TEXTO ÁUREO
“Desperta, ó tu que dormes, e
levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá”(Ef 5.14).
VERDADE PRÁTICA
Somente o Espírito Santo pode
reavivar a Igreja e levá-la a posicionar-se como a agência por excelência do
Reino de Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Apocalipse 3.1-6.
OBJETIVOS
· Identificar os problemas
pertinentes a igreja de Sardes;
· Compreender que não
podemos viver de aparência; e
· Reconhecer que somente o
Espírito Santo pode vivificar uma igreja espiritualmente morta.
Palavra Chave
Morte: Fim; desaparecimento gradual
de qualquer coisa que se tenha desenvolvido por algum tempo.
INTRODUÇÃO
A igreja se encontrava morta
espiritualmente. Aparentemente estava bem, o seu exterior físico era excelente.
No entanto, podemos definir essa igreja da mesma maneira que Cristo definiu os
escribas e os fariseus: “Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que
por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de
mortos e de toda imundícia” (Mt 23.27). A igreja em Sardes foi morrendo
aos poucos até esvaziar-se por completo do Espírito Santo. Agora, já não
passava de um cadáver. Mas aos olhos humanos, parecia bem viva. Isso nos lembra
de que costumamos julgar os outros pela aparência. Observamos o comportamento e
tentamos entender os motivos. Mas Cristo conhece e julga os corações. Ele vê o
caráter verdadeiro de cada crente e de cada igreja. Como nas outras cartas,
aquele que estava no meio dos candeeiros conhecia perfeitamente as obras e os
corações das igrejas. Qual não deve ter sido a surpresa dos discípulos ao
quando esta carta foi enviada ao mensageiro da igreja em Sardes; ela contrariou
totalmente a impressão popular dos discípulos. Apesar de sua aparência de uma
igreja forte e ativa, Cristo observou as falhas e sabia que aquela congregação
já estava quase morta. Caso não volta-se a viver, seria tomada de surpresa,
como se fosse por um ladrão. Não são poucos os ministérios, hoje, semelhantes a
Sardes. Estão no mesmo estado daquela, vivem do passado, pois já não existem no
presente. Cristo se refere a essa igreja como uma igreja aparentemente em paz e
tomada por indiferença e apatia. A boa fama não ocultou a verdadeira natureza
desta congregação dos olhos do Senhor. Mesmo sendo uma igreja morta
espiritualmente, Sardes abarcava remanescentes fiéis ao Senhor. A carta à
Igreja de Sardes é um aviso de Cristo para que não nos descuidemos da comunhão
com Ele. Boa aula!
I. A
IGREJA EM SARDES
1. A cidade de Sardes. Sardes, ou às vezes Sardis e Sárdis (Gr. Σάρδεις;
“aqueles que escapam”), correspondente ao moderno vilarejo turco de Sart (província
de Manisa), foi a capital da antiga Lídia – tendo sido depois a sede de uma
província romana após as reformas administrativas de Diocleciano, continuando a
pertencer a Roma depois e durante o período bizantino. Sardes localizava-se no
fértil vale do rio Hermo e no sopé do íngreme monte Tmolo, distante cerca de 34
km ao sul daquele curso d'água. A importância da cidade era devida ao seu
poderio militar, à sua relevante localização ligando o Egeu ao interior e a
situar-se em um vale muito fértil [1]. A indústria de tapetes era a principal
atividade econômica exercida pela cidade, até ser finalmente destruída por um
terremoto.
2. A igreja em Sardes. Assim como em
Éfeso, Esmirna, Pérgamo e Tiatira, o Evangelho pode ter chegado naquela cidade
através da obra missionária de Paulo (At 19.10), mas não devemos descartar a
hipótese de que testemunhas e convertidos no dia de Pentecostes poderiam ter
sido os primeiros a levar o Evangelho para aquela região (At 2.5-11). Embora
reputado como estando vivo, o anjo da igreja de Sardes na realidade estava
"morto": sua liderança e a maioria dos membros da igreja não tinham
vida espiritual, embora se chamassem cristãos e seguissem um ritualismo
religioso. Alguns poucos crentes desta igreja eram realmente vivos e não
contaminaram suas vestes. A palavra "Sardes" quer dizer os
que escapam ou os que saem. Ao relacionarmos esse nome com
a condenação de Cristo a essa igreja, o resultado será uma descrição perfeita
das igrejas da época da Reforma [2].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Situada em uma região
próspera, a igreja de Sardes, outrora avivada, agora vive de aparência.
II. A
IDENTIFICAÇÃO DO MISSIVISTA
À igreja em Sardes, apresenta-se
Jesus como aquele que tem os sete Espíritos de Deus. Sete representa a
totalidade e a perfeição divina. Diante do trono de Deus,“ardem sete
tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus” (Ap 4.5). Os
sete olhos do Cordeiro “são os sete Espíritos de Deus enviados por
toda a terra” (Ap 5.6). Deus sabe tudo e vê tudo (2Cr 16.9). Nada
em Sardes seria escondido de Jesus. Dessa forma, o Senhor realça a ação plena
do Espírito Santo na Igreja de Cristo. Somente o Consolador pode vivificar uma
igreja morta.
1. O que tem os sete Espíritos de
Deus (Ap 3.1). A expressão “sete espíritos” descreve a plenitude do Espírito Santo que
é único. Era urgente que Sardes soubesse: sem o Espírito Santo, a vida é
impossível. É o Espírito Santo quem dá plena vitalidade a uma igreja local. No
Novo Testamento vemos o Espírito Santo atuando na igreja de várias formas,
dentre as quais: Revestindo de poder (At 1.8; 2.1-4; 4.31), trasladando
sobrenaturalmente (At 8.39-40), orientando na separação de obreiros (At
13.1-3), participando das decisões conciliares (At 15.28-29), direcionado as
missões (At 16.6-10), distribuindo dons à igreja (1 Co 12.11). Ao mudar de
atitude em relação ao Espírito, uma igreja local pode iniciar um processo de
morte. Os passos para isso são geralmente os seguintes: Resistir ao Espírito
(At 7.51), entristecer ao Espírito (Ef 4.30), extinguir /apagar o Espírito (1
Ts 5.19), blasfemar contra o Espírito (Mt 12.31-32) [3].
2. Os sete Espíritos de Deus. Existe apenas um
único Espírito Santo (Ef 4.4). “[...] da parte dos sete Espíritos que se
acham diante do seu trono” (Ap 1.4); Trata-se do Espírito Santo em
plenitude (sete é um número de plenitude). Observemos “da parte”, “da parte
daquele que é” (Deus Pai). O versículo 5 (o Filho) e o Espírito. Os versículos
4 e 5 englobam a Trindade. E “da parte dos sete Espíritos” deve ser
interpretado como simbólico ou haverá mais de três na Trindade. Através da
sétupla ação do Espírito Santo, o Senhor Jesus traz novamente vida as igrejas
que, à semelhança de Sardes, deixaram-se esvaziar de Deus.
3. As sete estrelas. Apresenta-se Jesus,
também, como o soberano da Igreja. Jesus não somente vê, ele também controla.
As sete estrelas são os anjos das sete igrejas. Sempre que vemos a palavra
“estrela”, ela se refere a anjos. Ele segura os mensageiros das igrejas na sua
mão direita (Ap 1.16,20). Pode ver, julgar e até castigar conforme a sua
infinita sabedoria.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O Espírito de Santo é
aquele que pode vivificar uma igreja espiritualmente morta.
III. A
DOENÇA E A MORTE DE UMA IGREJA
Como nas outras cartas, aquele que
estava no meio dos candeeiros conhecia perfeitamente as obras e os corações das
igrejas. “Tens nome de que vives, e estás morto”, esta frase ilustra
perfeitamente a diferença importante entre reputação e caráter. A reputação é a
fama da pessoa, o que os outros acham que ela é, enquanto que o caráter é a
essência real da pessoa, o que realmente é.
1. Perda de memória. A primeira doença a
atingir a igreja em Sardes foi a perda de sua memória espiritual. Embora
vivesse do passado, já não conseguia lembrar-se do que recebera de Deus. Por
falta de cuidado, Sardes pereceu. Espiritualmente, discípulos e igrejas caem
por falta de vigilância e não são poucos os textos bíblicos que frisam a
importância da vigilância, pois o pecado nos ameaça de perto (Mt 26.41; 1Pd
5.8). Falsos mestres com suas doutrinas confusas procuram devorar os fiéis (At
20.29-31). Não devemos descuidar, porque não sabemos a hora que o Senhor vem
(Mt 24.42,43; 25.13; Lc 12.27-39; 1Co 16.13; 1Ts 5.6). O bom soldado toma a
armadura de Deus e vigia constantemente com perseverança e oração (Ef 6.18; Cl
4.2).
2. Desleixo. Esta foi à segunda
doença de Sardes: desleixo. Embora não sejamos perfeitos, nossas obras têm de
primar pela excelência. A igreja e os crentes em particular não deve deixar-se
enganar por causa de uma boa aparência ou reputação, mas deve continuar na
doutrina dos apóstolos e cuidas para praticar os ensinamentos da sã doutrina
sem desprezar o padrão divino. Sardes mantinha uma reputação e para parecer ser
uma igreja viva, havia ainda alguma atividade em Sardes. O problema não foi a
ausência total de obras, mas a falta de integridade delas. É possível defender
a doutrina de Deus sem amar ao Senhor (Ap 2.2-4). É possível obedecer a
mandamentos de Deus sem inteireza de coração (2Cr 25.2). É possível fazer
coisas certas com motivos errados. Os homens podem ver as obras; Deus vê os
corações, também. No âmbito do Reino de Deus, a perfeição é o padrão mínimo
aceitável, conforme recomenda o apóstolo: “se é ministério, seja em ministrar;
se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em
exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o
que exercita misericórdia, com alegria” (Rm 12.7.8). A perfeição na Igreja de
Cristo só é possível se amarmos o Cristo da Igreja.
3. Descaso para com o remanescente
fiel. “Poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras”(v. 4):
no meio de uma igreja quase morta, Cristo possuía um remanescente fiel. Embora
as cartas fossem destinadas às sete igrejas, as mensagens precisavam ser
aplicadas na vida de cada crente, porque a salvação não é coletiva, mas
individual. Isso nos lembra de que o julgamento final será individual (Ap 2.23;
22.12). Cada crente receberá “segundo o bem ou o mal que tiver feito
por meio do corpo” (2Co 5.10). Aqueles crentes que ainda ‘respiravam’
“Andarão de branco junto comigo” (v. 4); eles já andavam de
vestidura branca, sem as manchas do pecado e esperavam andar com Jesus de
roupas brancas, representando a vitória final sobre o pecado: “Linho
finíssimo, resplandecente e puro...são os atos de justiça dos santos” (Ap
19.8); “Pois são dignos” (v. 4): estes fiéis são dignos, não por mérito
próprio, mas por serem pessoas salvas pela graça, pessoas que andam nas boas
obras determinadas por Deus (Ef 2.8-10) e a promessa de Cristo a estes é: “De
modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida” (v. 5). O "Livro da
Vida" é mencionado várias vezes na Bíblia (Ap 3.5; 13.8; 17.8; 20.12,15;
21.27; Fp 4.3). Paulo afirma que seus cooperadores tinham seus nomes escritos
no Livro da Vida (Fp 4.3). Cristo afirma que os nomes dos vencedores que se
mantêm puros não seriam apagados deste livro (Ap 3.5).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Apesar de morta
espiritualmente, havia na igreja de Sardes alguns remanescentes fieis, e
fervorosos.
CONCLUSÃO
O processo de morte de uma igreja pode acontecer lentamente, passando
quase despercebido. Os próprios membros da congregação e outros que de fora
olham para ela podem pensar que tudo esteja bem. Porém, o Cabeça da Igreja é
aquele que anda no meio dos castiçais e possui olhos como chama de fogo, julga
os corações e conhece o estado verdadeiro de cada igreja e cada crente. Eu
creio firmemente que Ele nos convida, com esta lição, a ouvir o que o Espírito
diz às igrejas. “O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira
nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante
de meu Pai e diante dos seus anjos” (Ap 3.5).
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;
[1]. http://pt.wikipedia.org/wiki/Sardes;
[2] http://www.tempodofim.com/apocalipse/igreja_sardes1.htm;
[3] http://www.altairgermano.net/2012/04/sardes-igreja-morta-subsidio-para-licao.html
OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995 por Life Publishers, Deerfield, Flórida-EUA;
-. Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
-. HORTON, S. M. Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. 2.ed., RJ: CPAD, 2001.
-. LAWSON, S. J. As Sete Igrejas do Apocalipse: O Alerta Final de Cristo para seu povo. 5.ed., RJ: CPAD;
-. BLOMBERG, C. L. Questões Cruciais do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2010.
-. RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007.
-. RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 1.ed., RJ: CPAD, 2005.
Os textos das referências bíblicas foram extraídos do site http://www.bibliaonline.com.br/ , na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel, salvo indicação específica.
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