A Igreja que faz a diferença!

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

10ª lição de 04 de Março de 2.012


Uma igreja verdadeiramente próspera

TEXTO ÁUREO

“E, a todos quantos andarem conforme esta regra, paz* e misericórdia** sobre eles e sobre o Israel de Deus”. Gl 6.16

*Strong 1515: - eirene: paz (literal ou figurado); (por implicação) prosperidade: - paz, quietude, repouso, + retornar à unidade. Paz, mais especificamente em sentido civil, o oposto de guerra e dissensão (Lc 14.32; At 12.20; Ap 6.4). Paz com o significado de saúde, bem-estar, prosperidade, todas as formas de bem.

**Strong 1656: - eleos: compaixão (humana ou divina, especialmente de modo ativo):-(+terna) misericórdia.

Israel de Deus. Este termo se refere a todo o povo de Deus debaixo do novo concerto, i.e., todos os salvos, tanto judeus como gentios. Isto quer dizer que todos que pela “cruz de nosso Senhor Jesus Cristo” estão crucificados para o mundo (v.14) e se tornam “nova criatura” (v. 15), constituem-se no verdadeiro “Israel de Deus” (cf Rm 2.28,29; 9.7,8; Ef 2.14-22; Fp 3.3; 1Pe 2.9). [1]
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[1] Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995 por Life Publishers, Deerfield, Flórida-EUA;
Nota Textual Gálatas 6.16; p. 1804.

VERDADE PRÁTICA

A Igreja prospera quando cumpre integralmente a missão que lhe confiou o Senhor.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Efésios 2.11-13; Romanos 11.1-5.

OBJETIVOS

· Analisar alguns aspectos do povo de Deus na Velha e na Nova Aliança;
· Compreender qual é a verdadeira natureza da Igreja; e
· Conscientizar-se de que a Igreja tem como missão a adoração, a instrução, a edificação e a proclamação.

PALAVRA CHAVE

Igreja - Organismo místico composto por todos os que, pela fé, aceitaram a Jesus como único e suficiente Salvador, e têm a Palavra de Deus como única regra de fé e conduta.


 I. Introdução

“O Israel de Deus”.- Essa locução pode designar o povo de Deus recentemente constituído, cuja marca distintiva é o Espírito Santo e não a circuncisão. Todos aqueles que creem em Cristo são o Israel de Deus. Gálatas 3.29 diz que “E, se sois de Cristo, então, sois descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa”. A Igreja é apresentada nas Escrituras como o povo de Deus (1Co 1.2; 10.32; 1Pe 2.4-10), o agrupamento dos crentes redimidos como fruto da morte de Cristo (1Pe 1.18,19). Assim como a nação de Israel, é um povo peregrino que já não pertence a esta terra (Hb 13.12-14), cujo primeiro dever é viver e cultivar uma comunhão real e pessoal com Deus (1Pe 2.5). Que fique gravado na mente e no coração de nossos alunos que a missão principal da Igreja é representar a Deus perante todos os povos com o Evangelho de Cristo.

II. Desenvolvimento

I. O POVO DE DEUS NA VELHA E NOVA ALIANÇA

1. O Israel Nação. Deus fala com Moisés no Monte Sinai e afirma que Israel seria a sua “propriedade peculiar”, “reino sacerdotal”, e “povo santo”, caso aceitasse os termos da aliança (Êx 19.5-7). Deus indica que Israel seria o seu tesouro pessoal dentre tudo o que existe (1Cr 29.3). Pela eleição divina, Israel foi separado dentre todos os povos, os quais também pertencem a Deus. Nestes versículos, o Senhor indica os objetivos que ele tem para o seu povo recém-liberto do cativeiro – adoração. Não é custoso lembrar que a ênfase aqui recai sobre o relacionamento de Israel com Deus, e não sobre qualquer ministério sacerdotal às nações, mas através do relacionamento entre Israel e o Senhor seria dado testemunho ao mundo. Dessa forma, os judeus levariam o nome do Senhor a todas as nações. Logo, tanto as bênçãos decorrentes da obediência como as maldições advindas da desobediência, na Antiga Aliança (Dt 27-28), devem ser entendidas no contexto da vocação de Israel. O Senhor promete restaurar o seu povo através de uma “nova aliança” (Jr 31.31-34; Ez 36.26). Mas os judeus, devido à sua incredulidade e dureza de coração, vieram a rejeitar a Jesus como o mediador do novo concerto (Hb 9.15; 12.24; Jo 1.12). Por causa disso, o propósito de Deus de ter um povo que o representasse continuou com a Igreja de Cristo — o Israel do Novo Testamento. Isso não significa que Deus haja se esquecido do povo hebreu (Rm 11.2). Paulo se dá como exemplo do fato de que há um remanescente salvo em Israel e deixa entendido que o amor e a escolha especial e graciosa deles torna inconcebível que Deus os tenha finalmente rejeitado como um povo embora eles o tivessem ainda recentemente rejeitado, quando rejeitaram a Cristo. Pelo contrário. Afirma Paulo que “todo o Israel será salvo” (Rm 11.26). Esta expressão não deve ser entendida como que significando que cada judeu que já viveu será salvo. Paulo não ensina isso, como se pode ver em 10.2 e 3. A expressão deve ser entendida com o mesmo sentido de “a plenitude dos gentios” do versículo 25. Paulo fala num sentido coletivo, como que uma conversão em massa a Cristo. Esta é a visão dos que crêem que a declaração de Paulo “virá o Libertador”seja uma referência à volta de Cristo, quando muitos judeus, tendo ouvido e visto a verdade do Evangelho durante a Grande Tribulação, aceitarão o Messias quando ele voltar.

2. O Israel do Novo Testamento. O termo ekklesia literalmente refere-se à reunião de um povo, por convocação, que se reúne como cidadãos do reino de Deus (Ef 2.19) com o propósito de adorar a Deus. Nesse sentido, a igreja é apresentada como povo de Deus (1Co 1.2; 10.32; 1Pe 2.4-10), o agrupamento de crentes redimidos como fruto da morte de Cristo (1Pe 1.18,19). O termo grego ‘paroikos’ - ‘forasteiros’ utilizado por Paulo no texto de Ef 2.19 (formado por para ‘ao lado de’ e oikeo, ‘habitar’; denota um estrangeiro que habita como hóspede temporário em um país sem os direitos de cidadania. A mesma palavra é usada para descrever Abraão e Moisés, habitantes temporários de um país que não era o deles (At 7.6,29), e o crente está nesse mundo como um estrangeiro cuja cidadania e última residência estão no céu (1Pe 2.11) (Strong 3941). O Antigo Testamento apresenta um silêncio relativo acerca do ‘mistério de Paulo’-‘a união de judeus e gentios na igreja’ (Ef 3.5,6). Essa reunião foi prevista pelos profetas: “Bendito seja o Egito, meu povo, e a Assíria, obra das minhas mãos, e Israel, minha herança” (Is 19.25). Se esta idéia tivesse sido completamente desconhecida no Antigo Testamento, Paulo não poderia ter dito, como disse em Rm 4, que a aliança abraâmica compreendia todos os que fossem da fé que teve Abraão, inclusive os gentios. Paulo disse a Agripa que a sua proclamação de luz para judeus e gentios, indistintamente, não ultrapassava o que havia sido prometido por Moisés e os profetas (At 26.22,23).Paulo inicia Ef 4.e coma declaração: “há um só corpo”, enfatizando a unidade dos crentes e, de modo mais específico, que os judeus e os gentios são iguais em Cristo (Gl 6.16; Rm 2.28,29; Ef 2.14-22; Fp 3.3; 1 Pe 2.9). Em Cristo, Deus não substituiu, mas deu continuidade ao processo de auto revelarão anteriormente iniciado no Antigo Testamento.

3. O povo único de Deus. A igreja existe em Cristo e através de Cristo e, por isso, ela é uma realidade distintiva do Novo Testamento. Ao mesmo tempo, a igreja é uma continuidade de Israel, a semente de Abraão e o povo da aliança de Deus. A nova aliança sob a qual a igreja vive (1Co 11.25; Hb 8.7-13) é uma forma de relacionamento em que Deus diz à sua comunidade escolhida: “Eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo” (Jr 7.23; 31.33; Êx 6.7). Sob a nova aliança, os sacerdotes, os sacrifícios e santuário o Antigo Testamento foram substituídos pela mediação de Jesus (Hb 1-10). Os crentes em Cristo são a semente de Abraão e o povo de Deus (Gl 3.29; 1Pe 2.4-10). A limitação da antiga aliança a uma só nação (Dt 7.6; Sl 147.19,20) é substituída pela inclusão, em Cristo, em igualdade de condições, de crentes de todas as nações (Ef 2-3; Ap 5.9,10). A descrença da maior parte dos judeus (Rm 9-11) e o fato de a maioria na igreja ser de gentios é retratada por Paulo como a poda feita por Deus dos ramos naturais de sua oliveira (a comunidade histórica da aliança) e a substituição deles pelos rebentos novos da oliveira brava (Rm 11.17-24). A nova aliança não exclui os judeus, e Paulo ensina que a rejeição da nova aliança por parte deles um dia será revertida (Rm 11.15,23-31).

O Novo Testamento revela que Deus, através de Jesus, renovou a aliança com seu povo e que nesse ato, tanto judeus como gentios formam um só povo – a igreja, uma única comunidade que presta culto a Deus. Ser parte da Igreja é reconhecer Jesus como o Messias — a plenitude das promessas divinas. Essa é a verdadeira prosperidade.

SINOPSE DO TÓPICO (I)

A Igreja de Cristo é o “povo de Deus” formado tanto por judeus como por gentios.

II. A IGREJA E SUA NATUREZA

1. Localidade e universalidade. Em sua verdadeira realidade espiritual como a comunhão de todos os crentes genuínos, a igreja é invisível. Falando da igreja invisível, o autor de Hebreus refere-se “`a igreja dos primogênitos, cujos nomes estão escritos nos céus”(Hb 12.23). A igreja invisível é a igreja como Deus a vê. A igreja local pode ser definida assim: "a igreja visível é a igreja como os crentes a veem". Ela inclui todos os crentes professos. Note-se que, nesse aspecto, a igreja conta entre seus membros com crentes não genuínos. Paulo fala de Himeneu e Fileto: “o ensino deles alastra-se como câncer […] estes se desviaram da verdade [...] a alguns perverteram a fé”(2Ts 2.17,18). Mas ele confia que “o Senhor conhece quem lhe pertence” (2Tm 2.19). A Igreja é local, mas também é universal. Isto é, ela é formada por todos os crentes das mais diferentes culturas, raças e nações.

2. O ensino neotestamentário revela que a Igreja é una (Ef 4.4). Wayne Grudem vê distinção entre as metáforas para a igreja expostas por Paulo em 1Co 12 e em Ef 4. Diz ele: “Devemos reconhecer que Paulo de fato usa duas metáforas diferentes do corpo humano quando fala da igreja. Em 1Co 12 o corpo inteiro é tomado como metáfora da igreja, porque Paulo fala do 'ouvido', do 'olho' e do 'olfato'(1Co 12.16,17). Nessa metáfora, Cristo não é visto como a cabeça ligada ao corpo, porque os membros individuais são em si mesmos as partes individuais da cabeça. Cristo é nessa metáfora o Senhor que está 'fora' desse corpo que representa a igreja e é a quem a igreja representa e adora. Mas em Ef 1.22,23; 4. 15,16 e em Cl 2.19 Paulo usa uma metáfora diferente de corpo para referir-se à igreja. Nessas passagens, Paulo diz que Cristo é o cabeça e a igreja é como o restante do corpo, distinto da cabeça […]. Não devemos confundir essas duas metáforas, a de 1Co 12 e a de Ef 4, mas mantê-las distintas”. [2]
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[2] GRUDEM Wayne. Manual de Doutrinas Cristãs: teologia sistemática ao alcance de todos/wayne Grudem; editado por Jeff Purl,swell; tradução Heber Carlos de Campos. - São Paulo; Editora Vida, 2007.

3. A santidade é tanto posicional como progressiva. Strong 42: - hagiosune; processo, qualidade e condição de uma disposição sagrada e a qualidade da santidade na conduta pessoal. É o princípio que separa o crente do mundo. Hagiosune nos consagra ao ministério de Deus no corpo e na alma, encontrando realização moral e uma vida comprometida à pureza. Ela faz com que cada componente de nosso caráter seja submetido à inspeção divina e receba sua aprovação. No primeiro caso, o crente é santo porque espiritualmente encontra-se em Cristo e, assim, participa de sua natureza santa. Todavia, no seu viver diário, o crente tem sua parte a fazer, isto é, ajustar-se ao que a Palavra de Deus ensina sobre um viver de pureza e integridade (2 Co 7.10). A vida santa pede para confiar completamente em Deus para sabedoria espiritual, rejeitando a sabedoria do mundo. A santidade devota tempo e energia ao conhecimento do Senhor, escolhendo associar-se com outros crentes ao invés de ser indevidamente influenciado pelos valores do mundo. A obra da santificação é conduzida à sua plenitude gloriosa na segunda vinda do Senhor (1Ts 5.23; 1Co 1.8; Fp 1.6; 2Ts 3.3; Jd 24).

SINOPSE DO TÓPICO (II)

A Igreja é o corpo místico de Cristo na Terra. Ela é tanto local quanto universal.

III. A IGREJA E SUA MISSÃO

1. Adoração. (Strong 4352: proskuneo; De pros, ‘em direção a’ e kuneo, ‘beijar’. Prostrar-se, vergar-se, obedecer, mostrar reverência, homenagear, louvar, adorar. No Novo Testamento, a palavra denota principalmente a homenagem prestada a Deus e a Cristo ascendido ao céu. Todos os crentes têm um louvor unidimensional, ao único Senhor e Salvador. Não adoramos anjos, santos, santuários, relíquias, ou personagens religiosos. ‘E, servindo eles ao Senhor... ’ (At 13.2). Este é o comissionamento do grande ministério apostólico de Paulo. Servindo traduz um verbo usado pelo serviço sacerdotal oficial. Aqui se refere ao seu ministério da adoração pública. O termo grego leitourgeo pode ser traduzido como realizar atos religiosos ou de caridade, cumprir uma tarefa, realizar uma função, oficiar como sacerdote, servir a Deus com orações e jejum. A palavra descreve o sacerdócio arônico ministrando serviços levíticos (Hb 10.11). Em Rm 15.27, é usado para atender necessidades financeiras dos cristãos, realizar um serviço ao Senhor ao fazê-lo. Aqui, os cristãos de Antioquia estavam cumprindo uma tarefa e dispensando uma função normal ao ministrar ao Senhor através de jejum e orações [3]. Em sua primeira epístola aos Coríntios, Paulo dá diretrizes acerca de como deve ser o culto cristão (1 Co 14.26). Entre outras instruções, ele diz: “cada um de vós tem salmo”. Culto aceitável exige mãos limpas e coração puro (Sl 24.4), e uma disposição para expressar devoção em obras de serviço bem como em palavras de adoração. Salmo aqui é uma referência ao hinário da Igreja Primitiva, embora saibamos que havia também expressões espontâneas de louvores e cânticos espirituais entre os primeiros crentes (Ef 5.19; Cl 3.16). A adoração deve ser já a atividade principal, tanto particular como comunitária, na vida de cada crente (Cl 3.17). Diante do exposto, deve ser combatido aquilo que costumamos ouvir como ‘buscar a bênção’; ‘ser abençoado’... O culto cristão é uma misto de reverência e alegria pelo privilégio de aproximação do poderoso Criador, com radical auto humilhação e honesta confissão de pecados.
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[3] Adaptado de Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP, Sociedade Bíblica do Brasil, 2001, Palavra-Chave, p. 1124.

2. Instrução e edificação. A parte central das últimas instruções de Jesus aos discípulos, antes de sua ascensão, foi a ordem de evangelizar o mundo e fazer novos discípulos (Mt 28.19; At 1.8). A tarefa da evangelização ainda faz parte imperativa da missão da Igreja, ela é chamada a ser uma comunidade evangelizadora [4]. Louis Berkhof em sua Teologia Sistemática falando acerca das marcas distintivas da Igreja assevera: “A fiel pregação da Palavra. Esta é a mais importante marca da Igreja. [...] A fiel pregação da Palavra é o grande meio para a manutenção da Igreja e para habilitá-la a ser a mãe dos fiéis. Que esta é uma das características da Igreja transparece em passagens como Jo 8.31, 32, 47; 14.23; 1Jo 4.1-3; 2Jo 9” [5]. A Grande Comissão foi dada pela autoridade de Cristo, posto que seu domínio é universal, o evangelho deve ir ao mundo inteiro. Cristo morreu em sacrifício vicário – no lugar de – pecadores de todas as nações. Assim, devemos avançar e conquistar novos discípulos, e isso não é uma opção, é uma obrigação de todo aquele que se diz cristão; não somos todos evangelistas no sentido formal do termo, mas todos temos recebido os dons necessários para ajudar a realizar essa que é a obra primaz da Igreja - esse imperativo de Jesus é a razão primária de ser Igreja! No mesmo texto de 1 Coríntios 14.26, o apóstolo também diz que “cada um de vós tem [...] doutrina”. A palavra grega didaché, traduzida aqui como doutrina, é uma referência à instrução que era ministrada aos crentes através da exposição da Palavra de Deus. Toda igreja verdadeiramente bíblica necessita da exposição das Sagradas Escrituras. Pedro exorta aos crentes a desejarem ardentemente o genuíno leite espiritual capaz de dar crescimento para a salvação (1 Pe 2.2). É por isso que a igreja em Antioquia possuía mestres (At 13.1). O próprio Deus colocou-os na Igreja, visando o pleno desenvolvimento dos santos (Ef 4.11,12). Paulo afirma que o propósito disso tudo é a edificação da Igreja (1 Co 14.3,26). Outro aspecto a ser observado é que, embora a Escritura mostre o lado comunal da Igreja Primitiva, o Novo Testamento não é avesso aos bens materiais desde que estes sejam usados para a glória de Deus, para a expansão de seu Reino e para o socorro dos mais necessitados (At 4.32-35). O exemplo de Barnabé é bastante significativo (At 4.36-37). Temos hoje no Brasil grandes ministérios, com suntuosos templos, bem equipados e confortáveis, mas é possível frequentar tais lugares e voltar para casa vazia. Em nossa cultura evangélica tupiniquim, dá-se mais valor ao templo e/ou denominação a que se pertence do que a um comprometimento com o SENHOR semelhantemente como nos dias de Jeremias. Nos programas de TV, a ênfase recai mais na placa da igreja onde pertencer a esse ou aquele grupo é mais importante do que ter uma vida transformada para Deus. O que temos hoje é uma geração de crentes que depositam sua fé no templo do qual fazem parte porque já não são templos do Espírito Santo. Em 2 Ts 1.10, a frase 'o nosso testemunho não foi crido entre vós', se refere ao fato de que os missionários, além de proclamar as verdades do Evangelho, tinham prestado testemunho ao poder dessas verdades. Strong define o termo 'testemunho', do grego marturion, como prova evidência, testemunho e proclamação de experiência pessoal; e o termo grego marturia como testemunho, atestado histórico, evidência, certificação judicial ou geral. Marturia descreve um testemunho baseado no que alguém viu, escutou ou sabe. O termo `Martus`, de onde provém o português mártir e martírio, fala de alguém que testifica a verdade que viu uma testemunha, alguém que tem conhecimento de um fato e pode dar informações a respeito. Disto se entende que, o crente enquanto testemunha do Reino, proclama ao mundo não regenerado sua experiência pessoal com o Evangelho e o seu poder transformador. Todo crente verdadeiro é um missionário enviado ao mundo para dar testemunho de Cristo, para alcançar os perdidos onde possam ser encontrados e conduzi-los ao Salvador. ‘E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam’ (Jo 1.5). O fato de que Jesus é a expressão eterna, definitiva de Deus, continua desconhecido da humanidade. O mundo, apesar da graça comum, é incapaz de apreender esse mistério. A função da igreja é apoiar e transmitir ao mundo a verdade que Deus revelou. É mediante o testemunho da igreja que os pecadores são alcançados pela mensagem do Evangelho, nascem de novo e passam a fazer parte do Corpo de Cristo (1Co 11.26). é interessante que, Jesus comissiona seus discípulos da mesma forma que Ele foi comissionado pelo Pai –‘Assim como o Pai me enviou, também eu envio a vós’ (Jo 20.21). Strong define o termo ‘enviou’, do grego ‘apostello’, como “comissionar, separar para um serviço especial, enviar uma mensagem através de alguém, enviar com uma missão a cumprir, equipar e despachar alguém com total apoio e autoridade de quem enviou” [7]. O evangelho de João apresenta a divindade de Jesus – o Filho de Deus. Como Deus, ele criou todas as coisas e, como Deus, ele veio para redimir a todos – trazer a totalidade do perdão. Esse aspecto de sua missão é transmitido a seus discípulos, bem como seu comissionamento: ir com o perdão. Começou aqui tanto um mandato como uma missão: ‘Eu vos envio a vós’. Precisamente, tanto como o Pai enviou o Filho para trazer a salvação como uma disponibilidade para todos os seres humanos (Jo 3.16), nós também somos enviados para garantir que a disponibilidade seja compreendida por todos [6].
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[4]. Adaptado de: HORTON, Stanley M., Teologia Sistemática – Uma Perspectiva Pentecostal, CPAD, Rio de Janeiro-RJ, 10ª edição, 2006; p. 554;
[5]. BERKHOF, Louis, 1932-Teologia Sistemática, traduzido por Odayr Olivetti.-3ª edição Revisada-São Paulo-SP: Cultura Cristã 2009, p. 530;
[6]. Adaptado de Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP, Sociedade Bíblica do Brasil, 2001,Dinâmica do Reino, p.1099.

3. Proclamação. Uma igreja adoradora, instruída na Palavra e verdadeiramente próspera, tem como foco principal a proclamação do Evangelho de Cristo. O propósito do Senhor não era que a Igreja apenas existisse como finalidade em si mesma, para se tornar, por exemplo, simplesmente mais uma unidade social formada por membros de mentalidade semelhante. Pelo contrário, a Igreja é uma comunidade formada por Cristo em benefício do mundo. Cristo entregou-se em favor da Igreja, e então a revestiu com o poder do Espírito Santo a fim de que ela pudesse cumprir o plano e propósito de Deus. A parte central das últimas instruções de Jesus aos seus discípulos, antes de sua ascensão, foi a ordem de evangelizar o mundo e fazer novos discípulos (Mt 28.19; At 1.8). É importante frisar que Cristo não abandonou os crentes à sua própria capacidade ou técnica, mas ele comissionou nos a ir com a sua autoridade e no poder do Espírito Santo (Mt 28.18; At 1.8). Para isso, é imperioso que se lance mão de todos os meios possíveis para difundir as boas novas do Reino, penetrar os locais inacessíveis. O The Christian Post obteve os comentários de algumas pessoas sobre o uso da Internet como ferramenta de evangelismo: ‘Marina Menezes, publicitária recém-formada, afirma que já evangelizou colegas pelo MSN. “Não é difícil falar pela internet. Ainda mais quando é uma pessoa próxima. Sempre é bom falar de Jesus”, afirma. O estudante Rafael Morales também já compartilhou experiências com Deus pela ferramenta. “é uma forma legal de passar as coisas, pois é dinâmico”, ressalta; O meio chega a render até conversões, segundo Gilson de Oliveira, que lidera um grupo de jovens em uma Assembleia de Deus. “Já consegui levar uma pessoa a fazer a oração de entrega pelo MSN e ela está firme com Jesus até hoje”, declara’. Não é em vão o comentário do Pr. Rick Warren, fundador da Saddleback Church, sobre o Facebook. Para ele, se a rede fosse uma nação, hoje figuraria como a quarta maior do planeta [7]. A missão da Igreja é colocar em prática a Grande Comissão (Mt 28.19). Fomos chamados para sermos proclamadores das boas novas do Reino de Deus (1 Pe 2.9). Uma igreja que não prega e não evangeliza está longe de ser realmente próspera, por mais rica que seja.
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SINOPSE DO TÓPICO (III)

A igreja tem como missão a adoração, a instrução, a edificação e a proclamação.

CONCLUSÃO

A Igreja é o “Israel de Deus” e, como tal, tem a missão de representá-lo nessa terra. O Reino de Deus é uma dádiva que está presente tanto na Pessoa de Jesus Cristo quanto em seu Corpo, a Igreja. Nessa perspectiva, ela tem a responsabilidade de proclamar e demonstrar as virtudes do Reino de Deus como um espelho que reflete uma imagem. Um alto padrão é exigido – exemplificar Jesus Cristo em espírito e comportamento, bem como suas palavras e deveres. Os membros do Corpo são julgados não pelo que realizam, mas pelo caráter que revelam – quem eles são diante daquilo que fazem. Homens falíveis foram escolhidos para serem discípulos de Jesus e como todos os homens, eles lutavam contra o orgulho e a ambição (Mt 20.20-23). Percebendo sua luta, Jesus toma o exemplo de uma criança, afirmando que, no Reino de Deus, os grandes devem ser como tal criança – humilde, confiante e fácil de ensinar (Mt 8.4). Em outra oportunidade, quando a preocupação deles por 'status' surgiu novamente, Jesus declara que o maior é servo de todos (Lc 22.25-27). Tudo gira em torno da maior virtude no Reino – Humildade. É a humildade que nos permite reconhecer que Deus tem o lugar principal em nossa vida, que somos mortais e falíveis. Ela é o principio da sabedoria (Pv 22.4). As verdades do Reino de Deus são somente percebidas por aqueles que são humildes (Tg 4.6; Mt 5.3). Que eu e você, possamos como espelho, refletir o exemplo de Cristo e sermos verdadeiros representantes do Reino de Deus.

Fonte: Francisco de Assis Barbosa - auxilioaomestre@bol.com.br

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, A verdadeira prosperidade — A vida cristã abundante; Comentarista: José Gonçalves; CPAD;

CITAÇÕES:
-. [1] Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995 por Life Publishers, Deerfield, Flórida-EUA; Nota Textual Gálatas 6.16; p. 1804.
-.[2] GRUDEM Wayne. Manual de Doutrinas Cristãs: teologia sistemática ao alcance de todos/wayne Grudem; editado por Jeff Purl,swell; tradução Heber Carlos de Campos. - São Paulo; Editora Vida, 2007.
-.[4]. Adaptado de: HORTON, Stanley M., Teologia Sistemática – Uma Perspectiva Pentecostal, CPAD, Rio de Janeiro-RJ, 10ª edição, 2006; p. 554;
-. [5]. BERKHOF, Louis, 1932-Teologia Sistemática, traduzido por Odayr Olivetti.-3ª edição Revisada-São Paulo-SP: Cultura Cristã 2009, p. 530;
-. [6]. Adaptado de Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP, Sociedade Bíblica do Brasil, 2001, Dinâmica do Reino, p.1099.
-.[7] Extraído de http://portuguese.christianpost.com/noticias/20110718/jovens-da-geracao-y-evangelismo-na-web/;

OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995 por Life Publishers, Deerfield, Flórida-EUA;
-. Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
-. HAYFORD J.A Chave de Tudo. 1.ed., RJ: CPAD, 1994, pp.93-4;
-. CABRAL, E. Mordomia Cristã: Aprenda como Servir Melhor a Deus. 1.ed., RJ: CPAD, 2003, p.138;
-. RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007;
-. ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2009;
-. DAMIÃO, V. A Igreja no Século XXI. 1.ed., RJ: CPAD. 2008.
-. RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007.
-. COUTO, G. Teologia Sistemática Pentecostal. 1.ed., RJ: CPAD, 2008, pp.414,415

Os textos das referências bíblicas foram extraídos do site http://www.bibliaonline.com.br/ , na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel, salvo indicação específica.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

9ª lição de 26 de Fevereiro de 2.012

Dízimos e ofertas

TEXTO ÁUREO

“Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade*; porque Deus ama** ao que dá com alegria***” (2 Co 9.7).

(*) ananké; constrangimento, aflição, necessidade. Refere-se a algo que surge da influencia de outras pessoas, constrangimento, coação.

(**) agapaõtalvez de agan, muito; amar num sentido social ou moral. É considerar com forte afeição, com favor, boa vontade, benevolência.

(***) hilariosdisposto, de boa natureza, alegremente pronto. A palavra descreve um espírito de alegria no ato de dar que afasta todo comedimento.

- Nossas ofertas podem e devem ser feitas com alegria.

VERDADE PRÁTICA

A chave da verdadeira prosperidade está em ser fiel a Deus em tudo, inclusive, na prática dos dízimos e das ofertas.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Malaquias 3.10,11; 2 Coríntios 9.6-8.

OBJETIVOS

· Analisar a questão do dízimo e das ofertas dentro de uma perspectiva bíblica;
· Conscientizar-se de que a prática do dízimo e das ofertas é uma forma de adoração ao Senhor; e
· Explicar os dízimos e as ofertas como fontes de bênçãos.

Palavra-Chave

Dízimo: Décima parte de tudo aquilo que é devolvido ao Senhor, quer em dinheiro, quer em produtos e bens.

 I. Introdução

A Teologia da Prosperidade tem distorcido as práticas bíblicas de o crente ofertar e dizimar para a Obra do Senhor. Nesta aula, porém, temos a oportunidade de verificar a luz das Escrituras Sagradas que a entrega dos dízimos e das ofertas é uma atitude de amor e gratidão a Deus. Não devemos fazer com tristeza ou por constrangimento, mas com alegria, pois tudo que possuímos não é nosso; foi o Pai Celeste que as confiou aos nossos cuidados. Tudo que temos pertence ao Senhor. Tudo vem dEle - nosso trabalho, saúde, família. Temos de contribuir impulsionados pelo amor abnegado e desinteresseiro. Deus não está preocupado com a quantia que entregamos, mas com o nível de desprendimento, sacrifício e fé. Que sejamos mordomos fiéis do Senhor, sabendo que Ele é fiel para suprir todas as nossas necessidades. 

II. Desenvolvimento

            I. DÍZIMOS E OFERTAS NA BÍBLIA

1. O Antigo Testamento. O termo hebraico aqui é ma’a sar (Strong 4643), significando ‘um décimo”; “um dízimo”; “décima parte” dízimo”. No contexto bíblico, o vocábulo hebraico re’sith, refere-se àquilo que é “o primeiro”, indica o mais elevado de alguma coisao melhoro mais excelente, tal como as melhores partes das ofertas (1Sm 2.29). Por definição, Dízimo é a Décima parte; Ordenado pelo Senhor (Lv 27.30-32; Ml 3.10), com o propósito de sustentar os levitas (Nm 18.21) e sacerdotes (Nm 18.28), para ajudar nas refeições sagradas (Dt 14.22-27), e para socorrer os pobres, os órfãos e as viúvas (Dt 14.28,29). Encerra a lição de que Deus é o dono de tudo (Êx 19.5; Sl 24.1; Ag 2.8). Quando Israel deixou de entregar o Dízimo, isso foi uma demonstração de sua desobediência (Ml 3.8-10); de igual modo, ao retornarem com a praticar de apresentar os Dízimos, isso foi um sinal de reforma, como aconteceu nos dias de Ezequias (2Cr 31.55,6,12) e Neemias (Ne 10.37; 12.44). Além do dízimo, Deus fez registrar a propriedade das ofertas alçadas, ou seja, de contribuições esporádicas que fluíam dos corações de servos movidos pelo desejo de ir além, de sua contribuição dizimal, quer por mera gratidão, quer por uma causa específica, colocada por Deus perante eles, quer por uma necessidade extrema de auxílio, de caráter social (Êx 25-36). Esta perícope apresenta a construção do tabernáculo. A questão é: “Porque Deus não utilizou os dízimos de seu povo para esta necessidade”? A razão é que os dízimos deveriam ser aplicados ao sustento dos levitas, dos líderes religiosos, e serviriam à manutenção dos atos de adoração, não poderiam fazer face à necessidade específica, esporádica e extranormal que agora era colocada por Deus perante seu povo. Deus os chamou, consequentemente, a contribuir com ofertas alçadas, extras (Êx 25.2). O vocábulo no original hebraico é t’rûmáh (Strong 8641), um presente oferecido em sacrifício ou como tributo; a ideia básica é de algo sendo levantado (alçado) e apresentado ao Senhor como uma dádiva especial, de forma voluntária. O fato que deve ficar patente é que as práticas do dízimo ou das ofertas não são instituídas a partir da lei mosaica, Moisés apenas sistematizou tais práticas (Gn 4.4; 14.20; 28.22; Nm 18.20-32). “[...] O dízimo pode ter começado no Antigo Testamento, mas seu espírito, verdade e prática, continuam válidos” (HAYFORD J. A Chave de Tudo. 1.ed., RJ: CPAD, 1994, pp.93-4).

2. O Novo Testamento. O dízimo é uma determinação procedente de Deus, que precedeu a lei cerimonial e judicial da nação de Israel (incorporando-se posteriormente a essas), sendo portanto válido para todas as épocas e situações. Como forma de subsidiar o comentário da lição, gostaria apenas de reforçar dois princípios neotestamentários sobre o dízimo que devem regular a nossa contribuição sistemática: (1) o Novo Testamento ensina que nossa contribuição deve ser planejada: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2 Co 9.7). Nossa contribuição deve ser alvo de prévia meditação e entendimento nos indica, com muito mais força, que ele deve ser uma contribuição planejada, não aleatória, não dependente da emoção do momento. A melhor forma de planejar essa contribuição é a estabelecida nas Escrituras - dízimo, o reconhecimento de que tudo o que temos provêm e pertence a Deus. (2) Deus espera que a nossa contribuição seja proporcional aos nossos ganhos (1Co 16.2-3). Paulo está sistematizando a contribuição, orientando àquela igreja para que ela realizasse a coleta aos domingos (no primeiro dia da semana), que é quando os crentes primitivos se reuniam. Paulo enfatiza que temos que contribuir conforme Deus tem permitido que prosperassem. Temos ouvido muitas cousas impróprias acerca do Dízimo, muita argumentação falha que procura utilizar prescrições da lei cerimonial (cumprida em Cristo) ou da lei judicial de Israel (de caráter temporal, para aquela nação). Entretanto, temos, igualmente, muitos princípios válidos e exemplos sobre o dízimo, tanto no Velho como no Novo Testamento. Não é caso acusarmos o ‘não dizimista’ de ‘ladrão’ com base em Ml 3.8, haja vista esse texto fazer referência ao Templo-Estado. O Pr Caio Fabio escreve em seu livro "Sem Barganhas com Deus": "O texto de Malaquias 3, sobre os dízimos, é o favorito da “igreja” nas questões de contribuições financeiras. O que não percebemos é que o N.T. não se utiliza dele como Lei da Graça quando se trata de dinheiro. O texto de Malaquias fala do Templo-Estado. A Igreja não é assim. Mas ao escolhermos, seletivamente, Malaquias como o Santo das Contribuições, sem o sabermos, estamos dizendo quatro coisas: 1) Nosso desejo de que a Igreja esteja para a sociedade assim como o Templo-Estado estava para a população de Israel; 2) Nossa seletividade arbitrária quanto a determinar o que, da Lei, nos é conveniente; 3) Nossa incapacidade de ver que Malaquias 3 tem sua atualização na Graça em II Co 8 e 9; 4) Nossa ênfase na ideia de que aquele que não contribui é ladrão, põe aqueles que “cobram” no papel de sacerdotes-fiscais dos negócios de Deus na Terra. Em Atos 5: 1-11, diz-se que dá quem deseja. Dar sem desejar ou dar mentindo gera morte, não vida. Ananias e Safira foram disciplinados pela Liberdade que nasce da verdade e não a fim de gerar medo legalista na Igreja. Eles morreram por terem traído a Graça de dar ou não dar, ser ou não. Eram livres para não dar, não para mentir ao Espírito Santo! Dar não os tornaria maiores. Não dar não os tornaria menores. Mentir a Deus os destruiria! [...] E mais, dízimos financeiros são despudoradamente “cobrados” como parte da continuidade da Graça sobre o homem-devedor, sendo que o mediador humano da benção é sempre o representante de Deus, daí sentirem-se donos do dinheiro — afinal, Deus só recebe sacrifícios que se convertam no milagre de fazer muito dinheiro encher os seus bolsos, seja pessoalmente, seja institucionalmente, seja empresarialmente!" (Caio Fabio, Sem Barganhas com Deus, p. 40,41). Nas epístolas, Paulo faz referência ao dízimo levítico para extrair dele o princípio de que o obreiro é digno do seu salário (1 Co 9.9-14; Lv 6.16,26; Dt 18.1). Se o apóstolo não reconhecesse a legitimidade da prática do dízimo, jamais teria usado esses textos do Antigo Testamento. Há uma concordância geral entre os eruditos de que o Novo Testamento nos ensina a dar substancialmente ao Senhor. Há também concordância de que ele é um Deus que se deleita em responder com graciosa provisão, especialmente para suprir necessidades especiais (Mt 6.25-34).

SINOPSE DO TÓPICO (I)

A prática do dízimo não está restrita ao Antigo Testamento. Ela também é incentivada pelos apóstolos em o Novo Testamento.

            II. A PRÁTICA DO DÍZIMO E DAS OFERTAS COMO FORMA DE ADORAÇÃO

1. Reconhecimento da soberania e da bondade de Deus. Um dos princípios básicos da prática do dízimo é o reconhecimento de que Deus é soberano sobre todas as coisas. Tudo vem dEle e é para Ele (Ag 2.8; Cl 1.17). As promessas de Deus, tema das lições bíblicas do quarto trimestre de 2007, comentada pelo Pr. Geremias do Couto apresenta o estudo das promessas de Deus, ensejando a grande necessidade de melhor conhecermos a forma como são apresentadas na Bíblia e de que maneira interagem conosco, na condição de crentes fiéis a Deus. Deus prometeu segurança ao povo de Israel (Dt 28.7), mas isto não descartava a possibilidade de a nação eleita passar por situações conflituosas. Não é o que estamos acostumados a ouvir em nossos púlpitos, o que se vê são as famosas frases de efeito do tipo: “Deus tem promessas para você”, “determine e receba o que Deus prometeu para a sua vida” ou “a promessa é sua, receba em nome de Jesus!”, sem que as pessoas muitas vezes conheçam realmente, à luz da Bíblia, o que as promessas realmente representam. Na ideia da ‘Formula da Fé’, estas frases são como “amuletos” que os crentes lançam mão, à hora que bem entenderem, a fim de suprir suas necessidades imediatas. Deus não está sujeito a nenhum outro domínio, sendo este um de seus atributos exclusivos. Assim, ele age soberanamente à luz do plano que traçou para o homem. Quanto aos propósitos, nada do que Deus faz tem a finalidade de produzir sensacionalismo ou fazer por fazer, mas cumpre objetivos coerentes com os seus desígnios soberanos. Em outras palavras, as promessas de Deus, quando aplicadas à nossa vida, só fazem sentido se tiver em conta a soberania de Deus e o seu propósito em cada ato. Aliás, muitas são as adversidades daqueles que desejam viver piamente em Cristo (2Tm 3.12). Mas há promessas de proteção e segurança para o crente. É só confiar! Nós somos a propriedade particular de Deus (1Pe 2.9). Quando o crente devolve a Deus o seu dízimo, demonstra que reconhece o Senhor como a fonte de todas as coisas. À saudação de Melquisedeque: “Bendito seja o Deus Altíssimo!”, respondeu Abraão dando-lhe o dízimo (Gn 14.20). O princípio da devolução do dízimo demonstra que somos dependentes de Deus. É lamentável que alguns crentes ignorem esse fato e ajam como se as suas conquistas materiais fossem apenas mérito de seus esforços (Jz 7.2). Deus nos concede todas as bênçãos espirituais de que necessitamos (Ef 1.3; Fp 4.19; Tg 1.17) bem como as bênçãos materiais. Deus abençoa a todos sem distinção de raça, cor, credo, condição financeira, condição física ou educação. (Lc 9.23). “Porque sei que são muitas as vossas transgressões e enormes os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate e rejeitais os necessitados na porta. Portanto, o que for prudente guardará silêncio naquele tempo, porque o tempo será mau. Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e assim o Senhor, o DEUS dos Exércitos, estará convosco, como dizeis.” (Am 5.12-14).

2. Reconhecimento do valor do próximo. Os Dízimos do terceiro ano são mencionados em Dt 14.28,29 e outra vez no capítulo 26.12-15; os detalhes precisos não são claros. Visto ser um presente especial para os Levitas e os pobres e visto que as cidades levíticas estavam espalhadas por todo o território de Israel (Js 21), não seria prático conduzir todos os dízimos, de uma vez só, ao lugar central de adoração. Deste modo, estas oferendas dos dízimos deviam ser oferecidas para serem armazenadas nas cidades de Israel e usadas para a provisão dos necessitados. [1]
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[1] Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999; Nota Textual de Dt 14.28; p. 218.

SINOPSE DO TÓPICO (II)

Um dos princípios básicos da prática do dízimo, tanto no Antigo Testamento como em o Novo, é o reconhecimento de que Deus é soberano sobre todas as coisas.

            III. DÍZIMOS E OFERTAS COMO FONTES DE BÊNÇÃOS

1. A bênção da multiplicação. Tanto o Antigo como o Novo Testamento demonstra que Deus pode atender às nossas necessidades, quer sejam financeiras, quer sejam espirituais, ou outras quaisquer, bem como aumentar nossas posses para atender às diversas necessidades dos outros. No dizer de Paulo em 2Co 9.8-10, dê o que você tiver em mãos para dar. Ele enfatiza que: (a) é Deus que faz com que toda graça abunde em nossa direção e nos fornece capacidade em todas as coisas. Todas as coisas benéficas para a nossa vida, vêm das mãos de Deus; (b) Nós recebemos capacidade – até mesmo generosidade para podermos fazer boas obras. Somos abençoados a fim de sermos uma bênção para os outros (Gn 12.2). O termo ‘capacidade’ significa ‘autossatisfação’, ‘contentamento’ ou ‘competência’.; (c) O Deus que nos deu semente em primeiro lugar, é aquele que atende às nossas necessidades básicas, multiplica nossas sementes semeadas em abundância, de modo que possamos compartilhá-la com os outros. Quando o crente é liberal em contribuir para o Reino de Deus, uma decorrência natural do seu gesto é a bênção da multiplicação dada pelo Senhor (2 Co 9.6-10). [2] 
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[2] Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001
Dinâmica do Reino – Fé como Semente; 2Co 9.8-10; p. 1207.

2. A bênção da restituição. A Bíblia revela que o Senhor é um Deus de restituição (Jl 2.25). O profeta Joel profetiza uma era na qual tanto as necessidades físicas como espirituais, serão satisfeitas. Israel sofria constantemente com a invasão do exército ‘d’Aquele que é do Norte, uma alusão às locustas. Uma maneira de deter esses exames é através de um vento que as leva para dentro de grandes porções de água (o mar oriental, Mar Morto, e o mar ocidental, o Mediterrâneo). O seu mau cheiro, a podridão das locustas mortas jogadas nas praias pelas ondas, enchem o ar com um terrível mau cheiro [3]. É importante salientar que não há um consenso na Igreja contemporânea quanto à aplicabilidade dos princípios do Novo Testamento quanto ao dízimo, de fazer prova de Deus na área das finanças quanto à repreensão de Deus às cousas que devoram as finanças ou à provisão financeira de Deus àqueles que dão fielmente.
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[3] Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001
Nota Textual de Joel 2.20; pp. 866 e 867.

3. A bênção da provisão. Na Antiga Aliança, o Senhor prometeu “derramar bênçãos sem medida” sobre o seu povo (Ml 3.10). Na Nova Aliança, Ele deseja que o crente tenha “toda suficiência” (2 Co 9.8). A prosperidade bíblica é viver na suficiência de Cristo (2 Co 3.5; 9.8). Na Graça, aprendemos que a oferta voluntária é um ato desejável por Deus, comparada a um aroma suave, a um perfume não agressivo, mas suave. Nesse sentido, é um privilégio poder contribuir, poder fazer algo que é desejável por Deus. Quando o assunto é provisão, Deus deixa claro que não retém sua mão. Em Fp 4.19 Paulo enfatiza o fato de que Suas “riquezas” englobam toda a criação, ou seja, não há nada de que precisamos que Deus não possa suprir. Uma das regras básicas da interpretação da Bíblia é a análise do texto de acordo com o seu contexto. Por conseguinte, quando alguém, para fantasiar uma existência saudável, rica e isenta de problemas, fundamenta-se, por exemplo, em Filipenses 4.13, está perversamente torcendo a Palavra de Deus. Além do mais, o próprio Cristo advertiu-nos: “Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). Antes de tudo, Paulo declara sua total dependência de Cristo em todas as circunstâncias: “Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade” (Fp 4.12). Nesse versículo, o apóstolo deixa bem claro que, embora já houvesse experimentado escassez e abundância, jamais deixou de confiar em Deus. Sejam quais fossem as circunstâncias, o Senhor Jesus era a sua contínua suficiência. É por isso que, nEle, o apóstolo podia todas as coisas. Se alguém, portanto, quiser justificar a Teologia da Prosperidade com base na vida de Paulo, perde o seu tempo. Ele não ficou rico no seu exercício ministerial. Pelo contrário. Ele iniciou o seu ministério fazendo tendas (At 18.3) e terminou a sua carreira em uma prisão em Roma (Fp 1.3; At 28.30). No final de seus dias, precisou que Timóteo lhe enviasse uma capa, para se aquecer no cárcere (2 Tm 4.13). O que disso concluímos? O contentamento do apóstolo não dependia da abundância ou da escassez de bens materiais, mas da suficiência em Cristo.

SINOPSE DO TÓPICO (III)

Quando honrarmos o Senhor com nossos dízimos e ofertas, Ele derramará sobre nós sua provisão.

III. Conclusão

Vimos, pois, que a prática dos dízimos e das ofertas é uma determinação procedente de Deus, que precedeu a lei cerimonial e judicial da nação de Israel (incorporando-se posteriormente a essas), sendo portanto válido para todas as épocas e situações. Evidentemente que fica para nós o princípio de que somos abençoados não porque contribuímos, mas contribuímos porque já somos abençoados. Os fariseus, um grupo judaico radical que buscava cumprir todos os preceitos legais da Lei sem atender às exigências espirituais, observavam a prática do dízimo, numa suposição de que a obediência a um ‘ritual’ liberava-os da realidade maior: a obediência às responsabilidades do amor. O crente não pode estar aliciado a esse pensamento, mas o ensino neotestamentário é que deve nortear as práticas do dízimo e das ofertas “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2 Co 9.7). Nossa ênfase na ideia de que aquele que não é dizimista ou não contribui é ‘ladrão’, põe aqueles que ‘cobram’ no papel de sacerdotes-fiscais dos negócios de Deus na Terra. Em Atos 5: 1-11, diz-se que dá quem deseja. Dar sem desejar ou dar mentindo gera morte, não vida. Deus reconhece a voluntariedade do crente em contribuir para o seu Reino e, por graça e misericórdia, derrama sobre nós as suas muitas e ricas bênçãos.
Fonte: Francisco de Assis Barbosa - auxilioaomestre@bol.com.br

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, A verdadeira prosperidade — A vida cristã abundante; Comentarista: José Gonçalves; CPAD;

CITAÇÕES:
-. 
[1] Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999; Nota Textual de Dt 14.28; p. 218;
-. 
[2] Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001; Dinâmica do Reino – Fé como Semente; 2Co 9.8-10; p. 1207;
-. 
[3] Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001; Nota Textual de Joel 2.20; pp. 866 e 867.

OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995 por Life Publishers, Deerfield, Flórida-EUA;;
-. Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
-. HAYFORD J.A Chave de Tudo. 1.ed., RJ: CPAD, 1994, pp.93-4;
-. CABRAL, E. Mordomia Cristã: Aprenda como Servir Melhor a Deus. 1.ed., RJ: CPAD, 2003, p.138;
-. RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007;
-. ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2009;

Os textos das referências bíblicas foram extraídos do site http://www.bibliaonline.com.br/, na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel, salvo indicação específica.