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terça-feira, 29 de maio de 2012

10ª lição de 03 de junho de 2012


O GOVERNO DO ANTICRISTO

TEXTO ÁUREO

"Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se tem feito anticristos; por onde conhecemos que é já a última hora" (1 Jo 2.18).

Outro teste da verdadeira crença, João distingue entre os heréticos e os verdadeiros crentes (VS. 18-21), descreve a natureza e resultado da heresia (VS 22-23) e relembra seus leitores dos recursos disponíveis para lidar com a heresia (VS. 24-27).[a].

VERDADE PRÁTICA

O espírito do Anticristo já opera no mundo. Portanto, combatamo-lo com a Palavra de DEUS e com a divulgação do Evangelho de CRISTO até aos confins da terra.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Apocalipse 13.1-9.

OBJETIVOS

- Definir o termo Anticristo;
- Explicar como se dará o aparecimento e o governo do Anticristo; e
- Saber a plataforma e o fim do seu governo.

PALAVRA CHAVE

Governo: Capacidade ou possibilidade de exercer controle sobre um povo. Ato ou efeito de governar. Regência. Direção, administração. Poder ou coletividade que dirige um Estado. Território em que o governo é exercido. Tempo durante o qual os governantes exercem o seu cargo[b].


INTRODUÇÃO

 “Filhinhos, esta é a última hora; e, conforme ouvistes que vem o anticristo, já muitos anticristos se têm levantado; por onde conhecemos que é a última hora” (1Jo 2.18). Romano Prodi (ex-primeiro-ministro da Itália) disse: “não temos alternativa senão formar os Estados Unidos da Europa” [NZZ, 20 de novembro de 2008, Internacional, pg. 7]. Em um artigo, a revista Die Zeit lamentou que não houvesse um “líder global” adequado em vista e considerou Barack Obama como o “presidente mundial certo para o século 21” [Factum 8/2008, p. 6]. As crises econômicas preparam o mundo para o gigante mundial que virá. Individualmente, as pessoas podem ser inteligentes, mas as massas sempre estão sujeitas à sedução. A história prova isso, e as consequências são assustadoras. Ao lermos os jornais chegamos facilmente à conclusão de que o cenário já está montado para o surgimento desse grande líder mundial que “salvará” o mundo político-econômico-religioso-globalizado que cada dia mais mergulha no caos. Escatologia é o aspecto da doutrina bíblica que lida com as “últimas coisas”; o texto de ouro traz uma descrição feita por João em que escreveu como sendo a “ultima hora”, evidenciando que ele e aqueles crentes viviam uma expectativa imediata da segunda vinda de Cristo. Jesus espera essa mesma atitude de seus servos, ele deseja que aqueles por quem ele morresse o aguardem ansiosamente sua volta (Mt 25.1-13; 2Tm 4.8). Aproveitemos bem esta aula para resgatar em nós mesmos e em nossos alunos essa abençoada perspectivos. Boa aula!

I. QUEM É O ANTICRISTO 

1. Definição etimológica. Anticristo (Gr. Αντιχριστός; "opositor a Cristo") O Léxico do grego Liddell-Scott-Jones (LSJ) diz que "anti" pode significar "oposição/contra" ou "em vez de", assim "anticristo" significa "oposição a Cristo" ou "vem vez de Cristo" (ou seja, algo tentando tomar o lugar de Cristo)[c]; É uma denominação comum no Novo Testamento para designar aqueles que se oponham a Jesus Cristo, e também designa um personagem escatológico, que segundo a tradição cristã dominará o mundo nos últimos dias antes que haja a segunda vinda de Cristo[d]. O termo anticristo ocorre apenas quatro vezes na Bíblia, todas elas nas cartas do apóstolo João: 1Jo 2.18; 2.22; 4.3 e 2Jo 1.7, onde o termo anticristo é definido como um "espírito de oposição" aos ensinamentos de Cristo.

2. Definição teológica. Segundo a Bíblia, está para vir o Anticristo (1Jo 2.18); aquele que trama o derradeiro ataque furioso de Satanás contra CRISTO e os santos, pouco antes do tempo em que nosso Senhor Jesus Cristo estabelecerá o seu reino na terra. As expressões que a Bíblia usa para o Anticristo são “o homem do pecado” e “o filho da perdição”. Outras expressões usadas na Bíblia são “a besta que sobe do mar” (Ap 13.1-10), a “besta de cor escarlate” (Ap 17.3) e “a besta” (Ap 17.8, 16; 19.19,20; 20.10). O capítulo 13 de Apocalipse descreve o conflito entre o anticristo e Deus e também o seu povo durante a tribulação. A besta que sobe do mar é o último grande governo mundial da história, e consiste em dez reinos sob o controle do anticristo (17.12; Dn 2.40-45; 7.24,25; 11.36-45). O mar representa muitas nações (Ap 17.15). Satanás concede seu poder a esse governo e o usa contra Deus e contra seu povo (v. 2).

SINOPSE DO TÓPICO (I)

Após o arrebatamento da Igreja, o Anticristo haverá de se manifestar ao mundo. Suas sedes política e religiosa serão a Babilônia (Roma) e Jerusalém, respectivamente.

II. O APARECIMENTO DO ANTICRISTO

1. Tempo. Diferente do arrebatamento da igreja, a vinda do Anticristo não ocorrerá sem sinais precursores. Pelo menos três eventos deverão ocorrer antes dele surgir na terra:
- o “mistério da injustiça” que já opera no mundo, deverá intensificar-se (2Ts 2.7);
- virá a “apostasia” (2Ts 2.3);
- “um que, agora, resiste”, deve ser afastado (2Ts 2.7).
O “mistério da injustiça”, isto é, a atividade secreta dos poderes do mal, ora evidente no mundo inteiro (2Ts 2.7), aumentará até alcançar seu ponto máximo na total zombaria e desprezo a qualquer padrão ou preceito bíblicos. Por causa do predomínio da iniquidade, o amor de muitos esfriará (Mt 24.10-12; Lc 18.8). Mesmo assim, um remanescente fiel permanecerá leal à fé apostólica conforme revelada no Novo Testamento (Mt 24.13; 25.10; Lc 18.7; ver Ap 2.7). Por meio desses fiéis, a igreja permanecerá batalhando e manejando a espada do ESPÍRITO até ser arrebatada (ver Ef 6.11) [e].

2. Lugar. Surgirá um grande chefe político que comandará uma “Confederação de Reinos”, representada pelos dez chifres, que na profecia de Daniel é representada pelos dez dedos da estátua sonhada por Nabucodonosor (Dn 2). Na Bíblia, chifres é símbolo de poder, de autoridade; assim concluímos que cada governo dessa Confederação terá poder no seu território, contudo, submisso à um governo central. Se olharmos para a atual conjuntura política e econômica, esta profecia está desenhando seu cumprimento, com a unificação da Europa - área do antigo Império Romano, onde já existe uma só moeda (Euro). As sete cabeças representam as sete colinas de Roma, bem como sete reis (Ap 17.9). Defere-se então, que Roma abrigará a sede desse governo do Anticristo. Interessante notar que a profecia fala em diademas – o símbolo da União Europeia.

SINOPSE DO TÓPICO (II)

O Anticristo, segundo as Escrituras, é um personagem real e não uma ficção.

III. O SUSTENTO DO GOVERNO DO ANTICRISTO 

O Anticristo contará com o suporte de dois tenebrosos personagens: um espiritual: o Dragão; e o outro humano: o Falso Profeta.

1. O Dragão. O dragão mencionado é o diabo, sedutor das nações (Ap 20.10). Na verdade, a autoridade desse governo emanará de Satanás. Os governos subjugados por ele vão estar sujeitos a Satanás. Será o pouco tempo de Satanás. O período da grande tribulação. O governo do anticristo vai ser universal, pois o Satanás é o príncipe deste mundo. O mundo inteiro jaz no maligno. Aquele reino que Satanás ofereceu a CRISTO, o anticristo o aceitará. Ele vai dominar sobre as nações. "Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação" (Ap 13.7). O governo universal do anticristo será extremamente cruel e controlador (Ap 13.16,17). O seu poder será irresistível (Ap 13.4). A grande pergunta será: "Quem é semelhante à besta? Quem pode pelejar contra ela?"

2. O Falso Profeta. “[...] O Falso profeta estará a frente da igreja apóstata durante a primeira parte da Grande Tribulação (os verdadeiros crentes já terão sido arrebatados para o encontro com o Senhor JESUS nos ares ). Assim, o Falso Profeta tornar-se-á o líder do sistema religioso mundial que o Anticristo estabelecerá na última parte da Grande tribulação [...]” (Horton, p.181). Apocalipse 13.11-18 começa com a seguinte expressão: “Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão”. Trata-se de um personagem que aparecerá imitando a Cristo (o Cordeiro de Deus). Porém sua fala é de origem diabólica (dragão). Os dois chifres representam um duplo poder político-religioso. Deverá surgir da terra de Israel. Trata-se do falso profeta (Ap 19:20). Este estará ligado à besta que emergiu do mar e tudo fará para que sua autoridade seja mantida. O falso profeta será o admirador número um do Anticristo. Ele será o "marqueteiro" do Anticristo, promovendo ao mundo que o anticristo seria o verdadeiro Messias, engrandecendo seus falsos milagres e prodígios. Apenas como exemplo, Hitler também teve seu admirador número 1, que era Joseph Goebbels (ministro da Propaganda de Adolf Hitler (Propagandaminister) na Alemanha Nazista, exercendo severo controle sobre as instituições educacionais e os meios de comunicação), que publicava os atos de Hitler como se fossem grandiosos, promovendo-os [f]. Um dado muito importante que João escreve em Apocalipse é que o falso profeta imitará Nabucodonosor (ver Dn 2), construindo uma estátua do anticristo e obrigando a todos a adorar esta estátua, conforme Ap 13.14-15. O falso profeta também será o idealizador e ministrador da marca da besta, conforme Apo 13.16-18: "E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome. Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis". Com isto, Satanás tenta imitar ao Deus Trino ao máximo, produzindo uma espécie de "trindade satânica", composta por: Satanás, no papel de "pai" - o anticristo, no papel de "filho" - o falso profeta, no papel de "ajudador". Porém, o destino final destes três será o lago de fogo e enxofre, conforme Ap 20.10: "E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre"

SINOPSE DO TÓPICO (III)

O Dragão e o Falso Profeta sustentarão o governo do Anticristo.

IV. A PLATAFORMA DE GOVERNO DO ANTICRISTO 

O Anticristo usará de todos os artifícios, quer natural quer sobrenatural, visando:

1. A promoção da mentira. E por isso, Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira” (2Ts 2.11). O Anticristo (vs.6 e 7) tudo fará para apagar o nome de Deus dentre os homens. Moverá perseguição àqueles que se converterem no período da tribulação (Ap 7: 13-17). Da mesma forma como Deus provê força aos dons do Espírito (1Co 12.6), Satanás habilitará sua figura a realizar sinais e prodígios de mentira que compelem, porém são enganosos. Hoje mesmo, devemos provar todas as coisas para saber se procedem de Deus, pois, nem toda “maravilha” vem de Deus, nem tais prodígios são menos milagrosos devido à sua origem.

2. A promoção do pecado. Homem do pecado (“homem de injustiça” em alguns manuscritos) é chamado de anticristo nas epístolas joaninas. Aumentará até alcançar seu ponto máximo na total zombaria e desprezo a qualquer padrão ou preceito bíblicos. Temas polêmicos, como a questão do abortoeutanásia homossexualismo, estão em evidência e caminham para uma aprovação legal. Problemas sociais, financeiros, familiares, ataques às crenças religiosas, marcha pela legalização do uso de drogas... nossa sociedade está marcada pela promoção do pecado - “Há um movimento empenhado em destruir o cristianismo. A Organização das Nações Unidas (ONU) fala claramente dessas religiões dogmáticas e principalmente da católica, dizendo que elas atentam contra a justiça, a paz, ao diálogo e ao desenvolvimento [g].

3. A promoção do culto a Satanás. No v.12 lemos o seguinte: “Exerce toda a autoridade da primeira besta na sua presença. Faz com que a terra e seus habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida mortal fora curada” (Império Romano restaurado). O anticristo se apresentará como se fosse Deus com poder sobrenatural demoníaco (2Ts 2.4,9). Isso levará o povo a adorá-lo. A religião do anticristo ensina a divinização da humanidade como está divulgando a Nova Era (Gn 3.5). Ao invés da verdade de que em Cristo, Deus se tornou homem (Jo 1.14), o Anticristo propaga a mentira de que, nele mesmo a humanidade é parte de Deus (2Ts 2.4). Atualmente, a Nova Era já enfatiza claramente a doutrina do Anticristo, sem dúvida preparando as massas para a aceitação posterior e final dessa doutrina.

4. A promoção de uma economia única. O Anticristo sabe que, somente controlando a economia do mundo, conseguirá subjugar a política internacional. Por isso, instituirá um código, conhecido como a marca da besta, para que sem o seu número ninguém possa comprar ou vender (Ap 13.16-18). Com a globalização da economia, os governos caminham nesse sentido, não pressentindo o que os espera num futuro bem próximo. Os vs 16 e 17 falam de um cadastramento que haverá, quando será exigido de todos, para comprar e vender, que recebam o sinal da besta, na mão ou na testa. Muitos irão rejeitar esta imposição. Por isso serão perseguidos e mortos (Ap 7.9-17)

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

As características do governo do Anticristo serão: a mentira, o pecado, a idolatria e a economia única.

CONCLUSÃO

O capítulo 13 de Apocalipse descreve o conflito entre o anticristo e Deus e também o seu povo durante a tribulação. A besta que sobe do mar é o último grande governo mundial da história, e consiste em dez reinos sob o controle do anticristo (ver 17.12; Dn 2.40-45; 7.24,25; 11.36-45). O mar representa muitas nações (cf. 17.15). Satanás concede seu poder a esse governo e o usa contra DEUS e contra seu povo (v. 2). Ver 17.8-11, para a explicação dada pelo anjo a respeito da besta. Haverá um governo sob o poder satânico (v.4). O dragão mencionado é o diabo, sedutor das nações (Ap 20.10) que por 42 meses (v.5). Dará subsídio à besta para exercer seu poder tirânico. Estes 42 meses representam os três anos e meio da última semana de Daniel (Dn 9.27). O Anticristo atuará prodigiosamente com o intuito de para apagar o nome de Deus dentre os homens e moverá grande perseguição àqueles que se converterem no período da tribulação (Ap 7. 13-17). Aqui está a revelação que João recebeu do Senhor a respeito das coisas que “hão de acontecer”. Que esta lição ajude a abrir nosso entendimento acerca dessas coisas e que produza em nosso coração a ardente expectativa pelo ressurgimento daquele que nos resgatou. N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),

Fonte: Francisco de Assis Barbosa - http://auxilioebd.blogspot.com.br/


NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;

[a]
. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001; nota textual 1Jo 2.18;
[b]. http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=governo
[c]. http://www.bibliaaberta.comeze.com/phpBB3/viewtopic.php?f=48&t=180;
[d]. http://pt.wikipedia.org/wiki/Anticristo;
[e].Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, O PERÍODO DO ANTICRISTO (BEP - CPAD);
[f]. http://www.tempodofim.com/falso_profeta.htm
[g]. Monsenhor Juan Claudio Sanahuja; http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=286278

OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
-. HORTON, S. M. Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. 2.ed., RJ: CPAD, 2001.
-. LAWSON, S. J. As Sete Igrejas do Apocalipse: O Alerta Final de Cristo para seu povo. 5.ed., RJ: CPAD;
-. BLOMBERG, C. L. Questões Cruciais do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2010.
-. RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007.
-. RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 1.ed., RJ: CPAD, 2005.

Os textos das referências bíblicas foram extraídos do site http://www.bibliaonline.com.br/ , na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel, salvo indicação específica.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

9ª lição de 27 de Maio de 2.012


LAODICEIA, UMA IGREJA MORNA

TEXTO ÁUREO

Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33)

 Devemos fazer do governo soberano de Deus e do correto relacionamento com ele, a mais alta prioridade da nossa vida. A preocupação é incoerente com essa prioridade, revela dúvida a respeito da soberania e bondade de Deus, e nos desvia dos verdadeiros objetivos da vida. Deus satisfará todas as necessidades daqueles que arriscam tudo por ele {a}.

VERDADE PRÁTICA

A igreja que não busca os interesses do Reino de Deus está fadada ao fracasso, ao esquecimento e a indigência espiritual.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Apocalipse 3.14-22.

OBJETIVOS

·         Descrever a situação espiritual da igreja de Laodiceia;
·         Conscientizar-se de que a riqueza da igreja está em manter comunhão com o Senhor; e
·         Saber Como manter a igreja fervorosa espiritualmente.

PALAVRA CHAVE

Morno: Desprovido de calor, de efervescência, de vida, monótono, aborrecido.

COMENTÁRIO

introdução

Laodiceia (Gr. Λαοδίκεια πρός το Λύκου; Lt. Laodicea ad Lycum), por vezes transliterada como Laodikeia, anteriormente chamada Diospolis Rhoas, foi uma das mais prósperas cidades da Frígia, durante a época romana {b}. Antígono II, governador da Síria, chamou-a Laodiceia em homenagem à sua esposa Laódice, após reedifica-la em cerca de 250a.C.. Possuía bancos, e suas atividades econômicas envolviam a indústria de lã negra, o manufaturamento de vestimentas comuns e caras, e a invenção e produção de um colírio eficaz para os olhos{c}, embora tivesse problemas com o abastecimento de água. Em certa ocasião, foi construído um aqueduto que transportava as águas térmicas vindas de  Hierápolis. Porém, quando a água chegava na cidade, não estava nem quente e nem fresca, mas chegava em Laodicéia morna e saturada com carbonato de cálcio, onde bebida naquelas condições induzia ao vômito{d}. O vale de Lico, na Ásia Menor, tinha três cidades principais: Colossos, conhecida por suas fontes de água fria, Hierápolis, conhecida por suas fontes de águas termais, e Laodicéia, conhecida nesta carta por sua igreja morna, que causou enjoo ao Senhor Jesus Cristo. A igreja de Laodicéia era uma igreja morna. Seus membros eram materialmente prósperos, mas Deus lhes disse que os enxergava como espiritualmente miseráveis, dignos de compaixão, pobres, cegos e nus. Boa aula!

desenvolvimento

I - A IDENTIFICAÇÃO DE JESUS.

Laodicéia era uma igreja arrogante e autossuficiente em uma cidade afluente. Àquela igreja, Cristo revela-se  como o “Amém” – amém (אָמֵן) “palavra litúrgica de aclamação, que indica anuência firme, concordância perfeita, com um artigo de fé; assim seja”. – e é empregado com a finalidade de confirmar uma verdade. No começo de uma afirmação, significa “certamente” ou “verdadeiramente”. No fim, pode ser entendida como “que seja assim”. Jesus é a palavra final, a autoridade absoluta. O Amém é o Deus da verdade (veja Ap 1.6; Is 65.16) e aquele que garante todas as promessas (2Co 1.20). “[...] a testemunha fiel e verdadeira”; quase a mesma descrição encontrada em 1.5. Jesus traz o verdadeiro testemunho sobre seu Pai e a vontade dele para com os homens. Ele fala a verdade em cada promessa e cada advertência que vem da sua boca.O princípio da Criação de Deus refere-se à fonte e causa da criação (Jo 1.3; Cl 1.15-18; Hb 1.2).

1. A testemunha fiel e verdadeira. O termo grego martus denota alguém que testifica a verdade que viu, alguém que tem conhecimento de um fato e pode dar informações a respeito e é nesse sentido que em Apocalipse 1.5, a Testemunha Fiel e Verdadeira é Cristo: “e da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados,”. Jesus traz o verdadeiro testemunho sobre seu Pai e a vontade dele para com os homens. Ele fala a verdade em cada promessa e cada advertência que vem da sua boca. Nesse contexto, é função da igreja apoiar e transmitir ao mundo a verdade que Deus revelou. Simon Kistemaker, Ph.D. (Free University, Amsterdam, professor emérito de Novo Testamento do Reformed Theological Seminary) vai dizer que “Laodicéia vivia um modelo de cristianismo tão apático, que as suas obras não eram sequer dignas de serem mencionadas. Pregação, ensino, evangelização, discipulado e outras realizações parecem não fazer parte da agenda da igreja em Laodicéia. É nesse ponto que encontramos na carta o primeiro sinal da manifestação da graça de Jesus operando em favor dos crentes laodicenses. Ele declara: “estou a ponto de vomitar-te da minha boca”. O tempo verbal no grego implica uma ação ainda não executada, ou seja, apesar da condição da igreja, a graça de Jesus estava dando aos crentes em Laodicéia tempo para se arrependerem após a leitura da carta {e}.

2. O princípio da criação de Deus. Esta expressão tem causado grande confusão em virtude de admitir duas interpretações. Alguns a entendem no sentido passivo (o primeiro criado por Deus), outros no sentido ativo (a origem ou a fonte da criação). Certamente, conforme o entendimento pode-se abraçar uma verdade ou uma grande heresia: Jesus é uma criatura, ou o eterno Criador? Ele foi feito por Deus, ou é Deus? Textos como João 1.1 e Apocalipse 1.18 afirmam que Jesus é eterno; Apocalipse 1.17 diz que ele é o primeiro e o último; em Mateus 1.23 Ele é Deus conosco, e João 1.14 vai afirmar que Cristo é o verdadeiro Deus que se fez carne. Ele é o “Eu Sou” (Jo 8.24,58; Êx 3.14), o soberano “Senhor dos senhores e o Rei dos reis” (Ap 17.14). Jesus não foi criado. Ele não veio a existir. Ele é eterno. Laodicéia afirmava: “[...], pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma...”. (Ap 3.17); Esta afirmação não condiz com o real estado daquela igreja. Afirmar que está tudo bem na vida espiritual de uma igreja ou de um crente é fácil, mas “Aquele que tem olhos como chama de fogo” e que “passeia no meio dos candeeiros” conhece a verdade. Ele vê as obras e sonda os corações. A igreja de Laodicéia mentia para si mesma, mas a Cristo ela não conseguia enganar. O orgulho deles os cegou ao ponto de não enxergarem os seus problemas. Pareciam fortes e independentes, mas o Cristo glorificado apresenta uma radiografia do seu estado real: uma igreja fraca, cega e infrutífera. Aquele por meio de quem todas as coisas vieram a existir e em quem subsistem é a fonte última de toda autossuficiência. A mesma atitude de autossuficiência que reinava na cidade em virtude de sua prosperidade, perigosíssima num rebanho de ovelhas que precisa seguir o seu Bom Pastor, afetou aqueles crentes.

SINOPSE DO TÓPICO (I)

A riqueza da igreja não está em seus bens materiais, mas em sua comunhão com o Senhor.

II. A SITUAÇÃO ESPIRITUAL DA IGREJA DE LAODICEIA.

Onisciente que é, conhecia o Senhor Jesus a real situação de Laodicéia. Esta igreja, que vivia uma vida de aparências e mentiras, é desmascarada pela Testemunha Fiel e Verdadeira.

1. Mornidão espiritual. O Prof. João Flávio Martinez, do ministério CACP escreve: “O Deus que conhece todas as nossas obras requer de nós uma vida cristã bem definida - ou somos de Deus ou não somos. A referida Igreja era composta de crentes “mais ou menos”, pessoas que frequentavam as reuniões e não tinham a devida responsabilidade com o Senhor. Lamentavelmente, vemos exatamente isso nos dias atuais, aonde mais e mais indivíduos vão aos cultos sem objetividade e fazem da Igreja um clube. As pessoas e suas opiniões estão invadindo as Igrejas e a conformando com o mundo. Os pastores estão preocupados em agradar as multidões e como atraí-las, mesmo que para isso tenham que colocar Jesus lá fora, do outro lado da calçada (Ap 3.20). Com isso a degeneração cresce e assola a Igreja atual. Só que o Senhor da Igreja tem uma palavra para esses: “vomitar-te-ei da minha boca”. Se Deus não quer frieza e nem mornidão, então vamos aprender como se esquentar, Leiamos: “O fogo sobre o altar se conservará aceso; não se apagará”. O sacerdote acenderá lenha nele todos os dias pela manhã, e sobre ele porá em ordem o holocausto, e queimará a gordura das ofertas pacíficas. O fogo se conservará continuamente aceso sobre o altar; não se apagará” (Lv 6.12-13). “e nos fez reino, sacerdotes para Deus, seu Pai, a ele seja glória e domínio pelos séculos dos séculos. Amém” (Ap 1.6). Pelos textos em lide, fica claro o segredo de termos uma vida quente e ativa na presença de Deus. Na atual Dispensação todos somos sacerdotes do Senhor e devemos ter responsabilidades na manutenção de uma fé viva. A Bíblia fala que a incumbência de manter o fogo aceso no altar era do sacerdote. Todos os dias o sacerdote tinha que atear lenha no fogo e cuidar para que esse fogo permanecesse em chamas vivas. Esse “cortar lenha cotidiana” representa algumas atividades que precisamos manter no pragmatismo de nossas vidas. “Cortar lenha” é: orar, jejuar, ler a Palavra de Deus, ir aos cultos frequentemente, evangelizar, frequentar a escola dominical... Enfim, “cortar lenha” é ser ativo dia-a-dia sem deixar o desanimo dominar. Fazendo assim seu espírito manter-se-á vivo e desfrutará do fogo do Espírito.  “E por isso mesmo vós, empregando toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, e à ciência o domínio próprio, e ao domínio próprio a perseverança, e à perseverança a piedade, e à piedade a fraternidade, e à fraternidade o amor. Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, elas não vos deixarão ociosos nem infrutíferos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, vendo somente o que está perto, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados. Portanto, irmãos, procurai mais diligentemente fazer firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis”. (2Pe 1.5-10) {f}.

2. Arrogância espiritual. A mensagem a Laodicéia revela a raiz mais profunda da culpa e dos problemas da igreja, aos quais ela sucumbirá se permanecer na impenitência: segurança própria, justiça própria, satisfação própria. Aquela igreja assemelha-se às atuais, as quais ninguém ousaria dizer que Deus não é com ela. Ainda que parecesse espiritual, essa Igreja era arrogante, petulante e altiva. Certamente ouvimos com muita frequência coisas do tipo: “depois que vim para esta igreja, tudo mudou”; será que Deus está com sua mão somente nesta igreja? Somente eles têm as revelações de Deus? Curas e milagres existem apenas lá? Muitas igrejas hoje se têm tornado arrogantes e presunçosas como Laodicéia. “Nenhuma igreja pode se vangloriar do poder do Espírito e dos dons que nela opera, do capital teológico e cultural que possui, de sua riqueza musical, nem de qualquer outra riqueza espiritual. O que temos e somos, temos e somos pela graça de Jesus” {g}.

3. Falta de percepção do próprio eu. Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno”. (Sl 139.23-24). Laodicéia sucumbiu ante o autoengano, tendo uma visão equivocada de seu estado espiritual. Estavam cegos ao ponto de não perceber a sua nudez espiritual. Certamente Deus possui uma visão mais aprofundada de nós mesmos e somente Ele pode guiar-nos pelo caminho correto. Através do estudo sistemático das Sagradas Escrituras, e somente através dela, poderemos perceber nosso estado espiritual, obter um diagnóstico preciso de como Deus nos vê. Numa cidade conhecida por tratamentos de olhos, a igreja se tornou cega e não procurou o tratamento do Médico dos médicos. Precisavam da humildade dos publicanos e pecadores (Lc 5.31-32). Numa cidade que produzia roupas de lã, a igreja andava nua, sem a vestimenta de justiça oferecida por seu Senhor (2Co 5.3; Cl 3.9-10).

SINOPSE DO TÓPICO (II)

A igreja de Laodicéia vivia de aparência e mentiras. Ela era morna e arrogante espiritualmente.

III. COMO REAVIVAR UMA IGREJA MORNA.

Jesus não elogiou a igreja em Laodicéia, mas ofereceu conselho para guiá-la de volta à comunhão íntima com ele. Sugeriu três coisas necessárias para a igreja:

1. Ouro refinado pelo fogo. A verdadeira riqueza é espiritual, e vem exclusivamente de Deus. Ele oferece o ouro puro, refinado pelo fogo. O fracasso e a fraqueza de Laodiceia deve-se ao fato de que a fé verdadeira tomou um direcionamento equivocado. Sobre isto, Pedro vai afirmar que o ouro provado pelo fogo é “fé em provação” (1Pe 1.7). Provação que os tais não gostam de experimentar.

2. Vestiduras brancas. A cidade de Laodicéia era um centro comercial importante, famoso por causa da sua linda lã negra, que era tecida e usada para fazer roupas finas e caras. O Senhor Jesus aconselha-os a comprarem dEle roupas melhores. É Deus quem lava os nossos pecados e nos veste de pureza e de atos de justiça (3:4; 19:8). A mensagem de Cristo a esta igreja é a mesma, de certo modo, constante de Is 55.1, posto que era pobre, miserável, não tinha com que comprar o próprio resgate, Sl 49.7,8; Mc 8.36-38, ela devia comprar “sem dinheiro e sem preço”, do próprio Cristo, ouro para se enriquecer, 2 Co 8.9; 1 Pe 1.7, vestes para cobrir a vergonha de sua nudez, Is 12.2,3; 61.10; Ap 19.8, e colírio para curar a cegueira espiritual de que estava sofrendo, Ap 3.18.

3. Colírio. Ali também havia uma escola de medicina ligada ao templo de Esculápio, cujos médicos preparavam um pó frígio famoso para a cura de infecções oculares, usado em forma de colírio. Daí, a associação que Cristo faz; Somente Jesus pode curar a cegueira espiritual que aflige os orgulhosos e autossuficientes. Foi exatamente o mesmo problema que Jesus apontou nos fariseus (Mt 15.14; 23.25-26). É o mesmo problema de qualquer um que se esquece da importância do sacrifício de Jesus e começa a confiar em si mesmo (2Pe 1.9). Esta igreja deveria trilhar o caminho de volta a Deus, o caminho da simplicidade da fé, iniciando pelo arrependimento, Ap 3.19; 1Jo 1.9.

SINOPSE DO TÓPICO (III)

O Senhor Jesus não desistiu de Laodicéia. Ele a aconselha a buscar um grande e poderoso avivamento.

CONCLUSÃO

O que deve sobressair nessa lição é o entendimento de que a correção que vem de Deus é uma manifestação do seu amor (Hb 12.4-11). Quando esta correção nos alcança, devemos aceitar a disciplina, como ele deseja, para o nosso próprio bem. Seu beneplácito quer nos conduzir ao arrependimento e à plena comunhão com ele. Ainda, devemos entender que a disciplina aplicada pelos servos de Deus deve, também, ser motivada pelo amor (Hb 12.12-13). É o mesmo sentimento que deve guiar os pais na correção dos seus filhos (Pv 13.24). Sê, pois, zeloso e arrepende-te: note-se que a solução para Laodicéia não consistia apenas em algumas mudanças externas. Era necessário o zelo para com Deus para se arrependerem. Aconselho a leitura do artigo A Mentira De Laodicéia! (The Laodicean Lie!), de David Wilkerson.

Fonte: Francisco de Assis Barbosa, auxilioaomestre@bol.com.br


NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
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TEXTOS UTILIZADOS:

-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;
{a}. Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999, nota textual de Mt 6.33 p. 1109;
{b}.http://pt.wikipedia.org/wiki/Laodiceia_no_Licos;
{c}KISTEMAKER, Simon. Apocalipse. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 223;
{d}Ibidem, p. 224;
{e}Ibidem, p. 227;
{f}.http://www.cacp.org.br/estudos/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=1179&menu=7&submenu=3;
{g}. Altair Germano,http://www.altairgermano.net/2012/04/laodiceia-uma-igreja-morna-subsidio.html;

OBRAS CONSULTADAS:

-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
-. HORTON, S. M. Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. 2.ed., RJ: CPAD, 2001.
-. LAWSON, S. J. As Sete Igrejas do Apocalipse: O Alerta Final de Cristo para seu povo. 5.ed., RJ: CPAD;

Os textos das referências bíblicas foram extraídos do site http://www.bibliaonline.com.br/ , na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel, salvo indicação específica.