A Igreja que faz a diferença!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

5ª lição de 29 de Janeiro de 2.012


As bênçãos de Israel e o que cabe à Igreja

Texto Áureo

Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo, como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor”. Ef 1.3,4

Bênçãos espirituais referem-se a privilégios e recursos divinos disponíveis agora, isto é, os crentes são escolhidos, adotados, perdoados. 1Co 1.21 usa a mesma palavra grega para “espiritual” ao se referir aos dons do Espírito Santo, evidenciando que eles estão entre as “bênçãos” incluídas [1]. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001 - Nota Textual de Ef 1.3; p. 1224.

Verdade Prática

Se observarmos a Palavra de Deus, experimentaremos a verdadeira prosperidade: a comunhão plena, em Cristo, com o Pai Celestial.

Leitura Bíblica em Classe

Gálatas 3.2-9.

Objetivos

· Identificar o caráter pessoal das bênçãos sobre Abraão;
· Compreender o aspecto nacional da bênção de Deus sobre Israel; e
· Conscientizar-se de que através da igreja as bênçãos de Deus têm um alcance universal.

Palavra Chave

Promessas: Ato amoroso por meio do qual o Senhor estabelece um compromisso fiel e santo com seus servos.

I. Introdução

Segundo a Bíblia, o termo promessa (Gr Epangelia; palavra empenhada), é o compromisso de conferir bens a pessoas, instituições, grupos, que Deus assume livremente e que mantém graças a seu poder e fidelidade. A promessa é correlativa ao amor de Deus e à fé que deseja suscitar no coração do homem. Não há no Antigo Testamento um termo específico que corresponda a prometer ou promessa. O hebraico dispõe de vários termos para descrever o sentido de promessa: juramento, herança, palavra ou de fórmulas “cumprir as promessas da aliança”, “manter a palavra”. As promessas divinas estão ligadas à ideia de aliança ou de pacto. Deus é fiel às suas promessas mesmo que os herdeiros não cumpram as exigências da aliança. Contudo, Deus pode restringir ou propor as promessas sobre novas bases. Neste domingo, veremos que Deus, em sua infinita bondade e misericórdia, têm bênçãos para todos. Na sua Palavra encontramos muitas promessas preciosas e incondicionais para toda a humanidade, como por exemplo, a vinda do seu Filho Unigênito a este mundo (2 Pe 3.4). Não por acaso, o termo grego epangelia possui uma afinidade com euangelion, a boa nova; nos sinóticos, Jesus é o Messias prometido, o anunciador de novas promessas (Mt 1.1-17). Não há como enumerar tantas manifestações da bondade do Senhor. Se alguém tentasse enumerá-las, chegaria à mesma conclusão do salmista: “contaria, contaria, sem jamais chegar ao fim” (Sl 139.18). Porém, nenhuma bênção é tão importante e tão especial como a salvação. Todavia, algumas bênçãos e promessas são específicas para Israel e outras são para a Igreja. Ao fim desta lição, entenderemos que as bênçãos divinas podem ser gerais, individuais, para Israel e para a Igreja, com ênfase nas duas últimas. Não esqueçamos jamais que já participamos das bênçãos da Nova Aliança quando, pela fé, entregamos nossa vida a Jesus e recebemos o perdão dos nossos pecados por intermédio do sangue do Cordeiro Imaculado. Essa é a maior bênção que uma pessoa pode experimentar deseja conceder bênçãos ainda maiores aos seus filhos.

II. Desenvolvimento

I. ABRAÃO E O ASPECTO PESSOAL DA BÊNÇÃO

1. O alcance individual das bênçãos. Bênçãos (Hb. bIeraka), indicam o ato de pronunciar coisas boas em direção a outrem (Gn 27.38). Como um chamado totalmente soberano, a ordem de Deus a Abraão ‘sai-te... da tua parentela’ foi um teste da sua fé. Ele foi chamado a abandonar tudo o que lhe era importante em troca duma terra desconhecida. O que ele tem é a promessa de Deus que o faria grande; e Deus de fato abençoou Abraão de muitas maneiras, inclusive com bênçãos materiais (Gn 24.35), onde percebemos como Abraão tornou-se muito rico, assim mesmo como o seu servo relata que “o Senhor abençoou muito o meu senhor”, e então passa a enumerar as bênçãos materiais que Deus concedeu a Abraão. Esta dinâmica torna-se pertinente a cada crente também hoje; a Bíblia revela que Deus trata com pessoas e não apenas com nações. Em Gl 3.13,14, Deus promete dar a todos os crentes as bênçãos de Abraão, declarando-nos que Jesus tornou-se maldição por nós a fim de que pudéssemos receber as “bênçãos de Abraão”. De tudo isso se subentende que a chamada de Abraão envolvia bênçãos que contemplavam o presente, mas que também apontavam para o futuro. Ela envolvia uma conquista terrena e uma celestial. Sua visão alcançava um lar definitivo não mais na terra e sim no céu (Hb 11.9,10,14-16; Ap 21.1-4; 22.1-5). As bênçãos, portanto, eram tanto temporais como eternas. As temporais eram aquelas que diziam respeito à realidade pessoal do patriarca; as eternas referiam-se às promessas que estavam por se cumprir na plenitude dos tempos (Gl 4.4); A plenitude dos tempos era o tempo divinamente estabelecido para a vinda de Cristo, quando as condições do mundo favoreciam sua aparição.

2. O alcance social das bênçãos. De nada adianta possuir bênçãos materiais, se aqueles que estão ao nosso redor, não forem alcançados em decorrência de nossa confissão e testemunho (Gn 12.3). Não são poucas as portas abertas à pregação de um evangelho que supre as necessidades de muitos que apelam a Deus em busca de bens materiais. Contudo, Paulo exorta que o crente deve estar contentado ao ter as necessidades básicas supridas (1Tm 6.8; Fp 4.10-13). A procura da riqueza traz somente tristeza e tropeços na vida de quem quer servir a Deus, pois vem de um coração enraizado no mundo e não no Senhor (Cl 3.1,2). De fato, o crente não deve desgastar-se em busca de obter riquezas materiais, porque tal procura é vã e gasta tempo que deve ser usado na busca de uma vida piedosa e da pátria celestial (Mt 6.24-34). Mesmo sem ter por meta granjear riquezas, alguns crentes são alcançados com muitos bens materiais. Para estes é necessário lembrar-se da mordomia cristã e que tudo é dado por Deus, que se deve confiar nele e não na própria riqueza, a qual é passageira (1Tm 6.17). De fato, a riqueza verdadeira consiste na prática da vontade de Deus, usando as dádivas dele para fazer o bem a outros. Tal serviço preparará o tesouro real para a vida verdadeira após esta. A riqueza em si não é má. Porém, o que fazemos dela pode transformar-se em algo danoso para nós e para os que nos cercam (Sl 62.10), mas para o crente, as verdadeiras riquezas consistem na fé e no amor que se expressam na abnegação e em seguir fielmente a Jesus (1Co 13.4-7; Fp 2.3-5). Sim, as verdadeiras riquezas são as espirituais e não as materiais. Ele não deve apegar-se às riquezas como um tesouro ou garantia pessoal; pelo contrário, deve abrir mão delas, colocando-as nas mãos de Deus para uso no seu reino, promoção da causa de Cristo na terra, salvação dos perdidos e atendimento de necessidades do próximo. Portanto, quem possui riquezas e bens não deve julgar-se rico em si, e sim administrador dos bens de Deus (Lc 12.31-48). John Piper comenta em seu artigo intitulado ‘O Olho é a Lâmpada do Corpo, Uma Meditação sobre Mateus 6:19-24’: “Colocadas entre o mandamento de ajuntar tesouros no céu (6:19-21) e a advertência de que não se pode servir a Deus e ao dinheiro (6:24), estão as estranhas palavras sobre o olho sendo a lâmpada do corpo. Se o olho é bom (literalmente: “simples”), todo o corpo será cheio de luz. Mas se o olho for mau, o corpo será cheio de trevas. Em outras palavras: Como você vê realmente, determina se você está em trevas ou não. Ora, por que esta afirmação sobre o olho bom e o mau está colocada entre dois ensinos sobre dinheiro? Eu penso que é por causa de uma coisa específica: o que nos mostra se o olho é bom, é como ele vê Deus em relação ao dinheiro e tudo o que este pode comprar. Este é o assunto na primeira parte desta passagem. Em 6:19-21 o assunto é: você deve desejar a recompensa celestial e não a terrena. O que, em resumo, significa: deseje Deus e não o dinheiro. Em 6:24 o assunto é se você pode servir dois senhores. Resposta: Você não pode servir a Deus e ao dinheiro.” [2] PIPER, John. ‘O Olho é a Lâmpada do Corpo, Uma Meditação sobre Mateus 6:19-24’http://www.monergismo.com/textos/meditacoes/piper_olho_lampada.htm

SINOPSE DO TÓPICO (I)

Por intermédio de Abraão, todas as nações têm acesso à salvação em Jesus Cristo.

II. ISRAEL E O ASPECTO NACIONAL DA BÊNÇÃO

1. O alcance geográfico das bênçãos. A maior benção para Israel, no Antigo Testamento, era a presença de Deus (Ne 6.24-26). Mas a benção para esse povo estava condicionada à obediência (Dt 7.12-15; 28.1-68). As bênçãos de Deus para Israel incluíam: posteridade (Gn 1.18; 9.1; 12.2; 22.17; 26.4; 28.3; Dt 7.13; Js 17.14; Sl 107.38), a posse da terra, bem como outros tipos de prosperidade material (Gn 24.35; 26.3; 39.5; Dt 2.7; 12.7; 15.4). As bênçãos de Deus foram prometidas a Abrãao, neles seriam benditas todas as nações da terra (Gn 12.1-3). Tais bênçãos trazem justiça (Sl 24.5), vida (Sl 133.3) e salvação (Sl 3.8). As bênçãos de Deus para Israel faziam parte do Pacto que o Senhor tinha com essa nação, tendo em vista que Ele prometeu fazer de Abraão uma grande nação (Gn 12.2) e dar a terra de Canaã por herança à sua posteridade (Gn 17.8). Essa percepção de Israel enquanto nação é muito importante para a interpretação dos textos bíblicos que fazem alusão à prosperidade desse povo. Essa é uma benção prometida com exclusividade a Israel, que não cabe à Igreja (Dt 28.8). O texto de 1Cr 7.14: “e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” tem sido indevidamente aplicado à Igreja, e o pior, a determinadas nações. O tratamento de Deus não é mais com uma nação ou com um povo geograficamente constituído. A nação escolhida por Deus, para ser testemunha da Sua revelação no Antigo Pacto, foi Israel (Dt 28.10). Acreditamos que no futuro, por ocasião do Milênio (Ap 20.1-10), Israel receberá as bênçãos que lhe compete e que ainda não se cumpriram. Esse será um tempo de abundância para esse povo e de prosperidade em todos os sentidos. Israel desfrutará de paz com as nações (Is 9.6; Mq 4.3-4; Lc 2.13-14); a terra da palestina será ampliada (Is 26.25), a topografia será alterada (Zc 14.4), as chuvas cairão trazendo bênçãos (Is 41.18; Ez 34.26; Jl 2.23); as fontes e mananciais de águas serão abundantes (Ez 47.1-11); Zc 14.8), a terra produzirá muito (Is 32.15; 35.1; Ez 47.12; Am 9.13), haverá paz e justiça em plenitude (Is 32.16,17), até na criação (Is 11.6-9; 65.25; Rm 8.19-21). Essas são as bênçãos que competem a Israel, mas não agora, pois tudo isso se concretizará no futuro, no reinado de Cristo (At 14.22; 1Co 6.9-10; 1Ts 2.12; Tg 2.5; 2Pe 1.11; 2Tm 4.1; Ap 12.10).

2. O alcance político das bênçãos. Na lista de bênçãos a Israel, encontramos as de natureza política que se referiam ao seu relacionamento com nações vizinhas. Israel estava localizado em um meio hostil. Por isso mesmo, dependia da guarda divina (Dt 28.7).Gênesis 22.18 confirma o que acima dizemos: “E em tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz”. Estas nações e famílias que seriam abençoadas por Deus, teriam que estar enxertadas na boa oliveira que é Israel (Rm 11.23,24). No dizer de Paulo em Gálatas 3.29, se somos do Cristo, então somos descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa feita a Abraão, a promessa da vida eterna por Cristo. As promessas feitas no Antigo Pacto, portanto, carecem de interpretação à luz do que é revelado por outros versículos da Bíblia.

3. O alcance global das bênçãos. Deus separou Abrão da sua família idólatra a fim de que tanto ele como os seus descendentes viessem a ser nação messiânica, que traria salvação para todas as famílias da terra. Quando Deus diz a Abraão, por exemplo, que “em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3), Ele antecipa os patriarcas ainda por vir, a nação de Israel, e toda a linha davídica, incluindo o Messias e fundamenta o conceito bíblico de bênção – Deus em ação na vida do seu povo para contrapor-se aos efeitos da maldição. Entendemos que desde o princípio da criação, o plano de Deus para a salvação tem sido global e vemos isto ao longo do Antigo Testamento, indivíduos e nações que abençoaram os descendentes de Abrão foram abençoados por Deus; aqueles que o perseguiam Sofreram as maldições de Deus. Por conseguinte, a bênção da salvação não era apenas para a posteridade de Abraão, mas também para todos os povos. Acredito que as bênçãos destinadas a Israel eram exclusivas, mas também acredito que somos alvos da bondade eterna de Deus e como Israel, somos também abençoados.

SINOPSE DO TÓPICO (II)

Nem todas as bênçãos prometidas a Israel podem ser aplicadas a nós atualmente, pois eram destinadas exclusivamente ao povo hebreu.

III. A IGREJA E O ASPECTO UNIVERSAL DA BÊNÇÃO

1. Transitório versus eterno. Sabemos que as bênçãos listadas no Antigo Testamento apontavam para as bênçãos disponíveis na nova aliança, sendo aquelas, sombra de bens futuros. Hebreus 10.1, refere-se à lei e nós podemos nos referir a tudo que dizia respeito ao povo de Israel, a lei e o sacerdócio. Na Antiga Aliança, as bênçãos possuíam natureza material, social e também espiritual. Em todos os casos, elas faziam sobressair o seu aspecto temporal em contraste com a Nova Aliança (Hb 8.13; 10.34). Nesta, as bênçãos são eternas. O que foi prometido na Antiga Aliança tem o seu pleno cumprimento na Nova. O transitório pertencia ao Antigo Pacto; o permanente ao Novo (2 Co 3.1-11). Isto significa que as bênçãos, em sua plenitude, estavam reservadas para a Nova Aliança, para ter seu cumprimento na Igreja. A igreja é o objetivo final e máximo de Deus. O termo grego Ekklesia, denota um grupo de pessoas chamadas para fora; não é uma edificação onde os crentes se reúnem, mas algo orgânico, cheio de vida; é uma casa espiritual (1Pe 2.5), não apenas uma habitação, mas um lar, é a família de Deus e alvo das bênçãos eternas (Ef 2.19). A antiga aliança era mera sombra de coisas superiores por vir. Como tal, não possuía em si mesma a substância da vontade de Deus, que é eterna e celestial. Por conseguinte, a sua natureza era limitada em vários aspectos. Não só se restringia a um povo em particular, a nação de Israel, como era regulado pela condição de duas partes, Deus e o povo. Além disso, tal aliança, limitada ao um tempo, era terrena, não possuindo o poder de aperfeiçoar os que nela confiavam. E, por todos esses motivos, diz-se que a aliança do Sinai era imperfeita.

2. Material versus espiritual. O Livro de Hebreus revela que Cristo é o “Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas”(Hb 8.6). Ela é mais excelente porque as promessas do pacto mosaico eram condicionais, terrenas, carnais e temporárias, enquanto as promessas do Novo Testamento são incondicionais, espirituais e eternas. O Pai Celestial já nos abençoou e já nos deu toda sorte de bênçãos (Ef 1.3). Estas bênçãos chegam até nós por meio de Cristo Jesus e são aplicadas em nós pelo Espírito Santo. Pela ação do Espírito Santo as bênçãos espirituais passam a ser realidade na vida dos filhos de Deus.

3. Pobreza e riqueza. Deus nos concede todas as bênçãos espirituais de que necessitamos (Ef 1.3; Fp 4.19; Tg 1.17) bem como as bênçãos materiais. Deus abençoa a todos sem distinção de raça, cor, credo, condição financeira, condição física ou educação. (Lc 9.23). “Porque sei que são muitas as vossas transgressões e enormes os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate e rejeitais os necessitados na porta. Portanto, o que for prudente guardará silêncio naquele tempo, porque o tempo será mau. Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e assim o Senhor, o DEUS dos Exércitos, estará convosco, como dizeis.” (Am 5.12-14). Não se deve esquecer é que na Igreja há irmãos carentes e enfermos (1 Tm 5.23; 2 Tm 4.20). A Bíblia tem muito a dizer a respeito de como os crentes devem tratar os pobres e necessitados. Ao revelar a sua Lei aos israelitas, mostrou-lhes também várias maneiras de se eliminar a pobreza do meio do povo (ver Dt 15.7-11). Declarou-lhes, em seguida, o seu alvo global: “Somente para que entre ti não haja pobre; pois o SENHOR abundantemente te abençoará na terra que o SENHOR, teu DEUS, te dará por herança, para a possuíres” (Dt 15.4). O crente tem o dever de preocupar-se com o social, especialmente com os domésticos na fé (Gl 6.10) [Paulo de fato diz para ajudar “a todos.” Quando ele diz “especialmente” ou “principalmente” é com ênfase, mas não exclusividade]. Boa parte do ministério de JESUS foi dedicados aos pobres e desprivilegiados na sociedade judaica. Dos oprimidos, necessitados, samaritanos, leprosos e viúvas, ninguém mais se importava a não ser JESUS (cf. Lc 4.18,19; 21.1-4; Lc 17.11-19; Jo 4.1-42; Mt 8.2-4; Lc 17.11-19; Lc 7.11-15; 20.45-47). Ele condenava duramente os que se apegavam às possessões terrenas, e desconsideravam os pobres (Mc 10.17-25; Lc 6.24,25; 12.16-20; 16.13-15,19-31). Quantos de nós que, embora ricos espiritualmente, carecemos de bens materiais para a sobrevivência! Quantos irmãos nossos, coerdeiros com Cristo, vivem em palafitas, ou estão desempregados? A estes não devemos fechar o coração, mas ajudá-los com alegria. É interessante e importante a palavra de Paulo quanto a este respeito em 1Tm 5.8: “se alguém não cuidar dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente”. A prosperidade legitima-se com a generosidade.

SINOPSE DO TÓPICO (III)

Todas as promessas divinas feitas na Antiga Aliança têm o seu pleno cumprimento na Nova.

III. Conclusão

“Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20). Embora o crente sendo cidadão de uma pátria terrena, eles têm uma cidadania maior e realmente somos estrangeiros neste mundo. Portanto, permitamos que a Palavra seja um guia para compreendermos a vontade de Deus no aspecto da prosperidade. Não sejamos ‘tolos’, a Bíblia diz ‘sim, podemos ter riquezas’. Mas ela também afirma ‘não’, ‘não confie nelas’! Jesus sabia da sedução que os bens terrenos podem exercer sobre nós e por isso advertiu: “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt 6.21). O crente, por este motivo, é instado a ter a ‘mente de Cristo’ (Fp 2.1-5) para poder experimentar ou a riqueza financeira ou dificuldades temporárias, mas ainda estar firmes em nosso viver por confiar plenamente nEle, o autor e consumador da nossa fé. No dizer de Paulo, [...] não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos;” (Rm 12.16), nós devemos aprender a estar satisfeitos, tendo as coisas essenciais desta vida, como alimento, vestuário e teto. Para ele, a satisfação das necessidades materiais não era motivo nem medida de sua alegria, ao contrário, ele repudia expressamente a mera autossuficiência (2Co 3.5; 9.9). Sua suficiência estava em Cristo, cuja paz e propósito ele desfrutou apesar de todas as circunstancias por ele vividas. Tal fé é um estimulante para cremos em toda a suficiência de Cristo ao encarar todas as circunstancias da vida!

Fonte: Francisco de Assis Barbosa - auxilioaomestre@bol.com.br

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, A verdadeira prosperidade — A vida cristã abundante; Comentarista: José Gonçalves; CPAD;

CITAÇÕES:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001; Nota Textual de Ef 1.3; p. 1224;
-. PIPER, John. ‘O Olho é a Lâmpada do Corpo, Uma Meditação sobre Mateus 6:19-24’http://www.monergismo.com/textos/meditacoes/piper_olho_lampada.htm

OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
-. RHODES, R. O Livro Completo das Promessas Bíblicas. 1.ed., RJ: CPAD, 2006;
-. BENTHO, E. Hermenêutica Fácil e Descomplicada. 4.ed., RJ: CPAD, 2006.

Os textos das referências bíblicas foram extraídos do site http://www.bibliaonline.com.br/ , na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel, salvo indicação específica.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

4ª lição de 22 de Janeiro de 2.012

A prosperidade em o Novo Testamento

TEXTO ÁUREO

Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”. Rm 14.17

 As leis dietéticas são triviais, e seu cumprimento não é essencial ao Reino de Deus. De muito mais importância é o fruto do Espírito Santo. A justiça está relacionada com a palavra de Deus e a dependência de Deus (Mt 5.10); A paz está relacionada com a vida em comunhão. Isto quer dizer que nada pode se interpor no relacionamento entre crentes. Só podemos viver em paz, quando compreendemos que somos uma família e somos membros uns dos outros. Os filhos de Deus se esforçam por preservar a unidade do Espírito pelo vínculo da Paz. A paz com todas as pessoas é a garantia de que veremos a Deus (Hb 12.14,15); A alegria no Espírito Santo está relacionada com o Fruto do Espírito; todo crente em Jesus recebeu o Poder para ser feito filho de Deus, e este Poder é o Espírito Santo que habita nele e manifesta o Fruto do Espírito que é: Amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, mansidão, fé e domínio próprio. Em que cada situação que passamos no nosso dia a dia, podemos exercitar todas as qualidades do caráter de Cristo nas nossas vidas. 1Pe 4.12-14

VERDADE PRÁTICA

O conceito de prosperidade em o Novo Testamento vai muito além da aquisição de bens terrenos; ele está fundamentado nas promessas do reino de Deus na época vindoura.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2º Coríntios 8.1-9.

OBJETIVOS

· Saber que a prosperidade em o Novo Testamento é escatológica;
· Conscientizar-se de que a prosperidade em o Novo Testamento é mais uma questão de ser que de ter; e
· Compreender que a prosperidade em o Novo testamento é sempre uma questão filantrópica.

Palavra Chave

Filantropia: Desprendimento, generosidade para com outrem; caridade.

I. introdução

[...] não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos;” (Rm 12.16). Este texto de Romanos aconselha aos crentes a estarem satisfeitos, tendo as coisas essenciais desta vida, como alimento, vestuário e teto. Certamente haverá necessidades financeiras específicas, e nesse caso, devemos confiar na providência divina (Sl 50.15), enquanto continuamos a trabalhar (2Ts 3.7,8), a ajudar os necessitados (2Co 8.2,3), e servir a Deus com contribuições generosas (2Co 8.3; 9.6,7). Também sugere que os crentes não devem ambicionar riquezas (vv. 9-11), já que no pensamento paulino, os ricos caem em muitas tentações. O Salmista também discorre sobre o ‘estar contentado’: ”SENHOR, o meu coração não se elevou, nem os meus olhos se levantaram; não me exercito em grandes assuntos, nem em coisas muito elevadas para mim. Decerto, fiz calar e sossegar a minha alma; qual criança desmamada para com sua mãe, tal é a minha alma para comigo. Espere Israel no SENHOR, desde agora e para sempre” (Sl 131.1-3). Nesta lição teremos uma visão acerca da prosperidade para o cristão (1Co 16.2; 3Jo 2) e no por fim, a convicção de que a prosperidade para os crentes da Nova Aliança vai muito além de possuir abundância de bens materiais. No dizer de Paulo em Rm 12.16, Aquele que muito quer nada tem. Quando desejamos coisas altas demais corremos o risco de não alcançá-las e depois sofrer com o sentimento de incapacidade e frustração. Muitas vezes buscamos glória e reconhecimento para nós mesmos, mas não é essa a recomendação bíblica. Deus quer que estejamos satisfeitos com as coisas humildes, e caso Ele achar que convém nos dará as coisas grandes para que Seu nome seja glorificado. Jesus optou por ter um estilo de vida simples e nunca incentivou seus discípulos a buscarem ou acumularem tesouros na terra (Mt 6.19-21). Ele nos ensinou a buscar o Reino de Deus e a sua justiça em primeiro lugar (Mt 6.33). Para o Salvador o que importa não é o ter, mas o ser. Assim, a verdadeira prosperidade consiste em ter um relacionamento perfeito com o Pai Celeste. Ter vida próspera é ter paz interior. E essa paz fortuna nenhuma pode comprar.

II. DESENVOLVIMENTO


I. A PROSPERIDADE NO NOVO TESTAMENTO É ESCATOLÓGICA.

1. Prosperidade e consumo. O ensino do Novo testamento quanto ao acúmulo de riquezas é desencorajador. No original, riqueza é mamom (מָמוֹן), que significa literalmente ‘dinheiro’, um termo aramaico usado para descrever riqueza material ou cobiça, na maioria das vezes, mas nem sempre, personificado como uma divindade. O termo é pejorativo e faz referência a riquezas considerado-a como um objeto de culto e seu exercício ganancioso; à riqueza como um mal, mais ou menos personificado. Pessoas ávidas por dinheiro são aqueles que cultuam Mamom. Em Mt 6.19,24 apresentam-se à pessoa duas opções: um relacionamento com Deus ou com as riquezas. É por isso que muitos cristãos, apesar das aparências, não se enquadram no modelo apresentado pela Palavra de Deus. A avidez por acumular riquezas é tão envolvente que rapidamente passa a controlar a mente e a vida da pessoa, substituindo paulatinamente a glória de Deus (Lc 6.13). Para o mundo secular, sucesso e consumo são termos que definem o que se considera hoje uma vida próspera, pois o homem natural ignora que o “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1Tm 6.10). Para os judeus contemporâneos de Jesus, o pensamento predominante era de que as riquezas constituíam um sinal do favor especial de Deus, e que a pobreza era um sinal de falta de fé e do desagrado de Deus; Jesus muitas vezes foi escarnecido por ser pobre! (Lc 16.14). Esse pensamento é rejeitado pelo Mestre nas seguintes passagens: Lc 6.20; 16.13 e 18.24,25. No pensamento cristão, as riquezas são empecilho tanto à salvação como ao discipulado (Mt 19.24; 13.22). Jesus advertiu-nos: “Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.”. Ato contínuo, o Senhor contou aos seus discípulos a parábola do rico insensato que julgava ter segurança por causa de suas muitas posses (Lc 12.16-21). Cristo não condenou a posse de riquezas materiais, mas fez questão de realçar a loucura de viver em função daquilo que perecerá.

2. Prosperidade e futuridade. Para Jesus, o homem deve ser livre da ansiedade quanto às necessidades cotidianas. O Mestre ilustra a inutilidade da preocupação mostrando que é desnecessária infrutífera e inadequada para um crente (Mt 6.26-32). O amontoar egoísta de bens materiais é uma indicação de que a vida já não é considerada do ponto de vista da eternidade (Cl 3.1). O egoísta e cobiçoso já não centraliza em Deus o seu alvo e a sua realização, mas, sim, em si mesmo e nas suas possessões. Ao contrário disso, o crente é estimulado a fazer do governo soberano de Deus, e do correto relacionamento com ele, a mais alta prioridade da vida. A preocupação é incoerente com essa assertiva porque ela põe em dúvida a soberania e bondade divina e desvia o crente dos verdadeiros objetivos da vida. Os crentes primitivos tinham a consciência de que Deus satisfaria todas as necessidades daqueles que arriscam tudo por ele, daqueles que buscavam primeiro o Reino de Deus e a sua justiça (Mc 10.29,30), eles tinham os corações completamente voltados para a manifestação plena do Reino de Deus. Isso levou o apóstolo Paulo a desejar ardentemente a vinda do Senhor (1 Ts 4.17; 2 Co 5.8; 2 Tm 4.8). O coração, (isto é, sentimentos, pensamentos, desejos, valores, vontade e decisões) da pessoa é atraído pelas coisas que ela considera mais importantes. Se o reino de Deus, as coisas celestiais, a sua Palavra, a sua presença, a sua santidade e nosso relacionamento com Ele são o nosso tesouro, nosso coração será atraído às coisas do seu reino e nossa vida estará voltada para o céu e para a volta de nosso Senhor. O objetivo principal da vida do crente é agradar a Deus e promover a sua glória. Sendo assim, aquilo que não pode ser feito para a glória de Deus (em sua honra e ações de graças como nosso Senhor, Criador e Redentor) não deve ser feito de modo nenhum. Honramos a Deus mediante nossa obediência, ações de graças, confiança, oração, fé e lealdade a Ele. Viver para a glória de Deus deve ser uma norma fundamental em nossa vida, o alvo da nossa conduta, e teste das nossas ações (1Co 10.31).

SINOPSE DO TÓPICO (I)

Ser próspero não significa ter bens materiais, mas uma profunda comunhão com Deus.

II. A PROSPERIDADE EM O NOVO TESTAMENTO É MAIS UMA QUESTÃO DE SER DO QUE DE TER.

1. Tesouros na terra. A riqueza em si não é má. Porém, o que fazemos dela pode transformar-se em algo danoso para nós e para os que nos cercam (Sl 62.10). Temos ciência da importância do dinheiro para a sobrevivência, no entanto, o amor a ele é a raiz de todos os males (1Tm 6.10). Jesus já falara do perigo do dinheiro tornar-se um deus na vida do homem (Mt 6.24). Ele afirmou que a busca das riquezas poderia exigir uma dedicação tão grande, quanto Deus exigia de seus servos. Seria, portanto, impossível servir aos dois ao mesmo tempo. Esse fato foi exemplificado por Jesus quando Ele encontrou-se com o jovem rico (Mt 19.16-22). Não que a riqueza em si fosse de todo má, mas o coração pode estar tão preso por ela que isso se constitui num obstáculo para seguir a Jesus. Quando o dinheiro se torna um deus na vida do homem, tal pessoa é capaz de usar até meios ilícitos para obtê-lo ou usá-lo. Há pessoas que mentem e enganam com a finalidade de obter lucros e vantagens pessoais (Pv 21.06); outros exploram os semelhantes em benefício próprio (Jr 22.13; Tg 5.4); muitos praticam o suborno (Is 1.23; Am 5.12); isso além dos roubos, assassinatos, assaltos e tantos outros crimes que visam a subtrair bens ou dinheiro de pessoas ou instituições. Essas práticas não resolvem o problema de ninguém porque o resultado desse lucro desonesto são as dificuldades no lar (Pv 15.27); o desapontamento (Ec 5.10); insensatez (Jr 17.11); miséria (Tg 5.3) e apostasia (1Tm 6.10). A ética bíblica nos orienta que devemos trabalhar com afinco para fazermos jus ao que recebemos. Desde o Gênesis, vemos que o homem deve empregar esforço para obter os bens de que necessita. Disse Deus: “No suor do teu rosto, comerás o teu pão...” (Gn 3.19a). No dizer do apóstolo Paulo, “Porque bem vos lembrais, irmãos, do nosso trabalho e fadiga; pois, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós, vos pregamos o evangelho de Deus” (1Ts 2.9); “e procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já vo-lo temos mandado” (1Ts 4.11). “Se alguém não quiser trabalhar, não coma também” (2Ts 3.10). Daí, o preguiçoso que recebe salário está usando de má fé, roubando e insultando os que trabalham: “não trarás o salário da prostituta nem o aluguel do sodomita para a casa do Senhor teu Deus por qualquer voto, porque uma e outra coisa são igualmente abomináveis ao Senhor teu Deus” (Dt 23.18).

2. Tesouros no céu. Para o crente, as verdadeiras riquezas consistem na fé e no amor que se expressam na abnegação e em seguir fielmente a Jesus (1Co 13.4-7; Fp 2.3-5). Sim, as verdadeiras riquezas são as espirituais e não as materiais. Uma das declarações mais surpreendentes feitas por nosso Senhor é que é muito difícil um rico entrar no reino de Deus. Este, porém, é apenas um dos seus ensinos sobre o assunto da riqueza e da pobreza. Esta sua perspectiva é repetida pelos apóstolos em várias epístolas do Novo Testamento, isso porque o amontoar egoísta de bens materiais é uma indicação de que a vida já não é considerada do ponto de vista da eternidade (Cl 3.1). Para o crente, a atitude correta em relação a bens e o seu usufruto, há a obrigatoriedade de ser fiel (Lc 16.11). Ele não deve apegar-se às riquezas como um tesouro ou garantia pessoal; pelo contrário, deve abrir mão delas, colocando-as nas mãos de Deus para uso no seu reino, promoção da causa de Cristo na terra, salvação dos perdidos e atendimento de necessidades do próximo. Portanto, quem possui riquezas e bens não deve julgar-se rico em si, e sim administrador dos bens de Deus (Lc 12.31-48). John Piper comenta em seu artigo intitulado ‘O Olho é a Lâmpada do Corpo, Uma Meditação sobre Mateus 6:19-24’: “Colocadas entre o mandamento de ajuntar tesouros no céu (6:19-21) e a advertência de que não se pode servir a Deus e ao dinheiro (6:24), estão as estranhas palavras sobre o olho sendo a lâmpada do corpo. Se o olho é bom (literalmente: “simples”), todo o corpo será cheio de luz. Mas se o olho for mau, o corpo será cheio de trevas. Em outras palavras: Como você vê realmente, determina se você está em trevas ou não. Ora, por que esta afirmação sobre o olho bom e o mau está colocada entre dois ensinos sobre dinheiro? Eu penso que é por causa de uma coisa específica: o que nos mostra se o olho é bom, é como ele vê Deus em relação ao dinheiro e tudo o que este pode comprar. Este é o assunto na primeira parte desta passagem. Em 6:19-21 o assunto é: você deve desejar a recompensa celestial e não a terrena. O que, em resumo, significa: deseje Deus e não o dinheiro. Em 6:24 o assunto é se você pode servir dois senhores. Resposta: Você não pode servir a Deus e ao dinheiro”.

SINOPSE DO TÓPICO (II)

No ensino apostólico, as verdadeiras riquezas são as espirituais e não as materiais.

III. A PROSPERIDADE EM O NOVO TESTAMENTO É FILANTRÓPICA.

1. Uma igreja com diferentes classes sociais. Uma igreja local dividida não terá êxito em sua jornada terrena e jamais alcançará o objetivo de evangelização mundial. O termo ‘comunhão’, de acordo com o texto bíblico no original, tem um sentido bem amplo. Proveniente do grego koinê, o termo remetente a essa palavra é KOINONIA. Este expressa os seguintes significados: “participação, quinhão; comunicação, auxílio, contribuição; sociedade, comunhão, intimidade, ‘cooperação[1]. A idéia da palavra é expressar o vínculo perfeito de unidade fraternal dentro de uma comunidade específica cujas características essenciais são a cooperação e o relacionamento mútuo. A Igreja de Cristo é a reunião de diversas pessoas (diferentes classes sociais, sexos e etnias). Quando a Igreja teve início, pessoas de todas essas camadas sociais agregaram-se à nova fé (At 6.7). Tanto Paulo quanto os outros apóstolos a todos instruía indistintamente (1 Co 7.21; Fm 10-18). A Igreja, embora social e economicamente heterogênea, era homogênea em sua fé (At 4.32). Somos criaturas de Deus quando nascemos neste mundo e nos tornamos filhos de dEle quando cremos na obra salvífica levada a efeito por Jesus (Mt 10.32; Rm 10.9), passamos assim a ter o poder de sermos feitos filhos de Deus e co-herdeiros com Cristo de suas promessas e riquezas (Jo 1.12 e Rm 8.17). Assim, apesar de pertencermos à classes sociais distintas, todos os crentes são herdeiros de uma mesma herança! [1]

2. Não esquecer os pobres. Na condição de filhos, Deus nos concede todas as bênçãos espirituais de que necessitamos (Ef 1.3; Fp 4.19; Tg 1.17) bem como as bênçãos materiais. Deus abençoa a todos sem distinção de raça, cor, credo, condição financeira, condição física ou educação. (Lc 9.23). “Porque sei que são muitas as vossas transgressões e enormes os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate e rejeitais os necessitados na porta. Portanto, o que for prudente guardará silêncio naquele tempo, porque o tempo será mau. Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e assim o Senhor, o DEUS dos Exércitos, estará convosco, como dizeis.” (Am 5.12-14). Neste mundo, onde há tanto ricos quanto pobres, frequentemente os que têm abastança material tiram proveito dos que nada têm, explorando-os para que os seus lucros aumentem continuamente (ver Sl 10.2, 9,10; Is 3.14,15; Jr 2.34; Am 2.6,7; 5.12,13; Tg 2.6). A Bíblia tem muito a dizer a respeito de como os crentes devem tratar os pobres e necessitados. Ao revelar a sua Lei aos israelitas, mostrou-lhes também várias maneiras de se eliminar a pobreza do meio do povo (ver Dt 15.7-11). Declarou-lhes, em seguida, o seu alvo global: “Somente para que entre ti não haja pobre; pois o SENHOR abundantemente te abençoará na terra que o SENHOR, teu DEUS te dará por herança, para a possuíres” (Dt 15.4). O crente tem o dever de preocupar-se com o social, especialmente com os domésticos na fé (Gl 6.10) [Paulo de fato diz para ajudar “a todos.” Quando ele diz “especialmente” ou “principalmente” é com ênfase, mas não exclusividade]. Boa parte do ministério de JESUS foi dedicados aos pobres e desprivilegiados na sociedade judaica. Dos oprimidos, necessitados, samaritanos, leprosos e viúvas, ninguém mais se importava a não ser JESUS (cf. Lc 4.18,19; 21.1-4; Lc 17.11-19; Jo 4.1-42; Mt 8.2-4; Lc 17.11-19; Lc 7.11-15; 20.45-47). Ele condenava duramente os que se apegavam às possessões terrenas, e desconsideravam os pobres (Mc 10.17-25; Lc 6.24,25; 12.16-20; 16.13-15,19-31). Quantos de nós que, embora ricos espiritualmente, carecemos de bens materiais para a sobrevivência! Quantos irmãos nossos, co-herdeiros com Cristo, vivem em palafitas, ou estão desempregados? A estes não devemos fechar o coração, mas ajudá-los com alegria. É interessante e importante a palavra de Paulo quanto a este respeito em 1Tm 5.8: “se alguém não cuidar dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente”. A prosperidade legitima-se com a generosidade.

SINOPSE DO TÓPICO (III)

A prosperidade bíblica legitima-se na generosidade.

III. CONCLUSÃO

Ao concluir esta lição, estou convicto de que Deus tem sido não somente bondoso conosco, mas, sobretudo, paciente. Por mais que tenhamos tentado ser bons despenseiros, todos devem reconhecer que poderiam administrar melhor os bens soberanamente a nós distribuídos. A vida abundante está relacionada a um correto relacionamento com Deus. Jesus espera que seu povo contribua generosamente com os necessitados (ver Mt 6.1-4). Ele próprio praticava o que ensinava, pois levava uma bolsa da qual tirava dinheiro para dar aos pobres (ver Jo 12.5,6; 13.29). Isto nos mostra que embora possamos ser agraciados com bens materiais, nossa vida não deve, a exemplo do homem sem Deus, ser direcionada pelo consumismo desenfreado e satisfação do ego. Quero findar registrando as palavras de Tiago quanto à verdadeira religião: “Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã. A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo" (Tg 1.26,27). No dizer de Tiago, o verdadeiro religioso, que tem uma religião que não é vã, se preocupa com os órfãos e as viúvas (Órfãos e viúvas aqui representam TODOS os que necessitam de ajuda na terra).

Fonte: Francisco A Barbosa - auxilioaomestre@bol.com.br

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, A verdadeira prosperidade — A vida cristã abundante; Comentarista: José Gonçalves; CPAD;

CITAÇÕES:
-. PIPER, John. ‘O Olho é a Lâmpada do Corpo, Uma Meditação sobre Mateus 6:19-24’http://www.monergismo.com/textos/meditacoes/piper_olho_lampada.htm
-. TAYLOR, W. C. Dicionário do N T Grego. 10. ed. Rio de Janeiro: Imprensa Batista Regular, 2001, p. 119;

OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
-. ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2009;
-. RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007;
-. LIÇÃO 9 - O PRINCIPIO BÍBLICO DA GENEROSIDADE; Lições Bíblicas Aluno - Jovens e Adultos - 1º Trimestre de 2010. 2 Coríntios - "Eu, de muito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas". Comentários da revista da CPAD: Pr. Elienai Cabral.http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao9-2co-oprincipiobiblicodagenerosidade.htm

Os textos das referências bíblicas foram extraídos do site http://www.bibliaonline.com.br/ , na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel, salvo indicação específica.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

3ª lição de 15 de Janeiro de 2012

Os frutos da obediência na vida de Israel

TEXTO ÁUREO

E será que, havendo-te o SENHOR, teu Deus, introduzido na terra, a que vais para possuí-la, então, pronunciarás a bênção sobre o monte Gerizim e a maldição sobre o monte Ebal”. Dt. 11.29


Este texto faz parte do discurso proferido por Moisés iniciado no capítulo 5.1. Moisés lança a possibilidade de escolha entre bênção e maldição mediante a postura adotada diante de Deus e de sua lei. Moisés utiliza dois montes de Israel para simbolizar esta dualidade entre bênção e maldição: a bênção sobre o monte Gerizim, e a maldição sobre o monte Ebal, que serviriam como lembretes perpétuos.

VERDADE PRÁTICA

A verdadeira prosperidade é o resultado de um correto relacionamento com Deus e da obediência à sua Palavra.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Deuteronômio 11.26-32.

OBJETIVOS

· Compreender que obediência a Deus é a condição indispensável para um viver próspero;
· Conscientizar-se de que a desobediência é a causa da maldição; e
· Citar algumas das consequências da obediência na vida do crente.

PALAVRA CHAVE

Obediência: Sujeição voluntária a Deus e às suas leis.

I. Introdução

obediência (do latim obedire = obedecer) pode ser classificada como uma das virtudes e se define como um comportamento pelo qual um ser aceita as ordens dadas por outro. O termo obediência, tal como a ação de obedecer, conduz da escuta atenta à ação, que pode ser puramente passiva ou exterior ou, pelo contrário, provocar uma profunda atitude interna de resposta. Obedecer a requisitos ou proibições realiza-se por meio de consequentes ações apropriadas ou omissões. Obedecer implica, em diverso grau, a subordinação da vontade a uma autoridade, o acatamento de uma instrução, o cumprimento de um pedido ou a abstenção de algo que é proibido. Nesta lição, estudaremos as promessas para Israel, bem como, as advertências, caso viessem a desobedecer a Deus. Por fim, compreenderemos que a verdadeira prosperidade é o resultado de um correto relacionamento com Deus e da obediência à sua Palavra e que obedecemos a Deus não para sermos abençoados, mas porque o amamos com todo o nosso ser e com toda a nossa alma.

I. OBEDIÊNCIA, UM FIRME FUNDAMENTO

1. Deus fala e quer ser ouvido. Promessas e profecias estão por toda a Bíblia como garantias da prontidão divina em abençoar seu povo, sempre com condições: a obediência à sua Palavra e à sua vontade, de modo que suas promessas alcancem os obedientes. Assim como as promessas de bênçãos são garantidas de alcançar os obedientes, os julgamentos são uma certeza anunciada aos desobedientes. Deuteronômio 28 é mais um capítulo contendo uma lista de bênçãos e maldições, aqui dadas pelo próprio Moisés durante uma cerimônia de renovação da aliança nas planícies de Moabe (Dt 29.1). Ouvir a voz do Senhor significa obedecer aos seus ensinamentos e princípios. Israel firmou uma aliança com Deus sob condições a obedecer, e assim prosperariam; uma vez que não dessem ouvidos à voz do Senhor, receberiam o justo pagamento do julgamento. Deus sempre falou com o homem a fim de que ele se convertesse dos seus maus caminhos e vivesse feliz, abençoado e próspero. No Novo Testamento, o Senhor enviou seu filho Jesus para tornar sua vontade conhecida, e o mesmo Jesus afirma: “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra” (Jo 4.34). Jeremias 7.23 e 24 afirma: “Dai ouvidos à minha voz, e eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; andai em todo o caminho que eu vos mandar, para que vos vá bem. Mas não ouviram, nem inclinaram os seus ouvidos; porém andaram nos seus próprios conselhos, no propósito do seu coração malvado”; Moisés chama a atenção do povo para a necessidade de se “ouvir a voz do Senhor”, como condição indispensável para um viver próspero (Dt 28.1). Essa resolução de cumprir a lei do Senhor continuou como uma condição prévia do Concerto; somente mediante o estrito cumprimento em observar os mandamentos do Senhor e submeter-se a sua vontade é que Israel continuaria sendo a possessão preciosa de Deus e sendo alvo de copiosas bênçãos (Dt 4.2; 18.21,22).

2. A obediência e suas reais motivações. O fato do registro dessa relação de bênçãos e maldições demonstra que Deus não esperava de seu povo uma obediência perfeita, mas sim uma obediência sincera e firme. Isso por que a natureza humana está sujeita à fraqueza e Deus já sabia que fracassaria nesse negócio, e assim, ele esperava a confissão de pecados e a reconciliação. Porém, a desobediência, a rebeldia e a apostasia deliberada são julgadas severamente. A lei ordenava à Israel que mantivesse o seu relacionamento com Deus amando-O e obedecendo-O. A verdadeira obediência a Deus e aos seus mandamentos somente é possível quando brota de uma fé firmada em Deus e em seu amor (Êx 7.9; 10.12; 11.1,13,22; Mt 22.39; Jo 14.15; 21.16; 1 Jo 4.19). A condição para tal pode ser resumidas na frase encontrada várias vezes no Pentateuco: “Se ouvires a minha voz e, guardares os meus estatutos” (Êx 15.26; 19.5; Lv 26.14; Dt 28.1).

SINOPSE DO TÓPICO (I)

Somente através da observância da Palavra de Deus, podemos experimentar a verdadeira prosperidade.

II. DESOBEDIÊNCIA, A CAUSA DA MALDIÇÃO

1. A quebra da aliança. O Concerto de Deus com os israelitas, firmado no monte Sinai, abrange dois princípios básicos: Deus estabelece as promessas e compromisso, e a Israel cabe aceitar com fé obediente. Em Jeremias 7.23 encontramos o seguinte: “Andai em todo o caminho que eu vos ordeno, para que vos vá bem”. Essa foi a palavra do Senhor para os seus contemporâneos que estavam em grande dificuldade. Israel estava sendo avisado de que seriam completamente destruídos caso não mudassem de caminho e de atitude. Lamentavelmente, aquele povo não mudou de caminho, não se converteu, e cumpriu-se a Palavra do Senhor, foram levados para o cativeiro babilônico. O salmo 1º apresenta um contraste entre os dois tipos de pessoas do ponto de vista divino: o justo, caracterizados pela vida de retidão, amor e obediência à sua Palavra; e o ímpio, caracterizado pelo andar segundo sua própria vontade e não permanece na Palavra de Deus. Observa-se que, assim como a bênção está associada à obediência a Deus, da mesma forma a maldição vem associada à desobediência! A lei da retribuição, tanto no seu sentido positivo como negativo, é bem clara no Antigo Testamento (Dt 28.47,48). A melhor definição acerca da retribuição pela desobediência é a palavra de Paulo em Romanos 1.18: “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça”. O crente do Novo Testamente não estaria livre dessa justa retribuição caso não tivesse sido retirado por Jesus que “nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós” (Gl 3.13).

2. A maldição da idolatria. Idolatria tem origem nas palavras: Eidolon (imagem) + latreia (culto). Vai além do culto a imagens pagãs ou cristãs, além de se querer atribuir vida e poder a um objeto inanimado. Ídolo é qualquer coisa ou pessoa que toma o primeiro lugar em nosso coração, em que depositamos grande confiança. Nesse sentido, idolatria pode ser a dedicação a uma imagem, a um ídolo, a um líder religioso, a um deus, a um “santo”, ao ventre, ao poder e a seres ou coisas concretas ou não, reais ou imaginárias, uma vez que até deuses pagãos são criações da mente. Também é possível idolatrar um emprego, um automóvel, uma posição social, o que faz com que Deus perca a primazia. Isto significa também que não devemos obedecer a Deus, visando apenas as riquezas deste mundo. Temos de amá-lo e obedecer-lhe a Palavra independentemente de qualquer recompensa material (Mt 22.37)!

SINOPSE DO TÓPICO (II)

A maldição é resultado do desprezo aos preceitos divinos.

III. A OBEDIÊNCIA E SUAS LIÇÕES

1. A bênção como instrumento de proteção. As promessas de Deus, tema das lições bíblicas do quarto trimestre de 2007, comentada pelo Pr. Geremias do Couto, apresenta o estudo das promessas de Deus, ensejando a grande necessidade de melhor conhecermos a forma como são apresentadas na Bíblia e de que maneira interagem conosco, na condição de crentes fiéis a Deus. Deus prometeu segurança ao povo de Israel (Dt 28.7), mas isto não descartava a possibilidade de a nação eleita passar por situações conflituosas. Não é o que estamos acostumados a ouvir em nossos púlpitos, o que se vê são as famosas frases de efeito do tipo: “Deus tem promessas para você”, “determine e receba o que Deus prometeu para a sua vida” ou “a promessa é sua, receba em nome de Jesus!”, sem que as pessoas muitas vezes conheçam realmente, à luz da Bíblia, o que as promessas realmente representam. Na ideia da ‘Formula da Fé’, estas frases são como “amuletos” que os crentes lançam mão, à hora que bem entenderem, a fim de suprir suas necessidades imediatas. Deus não está sujeito a nenhum outro domínio, sendo este um de seus atributos exclusivos. Assim, ele age soberanamente à luz do plano que traçou para o homem. Quanto aos propósitos, nada do que Deus faz tem a finalidade de produzir sensacionalismo ou fazer por fazer, mas cumpre objetivos coerentes com os seus desígnios soberanos. Em outras palavras, as promessas de Deus, quando aplicadas à nossa vida, só fazem sentido se tiver em conta a soberania de Deus e o seu propósito em cada ato. Aliás, muitas são as adversidades daqueles que desejam viver piamente em Cristo (2 Tm 3.12). Mas há promessas de proteção e segurança para o crente. É só confiar! Nós somos a propriedade particular de Deus (1 Pe 2.9). A ideia de um povo santo, separado e consagrado ao Senhor permeia toda a Escritura.

2. Período tribal e monárquico. O período dos juízes engloba cerca de dois séculos da história de Israel, entre 1210 a.C. e 1030 a.C., e foi marcado por uma exacerbada instabilidade espiritual. Desde que houvesse um juiz, o povo servia a Deus. Caso não houvesse, o povo ia após os deuses de outros povos. Visto encontrarmos varias vezes a expressão: “mas os filhos de Israel fizeram o que era mal aos olhos do Senhor” (Jz 6:1). Casamentos mistos, festas religiosas em comum com outros povos, adoração dos mesmos deuses, idolatria, injustiça social e até casos de sodomia surgem neste período (Jz 19). Destacam-se ai líderes como Débora, Gedeão, Jefté e Sansão, que mantiveram juntas as tribos de Israel, resolvendo conflitos internos e externos. A designação Juizes, refere-se a uma serie de personagens ilustres que, na falta de um governo central, exerciam a função de governadores, juízes e algumas vezes sacerdotes, funções conquistadas por atos heroicos na tentativa de libertar Israel de seus opressores. O período monárquico é assaz importante no contexto da revelação de Deus. Como uma monarquia constituída, Israel possuía suas peculiaridades. Entre elas, o fato de que seus reis eram escolhidos e ungidos segundo os padrões teocráticos da Lei de Deus. Nesse período, aparece a primeira escola de profetas (1Sm 10.5,10). Isso introduz o papel importante que o profeta exerceria no período monárquico. Ele seria consultado pelos os reis como representantes de Deus para com o povo. Este profeta falaria ao rei através dos oráculos. Esse período para os profetas, em Israel, é marcado por respeito e reverência por parte da nobreza e do povo (1Sm 16.4,5). Quando a monarquia foi dividida, surge o ‘Profetismo’ - iniciou com Amós e encerrou com Malaquias. Este movimento tinha como objetivo restaurar o monoteísmo, combater a idolatria, denunciar as injustiças sociais, e proclamar o Dia do Senhor com o objetivo de reacender a esperança messiânica no povo. É interessante ressaltar que nesse período, na contramão do anterior, sobressai a característica do sofrimento e marginalização dos profetas; de homens dignos de reverência passaram a homens “dignos” de tratamentos mais baixos possíveis em virtude de sua mensagem denunciarem os interesses escusos das lideranças religiosas e políticas de Israel e Judá (Hb 11.36-38). Esse período deixa-nos a seguinte lição: a pobreza é causada também pelas injustiças cometidas pelos governantes e a prosperidade advém como resultado do temor que os mandatários nutrem por aquele que governa todas as coisas: o Todo-Poderoso Deus (2 Cr 31.20).

3. As falsas ideias sobre maldição. A falsa doutrina do Evangelho da Maldição, um dos produtos da confissão positiva, também chamado de Quebra de Maldições, Maldições Hereditárias, Maldição de Família e Pecado de Geração, ensina que a pobreza está associada ao pecado e os infortúnios da vida a alguma maldição não quebrada. O Pr Jorge Linhares afirma que "A maldição é a autorização dada ao diabo por alguém que exerce autoridade sobre outrem, para causar dano à vida do amaldiçoado... A maldição é a prova mais contundente do poder que têm as palavras. Prognósticos negativos são responsáveis por desvios sensíveis no curso da vida de muitas pessoas, levando-as a viver completamente fora dos propósitos de Deus... As pragas se cumprem." (Jorge Linhares, em Bênção e Maldição, Pg. 16). O Site da CACP traz no artigo ‘A Verdade Sobre a Quebra de Maldições’: “Os pregadores da maldição afirmam que se alguém tem algum problema relacionado com alcoolismo, pornografia, depressão, adultério, nervosismo, divórcio, diabete, câncer e muitos outros, é porque algum antepassado viveu aquela situação ou praticou aquele pecado e transmitiu tal pecado ou maldição a um descendente. A pessoa deve então orar a Deus a fim de que lhe seja revelado qual é a geração no passado que o está afetando. Uma vez que se saiba qual, pede-se perdão por aquele antepassado ou pela geração revelada e o problema estará resolvido, isto é, estará desfeita a maldição. Marilyn Hickey, autora norte-americana e que já esteve várias vezes no Brasil em conferências da Adhonep (Associação de Homens de Negócios do Evangelho Pleno), promove constantemente este ensino. Note suas palavras: Se você ou algum de seus ancestrais deu lugar ao diabo, sua família poderá estar sob a “Maldição Hereditária”, e esta se transmitirá a seus filhos. Não permita que sua descendência seja atingi­da pelo diabo através das maldições de geração. Os pecados dos pais podem passar de uma a outra geração, e assim consecutivamente. Há na sua família casos de câncer, pobreza, alcoolismo, alergia, doenças do coração, perturbações mentais e emocionais, abusos sexuais, obesidade, adultério’? Estas são algumas das características que fazem parte da maldição hereditária nas famílias. Contudo, elas podem ser quebradas!” 


É bem verdade que os filhos que repetem os pecados de seus pais têm toda a possibilidade de colher o que seus pais colheram. Aqueles que nasceram em lares problemáticos têm grande possibilidade de repetir os mesmos problemas. Os que vivem blasfemando, ou na imoralidade e vícios, estão estabelecendo um padrão de comportamento que, com grande probabilidade, será seguido por seus filhos, no dizer de Paulo, “aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6:7). E isso poderá suceder até que uma geração se arrependa, volte-se para Deus e entre num relacionamento de amor com ele através de Jesus Cristo, e ai tem-se encerrada toda a maldição. Ninguém necessita participar de nenhum ritual de quebra de maldição, pois a Escritura afirma que “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós” (Cl 3.13). As Escrituras mostram que é a desobediência à Palavra de Deus, e não uma maldição hereditária, a causa do castigo.

SINOPSE DO TÓPICO (III)
Muitos infortúnios na vida do crente são resultados da desobediência à Palavra de Deus e não de supostas maldições hereditárias.

CONCLUSÃO

Não olvidemos da importância desta lição principalmente pelo que temos presenciado em nossos púlpitos, muitas vezes copiados de movimentos heréticos. Não é causa de espanto que o tema ‘obediência’ esteja esquecido, haja vista a abundância de ministrações onde os temas são bênçãos e prosperidade, todavia, não enfatizam que as bênçãos e a verdadeira prosperidade são decorrentes da obediência aos princípios divinos. Obedecer a Deus não é um fardo, mas uma alegria, pois o amamos. Quando falamos de obediência, geralmente entendemos como a observância de regras, mandamentos, ordens, etc., contudo, Jesus nos afirma que "Se me amais, guardai os meus mandamentos" (Jo 14.15). O Mestre é enfático com relação aos seus mandamentos: "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama" (Jo 14.21); "Se alguém me amar, guardará a minha palavra (...) Quem não me ama não guarda as minhas palavras" (Jo 14.23,24). Por fim, consideremos as seguintes proposições: “Todos os homens são culpados de pecado e precisam de perdão” (Rm 3.23; 6.23; 1Jo 1.8, 10); “Deus deseja que todos os homens se convertam do pecado e sejam salvos” (1Tm 2.4; 2 Pe 3.9; Tt 2.11,12); “Jesus morreu para colocar a salvação ao alcance de todos os homens” (1Tm 2.6; Hb 2.9; Jo 3.16; Mt 11.28-30); “Para serem salvos, os homens precisam ouvir, crer e obedecer ao evangelho” (Jo 6.44,45; 8.24,32; Hb 5.9; 2Ts 1.8,9; 1Pe 1.22; Rm 6.17,18; 1.16; 10.14,17); “Deus deseja que todos os homens ouçam e aprendam Sua Palavra para que tenham oportunidade de crer e obedecê-lo” (1Tm 2.4; Mt 28.18-20; Mc 16.15,16; At 2.38,39; 17.30,31; Lc 24.47; Cl 1.28); e “A Bíblia, a Palavra de Deus, é completa, provendo tudo o que é bom e tudo o que necessitamos saber para agradar a Deus” (Jo 14.26;16.13; 2Pe 1.3; 2Tm 3.16,17; At 20.20,27; Mt 28.18-20; Tg 1.25). O fato de um crente passar por lutas e dificuldades não significa que ele esteja em pecado ou em desobediência a Deus, pois o próprio Cristo alertou-nos de que no mundo seremos afligidos (Jo 16.33). Mas que o pecado traz consequências para a vida do crente, não o podemos negar (Gl 6.7). Por isso, devemos agir com muito equilíbrio e sobriedade ao tratar desse assunto.

Fonte: Francisco A Barbosa, auxilioaomestre@bol.com.br