que entre ti não haja pobre; pois o SENHOR abundantemente te abençoará na
terra que o SENHOR, teu DEUS te dará por herança, para a possuíres” (Dt
15.4). O crente tem o dever de preocupar-se com o social, especialmente com os
domésticos na fé (Gl 6.10) [Paulo de fato diz para ajudar “a todos.” Quando ele
diz “especialmente” ou “principalmente” é com ênfase, mas não exclusividade].
Boa parte do ministério de JESUS foi dedicados aos pobres e desprivilegiados na
sociedade judaica. Dos oprimidos, necessitados, samaritanos, leprosos e viúvas,
ninguém mais se importava a não ser JESUS (cf. Lc 4.18,19; 21.1-4; Lc 17.11-19;
Jo 4.1-42; Mt 8.2-4; Lc 17.11-19; Lc 7.11-15; 20.45-47). Ele condenava
duramente os que se apegavam às possessões terrenas, e desconsideravam os
pobres (Mc 10.17-25; Lc 6.24,25; 12.16-20; 16.13-15,19-31). Quantos de nós que,
embora ricos espiritualmente, carecemos de bens materiais para a sobrevivência!
Quantos irmãos nossos, coerdeiros com Cristo, vivem em palafitas, ou estão
desempregados? A estes não devemos fechar o coração, mas ajudá-los com alegria.
É interessante e importante a palavra de Paulo quanto a este respeito em 1Tm
5.8: “se alguém não cuidar dos seus e especialmente dos da própria casa, tem
negado a fé e é pior do que o descrente”. A prosperidade legitima-se com a
generosidade.
SINOPSE DO TÓPICO
(II)
Com a ajuda de Deus, oração e sabedoria,
podemos nos livrar das dívidas.
CONCLUSÃO
Deus deseja abençoar-nos, mas
precisamos agir com sabedoria e sermos íntegros financeiramente. As bênçãos
descritas em todo o Salmo 128 estão baseadas num elemento de adoração muitas
vezes ignorado: o temor do Senhor (v.1). O crente precisa ser disciplinado na
administração das suas finanças a fim de honrar os seus compromissos, pois é
conhecedor que sua infidelidade não prejudicará apenas a si, mas traz desonra
ao Evangelho. O ato de comprar parece simples e prazeroso, e a mídia é
cansativa para nos provar que isso é verdade, mas não é. Exige
responsabilidade, planejamento e reflexão.
Fonte: Francisco de Assis
Barbosa - http://auxilioebd.blogspot.com.br/
NOTAS
BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos,
Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas; Comentarista:
Eliezer de Lira e Silva; CPAD; [Disponível no site:http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2012/2012-03-09.htm].
- [a] http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=d%C3%ADvida;
- BARNHILL, J. A. Antes que as Dívidas nos Separem: Respostas e cura para os conflitos financeiros em seu casamento. - 1.ed., RJ: CPAD, 2003.
- Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3.ed., RJ: CPAD, 2005.
- LIMA, E. R. Ética Cristã: Confrontando as Questões Morais do Nosso Tempo. 1.ed., RJ: CPAD, 2002;
- BARNHILL, J. A. Antes que as Dívidas nos Separem: Respostas e cura para os conflitos financeiros em seu casamento. - 1.ed., RJ: CPAD, 2003.
- Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3.ed., RJ: CPAD, 2005.
- LIMA, E. R. Ética Cristã: Confrontando as Questões Morais do Nosso Tempo. 1.ed., RJ: CPAD, 2002;
OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995 por Life Publishers, Deerfield, Flórida-EUA. Estudo A PROVIDÊNCIA DIVINA (BEP - CPAD);
-. Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
-. HUDSON, K. Criando os Filhos no Caminho de Deus: Um
guia bíblico para pais cristãos. 1.ed., RJ: CPAD, 1997.
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