Uma igreja verdadeiramente próspera
TEXTO ÁUREO
“E, a todos quantos andarem conforme esta regra,
paz* e misericórdia** sobre eles e sobre o Israel de Deus”. Gl 6.16
*Strong 1515: - eirene: paz
(literal ou figurado); (por implicação) prosperidade: - paz, quietude, repouso,
+ retornar à unidade. Paz, mais especificamente em sentido civil, o oposto de
guerra e dissensão (Lc 14.32; At 12.20; Ap 6.4). Paz com o significado de
saúde, bem-estar, prosperidade, todas as formas de bem.
**Strong 1656: - eleos: compaixão
(humana ou divina, especialmente de modo ativo):-(+terna) misericórdia.
Israel de Deus. Este termo se
refere a todo o povo de Deus debaixo do novo concerto, i.e., todos os salvos,
tanto judeus como gentios. Isto quer dizer que todos que pela “cruz de nosso
Senhor Jesus Cristo” estão crucificados para o mundo (v.14) e se tornam “nova
criatura” (v. 15), constituem-se no verdadeiro “Israel de Deus” (cf Rm 2.28,29;
9.7,8; Ef 2.14-22; Fp 3.3; 1Pe 2.9). [1]
_____________________________________
[1] Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995 por Life Publishers, Deerfield,
Flórida-EUA;
Nota Textual Gálatas 6.16; p. 1804.
VERDADE PRÁTICA
A Igreja prospera quando cumpre integralmente a
missão que lhe confiou o Senhor.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 2.11-13; Romanos 11.1-5.
OBJETIVOS
· Analisar alguns aspectos do povo de Deus na Velha e na Nova Aliança;
· Compreender qual é a verdadeira natureza da Igreja; e
· Conscientizar-se de que a Igreja tem como missão a adoração, a
instrução, a edificação e a proclamação.
PALAVRA CHAVE
Igreja - Organismo místico composto por todos os que, pela fé, aceitaram a Jesus como
único e suficiente Salvador, e têm a Palavra de Deus como única regra de fé e
conduta.
I. Introdução
“O Israel de Deus”.- Essa locução pode
designar o povo de Deus recentemente constituído, cuja marca distintiva é o
Espírito Santo e não a circuncisão. Todos aqueles que creem em Cristo são o
Israel de Deus. Gálatas 3.29 diz que “E, se sois de Cristo, então, sois
descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa”. A Igreja é apresentada
nas Escrituras como o povo de Deus (1Co 1.2; 10.32; 1Pe 2.4-10), o agrupamento
dos crentes redimidos como fruto da morte de Cristo (1Pe 1.18,19). Assim como a
nação de Israel, é um povo peregrino que já não pertence a esta terra (Hb
13.12-14), cujo primeiro dever é viver e cultivar uma comunhão real e pessoal
com Deus (1Pe 2.5). Que fique gravado na mente e no coração de nossos alunos
que a missão principal da Igreja é representar a Deus perante todos os povos
com o Evangelho de Cristo.
II. Desenvolvimento
I. O POVO DE DEUS NA VELHA E NOVA ALIANÇA
1. O Israel Nação. Deus fala com
Moisés no Monte Sinai e afirma que Israel seria a sua “propriedade peculiar”,
“reino sacerdotal”, e “povo santo”, caso aceitasse os termos da aliança (Êx
19.5-7). Deus indica que Israel seria o seu tesouro pessoal dentre tudo o que
existe (1Cr 29.3). Pela eleição divina, Israel foi separado dentre todos os
povos, os quais também pertencem a Deus. Nestes versículos, o Senhor indica os
objetivos que ele tem para o seu povo recém-liberto do cativeiro – adoração.
Não é custoso lembrar que a ênfase aqui recai sobre o relacionamento de Israel
com Deus, e não sobre qualquer ministério sacerdotal às nações, mas através do
relacionamento entre Israel e o Senhor seria dado testemunho ao mundo. Dessa
forma, os judeus levariam o nome do Senhor a todas as nações. Logo, tanto as
bênçãos decorrentes da obediência como as maldições advindas da desobediência,
na Antiga Aliança (Dt 27-28), devem ser entendidas no contexto da vocação de
Israel. O Senhor promete restaurar o seu povo através de uma “nova aliança” (Jr
31.31-34; Ez 36.26). Mas os judeus, devido à sua incredulidade e dureza de
coração, vieram a rejeitar a Jesus como o mediador do novo concerto (Hb 9.15;
12.24; Jo 1.12). Por causa disso, o propósito de Deus de ter um povo que o
representasse continuou com a Igreja de Cristo — o Israel do Novo Testamento.
Isso não significa que Deus haja se esquecido do povo hebreu (Rm 11.2). Paulo
se dá como exemplo do fato de que há um remanescente salvo em Israel e deixa
entendido que o amor e a escolha especial e graciosa deles torna inconcebível
que Deus os tenha finalmente rejeitado como um povo embora eles o tivessem
ainda recentemente rejeitado, quando rejeitaram a Cristo. Pelo contrário.
Afirma Paulo que “todo o Israel será salvo” (Rm 11.26). Esta expressão não deve
ser entendida como que significando que cada judeu que já viveu será salvo.
Paulo não ensina isso, como se pode ver em 10.2 e 3. A expressão deve ser
entendida com o mesmo sentido de “a plenitude dos gentios” do versículo 25.
Paulo fala num sentido coletivo, como que uma conversão em massa a Cristo. Esta
é a visão dos que crêem que a declaração de Paulo “virá o Libertador”seja uma
referência à volta de Cristo, quando muitos judeus, tendo ouvido e visto a
verdade do Evangelho durante a Grande Tribulação, aceitarão o Messias quando
ele voltar.
2. O Israel do Novo Testamento. O termo ekklesia
literalmente refere-se à reunião de um povo, por convocação, que se reúne como
cidadãos do reino de Deus (Ef 2.19) com o propósito de adorar a Deus. Nesse
sentido, a igreja é apresentada como povo de Deus (1Co 1.2; 10.32; 1Pe 2.4-10),
o agrupamento de crentes redimidos como fruto da morte de Cristo (1Pe 1.18,19).
O termo grego ‘paroikos’ - ‘forasteiros’ utilizado por Paulo no texto de Ef
2.19 (formado por para ‘ao lado de’ e oikeo, ‘habitar’; denota um estrangeiro
que habita como hóspede temporário em um país sem os direitos de cidadania. A
mesma palavra é usada para descrever Abraão e Moisés, habitantes temporários de
um país que não era o deles (At 7.6,29), e o crente está nesse mundo como um
estrangeiro cuja cidadania e última residência estão no céu (1Pe 2.11) (Strong
3941). O Antigo Testamento apresenta um silêncio relativo acerca do ‘mistério
de Paulo’-‘a união de judeus e gentios na igreja’ (Ef 3.5,6). Essa reunião foi
prevista pelos profetas: “Bendito seja o Egito, meu povo, e a Assíria, obra das
minhas mãos, e Israel, minha herança” (Is 19.25). Se esta idéia tivesse sido
completamente desconhecida no Antigo Testamento, Paulo não poderia ter dito,
como disse em Rm 4, que a aliança abraâmica compreendia todos os que fossem da
fé que teve Abraão, inclusive os gentios. Paulo disse a Agripa que a sua
proclamação de luz para judeus e gentios, indistintamente, não ultrapassava o
que havia sido prometido por Moisés e os profetas (At 26.22,23).Paulo inicia Ef
4.e coma declaração: “há um só corpo”, enfatizando a unidade dos crentes e, de
modo mais específico, que os judeus e os gentios são iguais em Cristo (Gl 6.16;
Rm 2.28,29; Ef 2.14-22; Fp 3.3; 1 Pe 2.9). Em Cristo, Deus não substituiu, mas
deu continuidade ao processo de auto revelarão anteriormente iniciado no Antigo
Testamento.
3. O povo único de Deus. A igreja existe em
Cristo e através de Cristo e, por isso, ela é uma realidade distintiva do Novo
Testamento. Ao mesmo tempo, a igreja é uma continuidade de Israel, a semente de
Abraão e o povo da aliança de Deus. A nova aliança sob a qual a igreja vive
(1Co 11.25; Hb 8.7-13) é uma forma de relacionamento em que Deus diz à sua
comunidade escolhida: “Eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo” (Jr
7.23; 31.33; Êx 6.7). Sob a nova aliança, os sacerdotes, os sacrifícios e
santuário o Antigo Testamento foram substituídos pela mediação de Jesus (Hb
1-10). Os crentes em Cristo são a semente de Abraão e o povo de Deus (Gl 3.29;
1Pe 2.4-10). A limitação da antiga aliança a uma só nação (Dt 7.6; Sl
147.19,20) é substituída pela inclusão, em Cristo, em igualdade de condições,
de crentes de todas as nações (Ef 2-3; Ap 5.9,10). A descrença da maior parte
dos judeus (Rm 9-11) e o fato de a maioria na igreja ser de gentios é retratada
por Paulo como a poda feita por Deus dos ramos naturais de sua oliveira (a
comunidade histórica da aliança) e a substituição deles pelos rebentos novos da
oliveira brava (Rm 11.17-24). A nova aliança não exclui os judeus, e Paulo
ensina que a rejeição da nova aliança por parte deles um dia será revertida (Rm
11.15,23-31).
O Novo Testamento revela que Deus, através de Jesus, renovou a aliança
com seu povo e que nesse ato, tanto judeus como gentios formam um só povo – a
igreja, uma única comunidade que presta culto a Deus. Ser parte da Igreja é
reconhecer Jesus como o Messias — a plenitude das promessas divinas. Essa é a
verdadeira prosperidade.
SINOPSE
DO TÓPICO (I)
A Igreja de Cristo é o “povo de Deus”
formado tanto por judeus como por gentios.
II. A IGREJA E SUA NATUREZA
1. Localidade e universalidade. Em sua verdadeira
realidade espiritual como a comunhão de todos os crentes genuínos, a igreja é
invisível. Falando da igreja invisível, o autor de Hebreus refere-se “`a igreja
dos primogênitos, cujos nomes estão escritos nos céus”(Hb 12.23). A igreja invisível
é a igreja como Deus a vê. A igreja local pode ser definida assim: "a
igreja visível é a igreja como os crentes a veem". Ela inclui todos os
crentes professos. Note-se que, nesse aspecto, a igreja conta entre seus
membros com crentes não genuínos. Paulo fala de Himeneu e Fileto: “o ensino
deles alastra-se como câncer […] estes se desviaram da verdade [...] a alguns
perverteram a fé”(2Ts 2.17,18). Mas ele confia que “o Senhor conhece quem lhe
pertence” (2Tm 2.19). A Igreja é local, mas também é universal. Isto é, ela é
formada por todos os crentes das mais diferentes culturas, raças e nações.
2. O ensino neotestamentário revela que a Igreja é
una (Ef 4.4). Wayne Grudem vê distinção entre as metáforas para a igreja expostas por
Paulo em 1Co 12 e em Ef 4. Diz ele: “Devemos reconhecer que Paulo de fato usa
duas metáforas diferentes do corpo humano quando fala da igreja. Em 1Co 12 o
corpo inteiro é tomado como metáfora da igreja, porque Paulo fala do 'ouvido',
do 'olho' e do 'olfato'(1Co 12.16,17). Nessa metáfora, Cristo não é visto como
a cabeça ligada ao corpo, porque os membros individuais são em si mesmos as
partes individuais da cabeça. Cristo é nessa metáfora o Senhor que está 'fora'
desse corpo que representa a igreja e é a quem a igreja representa e adora. Mas
em Ef 1.22,23; 4. 15,16 e em Cl 2.19 Paulo usa uma metáfora diferente de corpo
para referir-se à igreja. Nessas passagens, Paulo diz que Cristo é o cabeça e a
igreja é como o restante do corpo, distinto da cabeça […]. Não devemos
confundir essas duas metáforas, a de 1Co 12 e a de Ef 4, mas mantê-las
distintas”. [2]
_____________________________________
[2] GRUDEM Wayne. Manual de Doutrinas Cristãs: teologia sistemática ao
alcance de todos/wayne Grudem; editado por Jeff Purl,swell; tradução Heber Carlos
de Campos. - São Paulo; Editora Vida, 2007.
3. A santidade é tanto posicional como progressiva. Strong 42: -
hagiosune; processo, qualidade e condição de uma disposição sagrada e a
qualidade da santidade na conduta pessoal. É o princípio que separa o crente do
mundo. Hagiosune nos consagra ao ministério de Deus no corpo e na alma,
encontrando realização moral e uma vida comprometida à pureza. Ela faz com que
cada componente de nosso caráter seja submetido à inspeção divina e receba sua
aprovação. No primeiro caso, o crente é santo porque espiritualmente
encontra-se em Cristo e, assim, participa de sua natureza santa. Todavia, no
seu viver diário, o crente tem sua parte a fazer, isto é, ajustar-se ao que a
Palavra de Deus ensina sobre um viver de pureza e integridade (2 Co 7.10). A
vida santa pede para confiar completamente em Deus para sabedoria espiritual,
rejeitando a sabedoria do mundo. A santidade devota tempo e energia ao
conhecimento do Senhor, escolhendo associar-se com outros crentes ao invés de
ser indevidamente influenciado pelos valores do mundo. A obra da santificação é
conduzida à sua plenitude gloriosa na segunda vinda do Senhor (1Ts 5.23; 1Co
1.8; Fp 1.6; 2Ts 3.3; Jd 24).
SINOPSE
DO TÓPICO (II)
A Igreja é o corpo místico de Cristo na
Terra. Ela é tanto local quanto universal.
III. A IGREJA E SUA MISSÃO
1. Adoração. (Strong 4352: proskuneo; De pros, ‘em
direção a’ e kuneo, ‘beijar’. Prostrar-se, vergar-se, obedecer, mostrar
reverência, homenagear, louvar, adorar. No Novo Testamento, a palavra denota
principalmente a homenagem prestada a Deus e a Cristo ascendido ao céu. Todos
os crentes têm um louvor unidimensional, ao único Senhor e Salvador. Não
adoramos anjos, santos, santuários, relíquias, ou personagens religiosos. ‘E,
servindo eles ao Senhor... ’ (At 13.2). Este é o comissionamento do grande
ministério apostólico de Paulo. Servindo traduz um verbo usado pelo serviço
sacerdotal oficial. Aqui se refere ao seu ministério da adoração pública. O
termo grego leitourgeo pode ser traduzido como realizar atos religiosos ou de
caridade, cumprir uma tarefa, realizar uma função, oficiar como sacerdote,
servir a Deus com orações e jejum. A palavra descreve o sacerdócio arônico
ministrando serviços levíticos (Hb 10.11). Em Rm 15.27, é usado para atender
necessidades financeiras dos cristãos, realizar um serviço ao Senhor ao
fazê-lo. Aqui, os cristãos de Antioquia estavam cumprindo uma tarefa e
dispensando uma função normal ao ministrar ao Senhor através de jejum e orações
[3]. Em sua primeira epístola aos Coríntios, Paulo dá diretrizes acerca de como
deve ser o culto cristão (1 Co 14.26). Entre outras instruções, ele diz: “cada
um de vós tem salmo”. Culto aceitável exige mãos limpas e coração puro (Sl
24.4), e uma disposição para expressar devoção em obras de serviço bem como em
palavras de adoração. Salmo aqui é uma referência ao hinário da Igreja
Primitiva, embora saibamos que havia também expressões espontâneas de louvores
e cânticos espirituais entre os primeiros crentes (Ef 5.19; Cl 3.16). A adoração
deve ser já a atividade principal, tanto particular como comunitária, na vida
de cada crente (Cl 3.17). Diante do exposto, deve ser combatido aquilo que
costumamos ouvir como ‘buscar a bênção’; ‘ser abençoado’... O culto cristão é
uma misto de reverência e alegria pelo privilégio de aproximação do poderoso
Criador, com radical auto humilhação e honesta confissão de pecados.
_____________________________________
[3] Adaptado de Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP, Sociedade
Bíblica do Brasil, 2001, Palavra-Chave, p. 1124.
2. Instrução e edificação. A parte central das
últimas instruções de Jesus aos discípulos, antes de sua ascensão, foi a ordem
de evangelizar o mundo e fazer novos discípulos (Mt 28.19; At 1.8). A tarefa da
evangelização ainda faz parte imperativa da missão da Igreja, ela é chamada a
ser uma comunidade evangelizadora [4]. Louis Berkhof em sua Teologia
Sistemática falando acerca das marcas distintivas da Igreja assevera: “A fiel
pregação da Palavra. Esta é a mais importante marca da Igreja. [...] A fiel
pregação da Palavra é o grande meio para a manutenção da Igreja e para
habilitá-la a ser a mãe dos fiéis. Que esta é uma das características da Igreja
transparece em passagens como Jo 8.31, 32, 47; 14.23; 1Jo 4.1-3; 2Jo 9” [5]. A
Grande Comissão foi dada pela autoridade de Cristo, posto que seu domínio é
universal, o evangelho deve ir ao mundo inteiro. Cristo morreu em sacrifício
vicário – no lugar de – pecadores de todas as nações. Assim, devemos avançar e conquistar
novos discípulos, e isso não é uma opção, é uma obrigação de todo aquele que se
diz cristão; não somos todos evangelistas no sentido formal do termo, mas todos
temos recebido os dons necessários para ajudar a realizar essa que é a obra
primaz da Igreja - esse imperativo de Jesus é a razão primária de ser Igreja!
No mesmo texto de 1 Coríntios 14.26, o apóstolo também diz que “cada um de vós
tem [...] doutrina”. A palavra grega didaché, traduzida aqui como doutrina, é
uma referência à instrução que era ministrada aos crentes através da exposição
da Palavra de Deus. Toda igreja verdadeiramente bíblica necessita da exposição
das Sagradas Escrituras. Pedro exorta aos crentes a desejarem ardentemente o
genuíno leite espiritual capaz de dar crescimento para a salvação (1 Pe 2.2). É
por isso que a igreja em Antioquia possuía mestres (At 13.1). O próprio Deus
colocou-os na Igreja, visando o pleno desenvolvimento dos santos (Ef 4.11,12).
Paulo afirma que o propósito disso tudo é a edificação da Igreja (1 Co
14.3,26). Outro aspecto a ser observado é que, embora a Escritura mostre o lado
comunal da Igreja Primitiva, o Novo Testamento não é avesso aos bens materiais
desde que estes sejam usados para a glória de Deus, para a expansão de seu
Reino e para o socorro dos mais necessitados (At 4.32-35). O exemplo de Barnabé
é bastante significativo (At 4.36-37). Temos hoje no Brasil grandes
ministérios, com suntuosos templos, bem equipados e confortáveis, mas é
possível frequentar tais lugares e voltar para casa vazia. Em nossa cultura
evangélica tupiniquim, dá-se mais valor ao templo e/ou denominação a que se
pertence do que a um comprometimento com o SENHOR semelhantemente como nos dias
de Jeremias. Nos programas de TV, a ênfase recai mais na placa da igreja onde
pertencer a esse ou aquele grupo é mais importante do que ter uma vida
transformada para Deus. O que temos hoje é uma geração de crentes que depositam
sua fé no templo do qual fazem parte porque já não são templos do Espírito
Santo. Em 2 Ts 1.10, a frase 'o nosso testemunho não foi crido entre vós', se
refere ao fato de que os missionários, além de proclamar as verdades do
Evangelho, tinham prestado testemunho ao poder dessas verdades. Strong define o
termo 'testemunho', do grego marturion, como prova evidência, testemunho e
proclamação de experiência pessoal; e o termo grego marturia como testemunho,
atestado histórico, evidência, certificação judicial ou geral. Marturia
descreve um testemunho baseado no que alguém viu, escutou ou sabe. O termo `Martus`,
de onde provém o português mártir e martírio, fala de alguém que testifica a
verdade que viu uma testemunha, alguém que tem conhecimento de um fato e pode
dar informações a respeito. Disto se entende que, o crente enquanto testemunha
do Reino, proclama ao mundo não regenerado sua experiência pessoal com o
Evangelho e o seu poder transformador. Todo crente verdadeiro é um missionário
enviado ao mundo para dar testemunho de Cristo, para alcançar os perdidos onde
possam ser encontrados e conduzi-los ao Salvador. ‘E a luz resplandece nas
trevas, e as trevas não a compreenderam’ (Jo 1.5). O fato de que Jesus é a
expressão eterna, definitiva de Deus, continua desconhecido da humanidade. O
mundo, apesar da graça comum, é incapaz de apreender esse mistério. A função da
igreja é apoiar e transmitir ao mundo a verdade que Deus revelou. É mediante o
testemunho da igreja que os pecadores são alcançados pela mensagem do
Evangelho, nascem de novo e passam a fazer parte do Corpo de Cristo (1Co
11.26). é interessante que, Jesus comissiona seus discípulos da mesma forma que
Ele foi comissionado pelo Pai –‘Assim como o Pai me enviou, também eu envio a
vós’ (Jo 20.21). Strong define o termo ‘enviou’, do grego ‘apostello’, como
“comissionar, separar para um serviço especial, enviar uma mensagem através de
alguém, enviar com uma missão a cumprir, equipar e despachar alguém com total
apoio e autoridade de quem enviou” [7]. O evangelho de João apresenta a
divindade de Jesus – o Filho de Deus. Como Deus, ele criou todas as coisas e,
como Deus, ele veio para redimir a todos – trazer a totalidade do perdão. Esse
aspecto de sua missão é transmitido a seus discípulos, bem como seu
comissionamento: ir com o perdão. Começou aqui tanto um mandato como uma
missão: ‘Eu vos envio a vós’. Precisamente, tanto como o Pai enviou o Filho
para trazer a salvação como uma disponibilidade para todos os seres humanos (Jo
3.16), nós também somos enviados para garantir que a disponibilidade seja
compreendida por todos [6].
_____________________________________
[4]. Adaptado de: HORTON, Stanley M., Teologia Sistemática – Uma
Perspectiva Pentecostal, CPAD, Rio de Janeiro-RJ, 10ª edição, 2006; p. 554;
[5]. BERKHOF, Louis, 1932-Teologia Sistemática, traduzido por Odayr
Olivetti.-3ª edição Revisada-São Paulo-SP: Cultura Cristã 2009, p. 530;
[6]. Adaptado de Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP, Sociedade
Bíblica do Brasil, 2001,Dinâmica do Reino, p.1099.
3. Proclamação. Uma igreja
adoradora, instruída na Palavra e verdadeiramente próspera, tem como foco
principal a proclamação do Evangelho de Cristo. O propósito do Senhor não era
que a Igreja apenas existisse como finalidade em si mesma, para se tornar, por
exemplo, simplesmente mais uma unidade social formada por membros de
mentalidade semelhante. Pelo contrário, a Igreja é uma comunidade formada por
Cristo em benefício do mundo. Cristo entregou-se em favor da Igreja, e então a
revestiu com o poder do Espírito Santo a fim de que ela pudesse cumprir o plano
e propósito de Deus. A parte central das últimas instruções de Jesus aos seus
discípulos, antes de sua ascensão, foi a ordem de evangelizar o mundo e fazer
novos discípulos (Mt 28.19; At 1.8). É importante frisar que Cristo não
abandonou os crentes à sua própria capacidade ou técnica, mas ele comissionou
nos a ir com a sua autoridade e no poder do Espírito Santo (Mt 28.18; At 1.8).
Para isso, é imperioso que se lance mão de todos os meios possíveis para
difundir as boas novas do Reino, penetrar os locais inacessíveis. O The
Christian Post obteve os comentários de algumas pessoas sobre o uso da Internet
como ferramenta de evangelismo: ‘Marina Menezes, publicitária recém-formada,
afirma que já evangelizou colegas pelo MSN. “Não é difícil falar pela internet.
Ainda mais quando é uma pessoa próxima. Sempre é bom falar de Jesus”, afirma. O
estudante Rafael Morales também já compartilhou experiências com Deus pela
ferramenta. “é uma forma legal de passar as coisas, pois é dinâmico”, ressalta;
O meio chega a render até conversões, segundo Gilson de Oliveira, que lidera um
grupo de jovens em uma Assembleia de Deus. “Já consegui levar uma pessoa a
fazer a oração de entrega pelo MSN e ela está firme com Jesus até hoje”,
declara’. Não é em vão o comentário do Pr. Rick Warren, fundador da Saddleback
Church, sobre o Facebook. Para ele, se a rede fosse uma nação, hoje figuraria
como a quarta maior do planeta [7]. A missão da Igreja é colocar em prática a
Grande Comissão (Mt 28.19). Fomos chamados para sermos proclamadores das boas
novas do Reino de Deus (1 Pe 2.9). Uma igreja que não prega e não evangeliza
está longe de ser realmente próspera, por mais rica que seja.
_____________________________________
[7] Extraído de http://portuguese.christianpost.com/noticias/20110718/jovens-da-geracao-y-evangelismo-na-web/;
SINOPSE
DO TÓPICO (III)
A igreja tem como missão a adoração, a
instrução, a edificação e a proclamação.
CONCLUSÃO
A Igreja é o “Israel de Deus” e, como tal, tem a missão de representá-lo
nessa terra. O Reino de Deus é uma dádiva que está presente tanto na Pessoa de
Jesus Cristo quanto em seu Corpo, a Igreja. Nessa perspectiva, ela tem a
responsabilidade de proclamar e demonstrar as virtudes do Reino de Deus como um
espelho que reflete uma imagem. Um alto padrão é exigido – exemplificar Jesus
Cristo em espírito e comportamento, bem como suas palavras e deveres. Os
membros do Corpo são julgados não pelo que realizam, mas pelo caráter que
revelam – quem eles são diante daquilo que fazem. Homens falíveis foram
escolhidos para serem discípulos de Jesus e como todos os homens, eles lutavam
contra o orgulho e a ambição (Mt 20.20-23). Percebendo sua luta, Jesus toma o
exemplo de uma criança, afirmando que, no Reino de Deus, os grandes devem ser
como tal criança – humilde, confiante e fácil de ensinar (Mt 8.4). Em outra
oportunidade, quando a preocupação deles por 'status' surgiu novamente, Jesus
declara que o maior é servo de todos (Lc 22.25-27). Tudo gira em torno da maior
virtude no Reino – Humildade. É a humildade que nos permite reconhecer que Deus
tem o lugar principal em nossa vida, que somos mortais e falíveis. Ela é o
principio da sabedoria (Pv 22.4). As verdades do Reino de Deus são somente
percebidas por aqueles que são humildes (Tg 4.6; Mt 5.3). Que eu e você,
possamos como espelho, refletir o exemplo de Cristo e sermos verdadeiros
representantes do Reino de Deus.
Fonte: Francisco de Assis Barbosa - auxilioaomestre@bol.com.br
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, A
verdadeira prosperidade — A vida cristã abundante; Comentarista: José
Gonçalves; CPAD;
CITAÇÕES:
-. [1] Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995 por Life Publishers,
Deerfield, Flórida-EUA; Nota Textual Gálatas 6.16; p. 1804.
-.[2] GRUDEM Wayne. Manual de Doutrinas Cristãs: teologia sistemática ao
alcance de todos/wayne Grudem; editado por Jeff Purl,swell; tradução Heber
Carlos de Campos. - São Paulo; Editora Vida, 2007.
-.[4]. Adaptado de: HORTON, Stanley M., Teologia Sistemática – Uma
Perspectiva Pentecostal, CPAD, Rio de Janeiro-RJ, 10ª edição, 2006; p. 554;
-. [5]. BERKHOF, Louis, 1932-Teologia Sistemática, traduzido por Odayr
Olivetti.-3ª edição Revisada-São Paulo-SP: Cultura Cristã 2009, p. 530;
-. [6]. Adaptado de Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP, Sociedade
Bíblica do Brasil, 2001, Dinâmica do Reino, p.1099.
-.[7] Extraído de
http://portuguese.christianpost.com/noticias/20110718/jovens-da-geracao-y-evangelismo-na-web/;
OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995 por Life Publishers, Deerfield,
Flórida-EUA;
-. Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
-. HAYFORD J.A Chave de Tudo. 1.ed., RJ: CPAD, 1994, pp.93-4;
-. CABRAL, E. Mordomia Cristã: Aprenda como Servir Melhor a Deus. 1.ed.,
RJ: CPAD, 2003, p.138;
-. RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento.
1.ed., RJ: CPAD, 2007;
-. ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2009;
-. DAMIÃO, V. A Igreja no Século XXI. 1.ed., RJ: CPAD. 2008.
-. RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento.
1.ed., RJ: CPAD, 2007.
-. COUTO, G. Teologia Sistemática Pentecostal. 1.ed., RJ: CPAD, 2008,
pp.414,415
Os textos das referências bíblicas foram extraídos do site
http://www.bibliaonline.com.br/ , na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel,
salvo indicação específica.